Goiano mora com mais luxo

Mercado de imóveis requintados cresceu 200% em oito anos e deverá aumentar em 15% até 2014 .

Casas, apartamentos ou mesmo lotes com preços que partem de R$ 1 milhão. É o mercado de imóveis de luxo em Goiânia que cresceu nada menos que 200% nos últimos oito anos. Um negócio que toma corpo, mas que ainda oferece produtos de nível e qualidade inferior, aos oferecidos em locais como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo ou Rio de Janeiro. As informações são do socio-proprietário da Invest Imóveis, Juliano Maia, empresa que possui um corpo de corretores especialistas na negociação de imóveis de luxo, administrados por ele e pelos sócios Marcelo Machado e José Augusto Farias. O grupo comercializa, em média, cinco imóveis de luxo por mês na capital.

São preciosidades com valores acima de R$ 1 milhão e que podem passar dos R$ 10 milhões com facilidade. A procura por eles cresce vertiginosamente com a expansão do crédito, queda nos juros, economia aquecida no País e elevação do poder aquisitivo, com a movimentação das classes sociais, que elevou o poder de compra das famílias e fez com que o bom gosto do consumidor em Goiânia também fosse elevado.

“É um público cada vez mais exigente, de gosto refinado e arrojado. São pessoas dispostas a pagar um pouco mais por itens como segurança, lazer e conforto, além da marca que levam alguns imóveis”, avalia Maia. Uma pesquisa recente coloca o Brasil em posição de destaque, ao lado da China, na elevação da demanda por artigos de luxo.

Pela localização privilegiada da capital e devido ao desenvolvimento econômico goiano, que puxa para cima a média nacional, Goiânia está incluída entre as seis cidades brasileiras onde o mercado de luxo encontra-se em expansão. Ajuda o fato de ter preços por metro quadrado ainda baratos, mesmo em imóveis luxuosos. “São atrativos para investidores de todas as partes do mundo”, completa Maia.

São apartamentos e mansões que vão dos 300 metros quadrados a 1,5 mil metros quadrados e localizados, principalmente, na região sul da capital, além de condomínios fechados. Um mercado em expansão e que deve crescer mais 15% nos próximos dois anos conforme avaliação de Juliano Maia.

Exigentes

O sócio-proprietário da Invest Imóveis, Juliano Maia, explica que a valorização do imóvel acontece primeiramente pelo conceito que emprega a marca. Em seguida, vêm os itens de acabamento, a localização e os benefícios que oferecem ao cliente. Em Goiânia, ele ressalta que há divergências nos quesitos que determinam o luxo.

O que é luxo aqui nem sempre se encaixa na mesma categoria em regiões onde esse mercado já está consolidado como São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte e Brasília. “Alguns imóveis, classificados como de luxo aqui em Goiânia, não recebem a mes-ma classificação em outras regiões do País”, esclarece.

Ele pontua que, como a cidade começou a ganhar empreendimentos de luxo há poucos anos, o conceito de luxo aqui é distorcido. “Em Goiânia é um pouco diferente do restante do País. Aqui é comum ver prédios considerados de alto padrão com detalhes como fachada com pintura em textura e outros itens que não se enquadram no perfil de luxo. Ou seja, o acabamento não é classe A”, avalia.

O consumidor está cada vez mais exigente, conta ele. Tem poder de compra e passa a conhecer e observar como o imóvel se vende e o que oferece. “A tendência é que o próprio consumidor passe a exigir mais qualidade quando se trata de luxo. O mercado vai ter que se adaptar”, diz ele.

Entre os principais compradores desse tipo de imóvel em Goiânia, estão duplas sertanejas, jogadores de futebol, além de empresários e investidores estrangeiros que ainda encontram, na capital, preços por metro quadrado relativamente baratos, em torno de R$ 5,5 mil, enquanto em regiões como São Paulo, os preços partem dos R$ 15 mil o metro quadrado.

Fonte: Jornal O Hoje