Prefeito eleito de Trindade diz que cidade precisa de um novo e grande terminal rodoviário

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Empresário de sucesso, dono da grife Jean Darrot e também agropecuarista (trabalha com confinamento), há quatro anos Jânio Carlos Alves Freire lançou-se como candidato a prefeito de Trindade. Na ocasião, ele recebeu apoio do então prefeito George Morais e também o contágio de parte da rejeição à gestão em curso. Perdeu a disputa para Ricardo Fortunato (PMDB), a quem deu o troco nesta última eleição, em uma das campanhas mais acirradas de todo o Estado, que envolveu também a deputada federal Flávia Morais (PDT). Entre uma campanha e outra, ele se tornou Jânio Darrot e foi o eleito deputado estadual em 2010 pelo PSDB, como o segundo mais votado em Goiás.

Depois da batalha pelo voto — que foi forte e por vezes até agressiva —, Jânio Darrot se prepara agora para receber uma administração municipal que deverá vir em forma de abacaxi. Os sinais nesse sentido ficaram mais evidentes a partir do dia seguinte à eleição, quando Fortunato, que faz um governo extremamente questionado, abriu o saco de maldades e anunciou demissões em massa de servidores comissionados. Creches, escolas e unidades de saúde ficaram sem pessoal para assistir a população com a mínima eficiência e o caos se instalou na cidade.

Jânio sabe que enfrentará turbulências, mas reafirma sua intenção de fazer uma gestão “de paz”. “Quero buscar o entendimento com todos os segmentos organizados para conseguir os melhores resultados para Trindade”, afirma. Nesta entrevista ao Jornal Opção — à qual se apresentou mostrando muita disposição e vestindo roupas de sua marca, como costuma fazer —, o empresário expõe o que deve ser sua gestão, para a qual aposta no incremento do turismo religioso, no reaquecimento do setor de confecções e na instalação de um polo industrial como estratégias para fazer o município alcançar desenvolvimento, algo que não ocorreu nos últimos quatro anos. “Vou estar focado na administração de Trindade, porque o desafio é grande e eu tenho um compromisso sério com a população e quero honrá-lo.”

Elder Dias —O transporte coletivo é ainda um grande gargalo da Grande Goiânia. Como representante da Assembleia Legislativa na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), da qual o sr. foi presidente, o sr. observou esse problema bem de perto. Agora, a ponto de assumir um cargo executivo e a partir de sua experiência nesse trabalho, como o sr. pretende lidar com esse tema?

Fui presidente da CDTC e secretário extraordinário de De­senvolvimento da Região Me­tropolitana, iniciamos o projeto do VLT [veículo leve sobre trilhos], projeto este que já está pronto. Também encaminhamos a questão da extensão do Eixo Anhanguera, que será prolongado até a Vila Mutirão, na região noroeste de Goiânia, até o Jardim das Oliveiras, em Senador Canedo, e também até Trindade. Já temos o compromisso do governador de que essa extensão aconteça em Trindade tão logo se instale o VLT em Goiânia. Isso vai melhorar em muito a qualidade do transporte coletivo em nosso município. Em muitos bairros precisamos ter também — e vou buscar esse entendimento com a CDTC a partir do momento em que eu assumir o cargo —um atendimento do serviço de transporte coletivo mais presente. Vários locais de Trindade não são contemplados com linhas de ônibus. Temos ainda de interligar todo o município, principalmente a região de Trindade 2, com o centro da cidade. Hoje, alguém que mora no Setor Palmares precisa ir até o Terminal Padre Pelágio, em Go­iânia, para depois seguir para o centro de Trindade. Fica parecendo uma viagem interurbana. É preciso fazer com que esse transporte tenha uma integração mais lógica. Pre­cisamos também de um novo e grande terminal rodoviário para a cidade. Hoje, Trindade tem uma estação de 40 anos, que está totalmente ultrapassada e não comporta mais a demanda. Temos de construir essa obra e fazer com que essa integração aconteça.

Elder Dias — E o município tem verba para uma obra dessas?

Vamos ter de buscar recursos do governo do Estado ou em Brasília. Vamos ao Ministério das Cidades e tentaremos encaixar projetos na área de mobilidade. Com certeza conseguiremos êxito.

Euler de França Belém — Por que não levar o VLT até Trindade?

Porque, em um primeiro mo­mento, por ser uma obra de custo elevado, serão construídos 13,5 quilômetros. No futuro, essa linha deve ter novas etapas e chegar até Trin­dade, Goianira, Senador Canedo. Se a gente quer resolver o problema do trânsito precisamos resolver antes o problema do transporte coletivo. Não tem como resolver a questão do trânsito sem melhorar o transporte.

Fonte: Jornal Opção