''Anápolis espera as obras prometidas''

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Mirelle Irene, Ivan Mendonça e Fleurymar de Souza

No balanço que faz do seu trabalho, o prefeito Antonio Gomide (PT) ilustra o momento com um rol de obras que têm a sua assinatura. Em seguida, mira o futuro na expectativa de que o governador resgate a dívida contraída na campanha, assinando outras obras. Os seus e os feitos do governo vão compor o painel de realizações onde a imagem do prefeito se projetará na opinião pública como pretendente a mais quatro anos de administração. Adversário do PSDB, ele lança o repto: “Anápolis espera as obras prometidas na campanha”.

O HOJE: Qual o balanço que senhor faz desse período à frente da Prefeitura de Anápolis?

Antônio Gomide: A cidade de Anápolis vive um bom momento. Um momento de calmaria administrativa e também calmaria política. Nós conseguimos nesses mil dias imprimir um ritmo, unir esforços da sociedade como um todo, resgatando a autoestima do povo anapolino.

Anápolis foi muito castigada devido às últimas administrações. O senhor acha que já conseguiu superar as dificuldades?

Não tenho dúvida. A população de Anápolis reflete um pensamento muito positivo do que a cidade esta vivendo. Vivemos uma fase de grande transformação não só econômica mas também social. É importante ressaltar que os parque ambientais são uma realidade. Recuperamos três parques e estamos fazendo muitos outros. Entregamos creches e estamos licitando mais sete. Recuperamos o hospital municipal, fizemos um grande centro de diagnósticos, com tomógrafo, vários equipamentos de imagem; ampliamos a estratégia de saúde da família, construímos um novo Samu; fizemos uma nova unidade do Cais, que é um Centro de Atenção à saúde 24 horas; tivemos grandes avanços na promoção de diversas modalidades de esporte. Enfim, estamos cumprindo o planejamento que fizemos em 2009 rigorosamente.

É um preparo para se candidatar à reeleição?

Como o mandato vai até o final de dezembro de 2012, quero aproveitá-lo bem, entregando as obras e os benefícios que planejamos. A eleição é do partido, que escolhe o candidato. Estamos focados numa boa administração, até porque, com qualquer candidato, teremos como trunfo exatamente as realizações que pudermos oferecer à população.

O senhor tem pesquisas com relação à imagem que a cidade faz da sua administração?

Temos tido algumas pesquisas feitas pelo adversário, que sempre falam que elas mostram um bom desempenho e uma boa aprovação da administração.

O senhor acha que quatro anos são poucos para fazer tudo que é necessário em uma cidade e que oito anos seria o tempo necessário para se desenvolver um projeto político?

Eu vou dizer a você que estou satisfeito com os meus quatro anos, eu não estarei deixando nada para fazer depois, pelo contrário. Estou me dedicando de coração aberto, para a gente poder entregar uma cidade melhor, e com certeza nós vamos entregar.

Esse desempenho administrativo tem sido facilitado pelo fato de o senhor pertencer ao partido que está no comando do País, ou seja, ter o apoio da área federal?

De uma forma ou de outra, nada melhor que se ter uma harmonia ou pelo menos um diálogo permanente com o governo do Estado e com o governo federal. Eu não tenho dificuldades em entender que a administração que ganha uma eleição precisa responder à expectativa do seu eleitorado. É preciso tomar decisões para que as coisas aconteçam realmente. Como chefe do Executivo, a gente deve estar junto da população, executando e realizando.

Anápolis é considerada uma cidade politizada, exigente, eleitorado de oposição. O senhor associa esse fato à eleição de um candidato do PT?

