Goiás emprega mais de 100 mil no ano

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Mariza Santana

De janeiro a setembro deste ano, foram gerados em Goiás 100.220 empregos de carteira assinada. Esse número é recorde para o período e 20,8% maior do que o apurado nos nove primeiros meses de 2010, que foi de 82.909. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Em­- prego (MTE). Os destaques do período no Estado foram serviços (28.299), indústria de transformação (27.856) e agropecuária (16.018).

O desempenho do emprego formal no ano, em Goiás, é melhor que o nacional. No País, no mesmo período, foram criados 2,07 milhões de postos de trabalho – queda de 16,5% sobre igual faixa de 2010. Em entrevista coletiva, o ministro Carlos Lupi atribuiu a redução à desaceleração da produção da indústria de transformação, diante dos sinais de nova crise econômica mundial.

Ainda em setembro, o resultado de Goiás foi melhor do que o apurado no País. Conforme o Caged, foram criados no Estado 5.330 novos postos de trabalho, enquanto que em igual mês de 2010 o saldo havia ficado negativo em 509, ou seja, foram destruídos empregos naquele período. Este ano, os destaques de setembro foram serviços (2.301), comércio (1.504) e indústria de transformação (749). Já no Brasil, o total de vagas de emprego com carteira de trabalho geradas no mês passado foi de 209.078, o que representou redução de 15,3% sobre setembro de 2010.

Para o economista José Luiz Miranda, o bom desempenho do setor de prestação de serviços, tanto no Brasil como em Goiás, tem sido impulsionado pelo mercado de beleza e cuidados pessoais. “Esse, hoje, é um fenômeno mundial”, diz. Houve a abertura de um grande número de salões de beleza no Estado para atender à crescente demanda, e o resultado é a criação de postos de trabalho. Também contribuiu a instituição da figura do empreendedor individual, que pode formalizar o negócio e pagar menos impostos, com boa procura na área da beleza.

Dono de um salão cabeleireiro, Eder Bueno Macedo teve de contratar mais pessoal para dar conta da demanda crescente. Este ano ele admitiu mais três funcionários: uma cabeleireira, um auxiliar de cabeleireiro e uma manicure. “O serviço aumentou muito”, diz.

Indústria
A indústria de transformação goiana, que tem como principal representante o ramo de alimentos e bebidas, por exigir menos tecnologia e produzir item de primeira necessidade, sofre menos os efeitos da crise econômica mundial, que se avizinha, do que a indústria que usa mais tecnologia. “As pessoas não podem parar de comer. Por isso, o ramo de alimentação continua gerando empregos”, disse Miranda.

Já o crescimento da construção civil perde ritmo, embora quase imperceptível, mas ainda registra bom saldo de emprego formal no ano (14.815), ficando em quarto lugar. Mas, com as notícias da crise, a tendência é que as pessoas fiquem mais cautelosas na hora de comprar um imóvel, com financiamento a longo prazo.

Fonte: Jornal o Hoje