Praças sofrem com vandalismo

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Angélica Queiroz

Na madrugada do dia 30 de setembro, a Praça Raimundo André de Oliveira, no Residencial Belo Horizonte, região noroeste da capital, inaugurada a menos de quatro meses, foi vítima de depredação pela terceira vez. Vândalos roubaram quatro bancos, estragaram o parquinho, picharam e levaram até a grama que havia acabado de ser plantada. Porém, a cena não é fato isolado.

De acordo com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), responsável pela manutenção das cerca de mil praças da cidade, cerca de seis ocorrências do tipo acontecem todos os meses. Para consertar esses estragos, a Prefeitura gasta mais de R$ 100 mil do orçamento mensal. Por ano, são R$ 1,2 milhão.
Segundo a Comurg, os atos de vandalismo têm crescido este ano. Para se ter uma ideia, 12 praças e uma alameda, entregues à população nos últimos dois meses, já foram alvos dos baderneiros. Dentre os estragos mais comuns estão pichação, roubo e depredação de bancos, lixeiras, placas, brinquedos, aparelhos de ginástica e, inclusive, gramas.

De acordo com o diretor administrativo financeiro da Comurg, Willion Carlos Reis de Barros, é uma determinação da Prefeitura que seja dada prioridade ao conserto desses espaços públicos e, para isso, a companhia conta com equipe de reposição sempre a postos que realiza de forma constante a reposição e conserto dos itens depredados e roubados.

Apesar de a maior parte das ocorrências ser em bairros afastados do Centro, onde há menos fiscalização, há registros de vandalismo em todas as regiões, inclusive onde predominam as classes mais altas, como na região sul – os bebedouros da recém-inaugurada Alameda Ricardo Paranhos, no Setor Marista, foram danificados.
O diretor explica que a maior parte dos casos ocorre de madrugada, quando o movimento nas ruas diminui. Na tentativa de intimidar a ação dos vândalos, a Polícia Militar tem apoiado a Prefeitura, fazendo rondas nas proximidades das praças, inclusive durante toda a noite. Mesmo assim, Willion lembra a importância de a população ajudar na fiscalização, denunciando através do telefone (62) 3524-8555 (24 horas).

A cozinheira Ranaia Ferreira, vizinha da Praça C-18, pichada e depredada recentemente, conta que o vandalismo no local é recorrente. “Direto tem gente da Prefeitura aqui arrumando a praça, mas logo ela aparece pichada outra vez”, observa. Ela conta que ultimamente a PM tem feito rondas. “Se a polícia some, os ‘malas’ logo voltam a se reunir aqui”, ressalta. Ainda segundo ela, quando as rondas diminuem, é perigoso transitar pelo local à noite, e os vizinhos até recordam um apelido antigo do espaço: “Praça da Maconha”.

Patrulhamento
A PM informou que faz patrulhamentos em toda a cidade e que as praças e parques estão entre as prioridades. Sobre alguns locais servirem como pontos para moradores de ruas ou usuários de drogas, o coronel Sérgio Katayama, comandante do Policiamento da Capital, ressaltou que a PM tenta inibir esses fatos.
“Essas pessoas não podem prejudicar os que usam as praças para lazer, que é o principal objetivo desses locais”, diz. Explica que, assim que nota esse tipo de ocupação nas praças, a polícia encaminha os moradores de rua para abrigos e retira os usuários do local. Ele ressalta que é dever da população informar sobre esses focos. “Às vezes, a viatura passa e não vê”, explica.

A Guarda Municipal informou que tem equipe trabalhando 24 horas exclusivamente na tarefa de fazer rondas nas praças e atender aos chamados feitos pelos telefones 156 e 153. No entanto, segundo o inspetor Pádua, subcomandante da Guarda, atualmente, apenas duas viaturas são direcionadas para esse serviço específico e que o número é insuficiente para fiscalizar todas as quase mil praças.

Questionado sobre o porquê de não disponibilizar mais viaturas para o serviço, ele explica: “Ultimamente nossos esforços estão concentrados em tentar diminuir as ocorrências de roubos e vandalismo às unidades da educação, como os Cmeis.”

Fonte: Jornal o Hoje