Eu acho que toda eleição é um momento diferente, a gente vive momentos diferentes dentro da história da cidade. Anápolis passou por duas cassações de prefeitos e uma intervenção de Estado. Isso foi muito forte para que a gente pudesse ter agora uma opção pelo PT e pudesse ser eleito, não por acaso com mais com 75% do eleitorado, em segundo turno e contra o PMDB, e nem com o adversário natural, que seria o PSDB. Temos uma história de 30 anos fazendo um trabalho político.
Qual é a marca do governo Marconi em Anapolis?
Nós estamos aguardando a ação do governo estadual dentro da cidade de Anápolis.

Não há nada de concreto ainda?

O que nós temos são compromissos feitos dentro da campanha. E aqui é bom ressaltar: compromissos em relação a um Centro de Convenções – acredito que o governador venha a lançar a obra rapidamente; tem a questão da parceria para fazermos o asfalto na cidade. Já colocamos para ele a necessidade de se fazer o convênio. O governador tem o compromisso de retomar o trabalho para que possamos fazer o aeroporto de cargas, um trabalho que começou no ano passado, mas que este ano ainda não se investiu para que a obra fosse retomada. Tem a plataforma multimodal, lançada há 12 anos e que ainda não saiu do papel. Então, são compromissos que entendo que o governador tem uma chance muito grande para que eles possam ser resgatados em parceria com a prefeitura. São compromissos que os eleitores estão aguardando.

Anápolis deu a vitória, uma das maiores proporcionalmente, a Marconi Perillo. Agora o senhor está dizendo que tem uma aprovação também muito alta. Como associar esses dois fatos?

Fatos de as pessoas acreditarem, no sentido de dizer: olha, aquilo que o candidato diz vai ser cumprido. Eu tive a experiência de estar 12 anos na Câmara Municipal. Então, estava muito próximo do eleitor, conhecia bem a cidade, sempre fui um estudioso das questões municipais. Acumulei experiência em três mandatos na Câmara Municipal. Por isso entendo que a população acabou apostando nesse momento de mudança. Acredito também que a boa votação que o governador teve em Anápolis reflete o prestígio dele, pela simpatia, por estar sempre atendendo aquilo que a população precisa.

Seu adversário foi o PMDB, que agora tudo mudou. O senhor pensa em ter o PMDB na chapa como vice-prefeito?

O PMDB é um dos partidos que nós temos como prioritário para que possamos estar fazendo uma aliança maior para o ano que vem. O PT está conversando com o PMDB, PTB, PP, PSB, PSC, e com o PCDB. Temos um leque de alianças, que será muito maior que aquele de 2008. Com a saída do casal Adhemar-Onaide, existe a possibilidade muito grande de estarmos juntos num projeto para Anápolis.

Essa aliança PT e PMDB é prioritária no Estado?

Acho que será uma coligação prioritária, tem caminhado para isso. Não tenho dúvidas de que teremos bons frutos no sentido de estarmos conquistando o governo do Estado.

O senhor está na expectativa das obras do governador. O governador está na expectativa de obras e de recursos federais. O senhor tem atuado, fazendo a interface para que tudo se resolva na área federal?

Ele (o governador) nunca me pediu isso. Tenho certeza de que o cargo que ele exerce lhe dá total condição de chegar mais perto da presidente. Ele já disse em entrevistas que sempre foi muito bem recebido pela presidente Dilma. Se ele sentir que nós podemos estar ajudando, estamos de portas abertas.

O senhor aceitaria alianças em Anápolis com relação ao partido do Marconi?

Nenhuma, estou aberto ao diálogo, agora, a postura hoje do PSDB em Anápolis é de oposição e que não favorece uma aproximação.

Quem seria um bom nome do PT para disputar o governo de Goiás?

Nós estamos trabalhando com o nome de Rubens Otoni. É um nome tirado do partido em consenso com as várias forças políticas. O deputado Rubens Otoni é uma pessoa que todos conhecem. Seu trabalho, como parlamentar, seja como deputado estadual, seja como deputado federal, é muito grande. Após as eleições municipais teremos condições, o PT, de fazer com que a sua candidatura reforce ainda mais.

