Administração de Goiânia é marcada pela pluralidade
Em seus 79 anos, município teve prefeitos de perfis diversos. Eleitos ou nomeados, todos deixaram sua marca na capital.
Goiânia chega hoje aos 79 anos como uma cidade plural. Na política, assim como em outros aspectos, os personagens que compõem a história da cidade revelam uma mistura que vai além das ideologias partidárias. As últimas administrações, chefiadas por petistas, tucanos e peemedebistas, reforçam o perfil multipartidário dessas gerências. Na história recente, é impossível pensar em Goiânia sem fazer relação, por exemplo, com nomes como Pedro Wilson (PT), Nion Albernaz (PSDB) e Iris Rezende (PMDB), prefeitos que, a seu modo, deixaram marca na gestão da cidade.
No cargo por mais de um mandato, Nion e Iris são os nomes ainda mais lembrados quando o assunto é popularidade. Antecessor do atual prefeito, Iris construiu uma base sólida na capital, sobretudo entre os mais carentes, sendo considerado o esteio de um dos eixos políticos mais tradicionais da cidade. Embora tenha iniciado sua atuação como prefeito ainda em 1966, Iris montou um currículo político escalando diversos níveis de poder, até voltar à administração da capital, já em 2004, para dois consecutivos mandatos.
Nion, por sua vez, é lembrado pelo perfil inovador, que imprimiu sua marca com base numa administração planejada. Passou pela Prefeitura por três mandatos e, ainda hoje, é procurado para conselhos sobre sua experiência administrativa. Sua trajetória, ainda que atualmente em correntes opostas, está ligada à de Iris, que o nomeou prefeito em 1983 e era companheiro de partido quando da segunda gestão, em 1989. Em 1997 foi eleito já pelo seu atual partido, ficando conhecido pela gestão da cidade limpa, arborizada, que dedicou especial atenção às crianças e jovens carentes.
Pedro Wilson, ao lado de outro petista, Darci Accorsi, trouxe para a capital a marca da política social. Deixou uma marca que, somada ao apoio do PMDB, garantiu a permanência do partido à frente da administração municipal. A dobradinha PMDB/PT, aliás, tem provocado inquietude no PSDB de Nion, que articula meios de voltar ao poder na capital, a grande vitrine para qualquer atuação partidária. Mais recentes no posto, esses partidos ainda refletem marcas de atuações passadas.
Venerando deu prova de amor à cidade
No decorrer de sua história, Goiânia já foi comandada por chefes austeros e visionários. Seu primeiro comandante, o fundador Pedro Ludovico Teixeira, representa para Goiás o que Juscelino Kubitschek representou para o Brasil. Os dois foram agentes modernizadores e fizeram escola entre os administradores subsequentes. Pode-se dizer que, se Pedro – interventor federal em Goiás – não tivesse construído Goiânia, Juscelino possivelmente não teria construído Brasília.
Mantido no comando da cidade por dez anos, Venerando de Freitas Borges foi nomeado por Pedro Ludovico. Conduziu os rumos da nova capital de 1935 a 1945, quando foi sucedido por Ismerino Soares de Carvalho, também nomeado – por Eládio de Amorim. Relatos dão conta de que Venerando, professor, jornalista e exímio escritor, tinha convicções políticas definidas e de indiscutível amor a Goiás. Foi ele quem deu o toque inicial da vida de Goiânia, um administrador municipal de absoluta inteireza no trato dos negócios comuns
Interinamente, Ismerindo Soares de Carvalho e Orivaldo Borges Leão se revezaram à frente da gestão, entre 1945 e 1947, ainda por meio de nomeações. Documentos históricos relatam que Ismerindo foi quem datilografou o Código de Edificações de Goiânia. Eurico Viana, primeiro eleito diretamente, chegou ao poder em novembro de 1947. Na sua gestão, aprovou leis e ditou os rumos do desenvolvimento da capital, com projetos que tiveram uma importância fundamental na melhoria da qualidade de vida da população.
Venerando de Freitas voltou à Prefeitura pelo PSD em 1951 e deu início ao processo de arborização da cidade, uma marca ainda lembrada como característica marcante da capital. Na sequência, vieram Messias de Souza Costa, que assumiu interinamente, e João de Paula Teixeira Filho, eleito pelo PTB e tido como um hábil político e diplomata, com livre trânsito em todas as reuniões municipalistas que se efetivaram no Brasil. Jaime Câmara se elegeu pelo PSD e foi seguido por Hélio Seixo de Brito, pela UDN, que antecedeu Iris – cassado em 1969.
Leonino Di Ramos Caiado, assim como Manuel dos Reis e Silva, foi nomeado pelo governador Otávio Lage. Os próximos oito mandatos também foram provenientes de nomeações. Daniel Antônio e Joaquim Roriz, então do PMDB, se revezaram no cargo nas três gestões seguintes, antecedendo os mandatos de Nion, Darci, Pedro Wilson, Iris e Paulo Garcia (PT), que reforçaram o domínio de PSDB, PT e PMDB à frente da gestão municipal.
Fonte: Jornal O Hoje
1 comentários:
Write comentárioso nome nao é Ismerindo é Ismerino
Replyunico equivoco que encontrei