Indústria goiana é a que mais cresce no País

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Com alta de 10,3% em agosto, setor praticamente elimina queda acumulada.

A indústria goiana voltou a mostrar sua força ao crescer em níveis de dois dígitos no mês de agosto, avançando 10,3% no melhor desempenho disparado entre 14 regiões pesquisadas no País, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal goiano praticamente eliminou a que­da de 13,3% acumulada nos primeiros oito meses do ano. Destaques para a indústria de medicamentos, minerais não metálicos e metalurgia básica.

O desempenho do setor industrial goiano se engrandece ao ser comparado com o resultado nacional. No País, a indústria cresceu apenas 1,5%. Goiás segue na frente também no acumulado do ano frente ao cenário nacional em queda (veja box). No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria goiana cresceu 7% e, mais uma vez, o resultado nacional encontra-se em níveis negativos (-2,9%). Economista da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Wellington Vieira destaca que o crescimento goiano ocorre sobre uma base boa, que foi o ano passado, onde o desempenho estadual fechou o ano em alta de 8,5%.

Os números do Estado são bons, diz ele, mas não deixam de ser preocupantes diante dos resultados nacionais. “Goiás não é uma ilha no meio da indústria brasileira”, adverte Vieira, completando que a continuidade do crescimento goiano também depende do desempenho nacional, o que instiga mais inves­- timentos do governo federal em setores de mais afetados como a fabricação de bens duráveis como automóveis e equipamentos eletroeletrônicos.

A expectativa é de que a indústria nacional comece e se recuperar nos próximos meses revertendo o déficit acumulado nos primeiros meses do ano. “Acreditamos que este ano o pior já passou. A expectativa é positiva”, pontua o economista da Fieg.

Medicamentos
A indústria química, fomentada pela indústria farmacêutica, acumula o maior crescimento industrial nos oito primeiros meses de 2012, por conta, especialmente, da maior fabricação de medicamentos. O subsetor avançou 19,3%

Para o diretor de marketing do Laboratório Teuto, Ítalo Melo, o bom desempenho da indústria farmacêutica do Estado ocorre graças a investimentos que vêm preparando a indústria para o crescimento na demanda. “Lá a­- trás quando enxergamos esse crescimento do Brasil buscamos nos preparar para a ascensão da Classe C, o aumento da população, queda de patentes de medicamentos importantes e o aumento da renda”, diz ele.

O laboratório cresceu 40% em 2011 e até o final de 2013 terá dobrado de tamanho com investimentos na ordem de R$ 80 milhões. “Ampliamos o quadro de funcionários que hoje é de 2,4 mil pessoas, lançamos 70 produtos ano passado e este ano vamos lançar mais 70”, conta ele, pontuando que o investimento acontece diante da previsão de um cenário positivo no País para os próximos anos.

Setor de metalurgia é destaque

O desempenho da metalurgia básica também deve ser ressaltado. O setor cresceu 10,2% e, acompanhado da indústria de minerais não metálicos (6,5%) e das extrativas (1,7%), também somou ao crescimento da indústria geral goiana. Em sentido oposto, a única influência negativa sobre a média global foi verificada no setor de alimentos e bebidas (-1,8%), pressionado em grande parte pelos recuos na fabricação de milho doce preparado, leite em pó, cervejas, chope, açúcar cristal, leite, refrigerantes, entre outros.

O setor industrial goiano avançou 3,7% em agosto de 2012 sobre igual mesmo mês de 2011, interrompendo dois meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de confronto. Quatro dos cinco ramos investigados apontaram expansão na produção. A principal contribuição positiva sobre o total da indústria foi observada no setor de produtos químicos (8,4%), também influenciado com maior pressão pelo aumento na fabricação de medicamentos.

Os demais resultados positivos foram das indústrias extrativas (8,2%), minerais não metálicos (8,5%) e metalurgia básica (7,8%). Já o de alimentos e bebidas, forte na indústria goiana, teve impacto negativo sobre o resultado, ao cair 0,2%, pressionado principalmente pela menor produção de açúcar cristal, cervejas, entre outros.

Fonte: Jornal O Hoje