772 já foram atropelados em 2011

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Lyniker Passos

De um lado, o pedestre, que transita de forma vulnerável pelas ruas de uma capital com mais de 1 milhão de veículos, mas que são privilegiados pelas leis de trânsito, como principal exemplo, as faixa exclusivas no asfalto. De outro, os veículos ávidos para evitar congestionamentos e chegarem ao destino final. As estatísticas mostram, nessa disputa diária de um trânsito caótico, que o pedestre, mesmo tendo preferência em muitas vias, acaba sendo o maior prejudicado. Somente nos nove primeiros meses deste ano, o Corpo de Bombeiros já registrou 772 atropelamentos em Goiânia, com oito mortes.

O acidente que matou a idosa Alvarina Cândida de Deus, 74 anos, na Vila Progresso em Goiânia, endossou a estatística negativa deste ano – nona morte. Os registros de atropelamento em 2011, mesmo sem ter finalizado o mês de outubro, já ultrapassam os do ano passado, apresentando aumento de 9%. A estatística fechada de janeiro a outubro de 2010, relatou 703. Enquanto deste ano, com o mês ainda pela metade, já atingiu 772.

No entanto, quem respeita as leis de trânsito e faz a travessia apenas na faixa não está livre de ser surpreendido por um veículo. De acordo com dados da Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), em dois anos, 58 pessoas foram acidentadas durante trajeto na faixa de pedestre. Esse ano, com registros de janeiro e fevereiro, já foram três vítimas.

Em locais sem faixa de pedestre os números são ainda mais expressivos. Com uma média de 114 atropelamentos mensais. Cada esquina ou cruzamento tem suas peculiaridades, mas, no geral, os embates entre veículos e pedestres são comuns, pois em alguns pontos os carros vêm de várias direções. Mas muitos ainda preferem se aventurar no risco da travessia.

A faixa de pedestre, que tem como principal objetivo proteger a população ao atravessar a rua, acaba causando ainda mais transtornos em um trânsito em que o desrespeito à sinalização é cena do cotidiano. Não faltam flagrantes de carros ignorando as faixas em cruzamentos. E também atravessar ruas e avenidas em local inapropriado é encarado com atitude natural.

Mas, além disso, um outro problema surge devido à sinalização desrespeitada. Em 2009 e 2010, 2,4 mil acidentes aconteceram porque o veículo parou na faixa e outro bateu em sua traseira. Nestes casos, o presidente da AMT, Miguel Tiago, acredita que a falha está no condutor que não percebeu a parada obrigatória. “O primeiro veículo entendeu como é necessário a parada; o que vem atrás, se não manter a devida distância, provoca o acidente.”

Fonte: Jornal O Hoje