Ele já tem a indicação da pré-convenção do PT com o candidato ao governo?

Sim, o PT, com todas as suas forças e todas as suas correntes, apoiam o deputado Rubens Otoni como possível candidato a governador do estado em 2014.

Essa postura do senhor exclui, necessariamente, a expectativa que o Iris tem de que o PT venha a apoiar um candidato do PMDB em 2014?

Eu não tenho dúvidas que o PT e o PMDB estarão juntos em 2014 e o melhor nome é que será lançado. Aposto que o Rubens, pelo conhecimento que tem, pela força que tem, pelo trabalho desenvolvido no Estado de Goiás, estará sendo cacifado para ser esse nome naquele momento de expressão no qual outros partidos poderão apoiá-lo.

Prefeito, mas o PT no Estado não é um partido que tem muita força. Por exemplo: elegeu o prefeito de Goiânia, elegeu o senhor em Anápolis, mas no restante do Estado, exceto a eleição do Karlos Cabral como deputado estadual, não tem capilaridade. Como reverter essa situação em tão pouco tempo?

Eu já vi essa história, falavam que o Lula não teria como ser presidente da República e ele foi por duas vezes. “Em Anápolis, o PT também não ganha”, diziam assim, e nós estamos governando. O PT hoje é uma grande referência nacional. A presidente Dilma está fazendo um belo trabalho. Em Goiás, a população está querendo renovação.

O fato de o ex-presidente Lula estar voltando pode ajudar na indicação do Rubens Otoni?

O ex-presidente Lula é sempre uma referência, a maior liderança nossa, que fez dois belos governos, colocou o Brasil de novo nos trilhos. Lula será um aliado aqui no Estado para potencializar as candidaturas.
O candidato do PT à Presidência vai ser a presidenta Dilma ou o ex-presidente Lula?
A presidente Dilma, ela será a nossa candidata à reeleição.

O senhor faria alguma restrição, do ponto de vista ético, à conduta do ex-presidente Lula?

Nenhuma, nenhuma, acho que todos têm dificuldades na administração. Muitas vezes algum problema, com tantas pessoas juntas, pode acontecer. O que precisa ter é seriedade e que se busque sempre a ética no sentido de almejar sempre o que é melhor para população. O ex-presidente Lula passou por duas eleições, inclusive quando da eleição da presidente Dilma, onde se dizia que estava inventando um poste para ser candidato, e ela obteve uma grande vitória e hoje faz um belo trabalho. A presidente Dilma faz modificações importantes na equipe, sempre determinada a atingir seus objetivos.

A faxina, como bandeira da presidente Dilma, ganhou certa notoriedade, como que o senhor analisa o recuo quando chegou aos ministérios sob controle do PMDB?
Não analiso que a administração tenha recuado. Na medida em que você tem um planejamento, está fazendo as mudanças necessárias, existem os limites. É um jogo político onde você tem relações de forças diferenciadas. A presidenta demonstra firmeza e austeridade no sentido de dizer que ela tem hoje o respeito da população brasileira pela forma que está conduzindo o Brasil. Basta ver as pesquisas que dão ampla aprovação ao seu trabalho.

O que o senhor acha da volta de Iris à disputa, candidatando-se ao Senado?
O Iris Rezende é sempre um nome muito forte, uma grande liderança. Estando bem de saúde, como ele se apresenta, é sempre um nome muito forte para Goiás. É uma pessoa honesta, uma pessoa que dignifica o Estado de Goiás.

Como fica a aliança PT-PMDB em 2014, já que ambos os partidos têm intenção de disputar o governo do Estado?

Obviamente que o entendimento será construído. Tenho certeza de que o PMDB irá lançar o melhor nome que ele tiver em 2014 e o PT também. Entendo que esse amadurecimento político já aconteceu nas últimas eleições, tanto que o PT abriu mão de candidatura própria para apoiar o governador Iris Rezende.

Fonte: Jornal o Hoje