Suposto caso de espionagem do governo de Goiás vai ser investigado pela PGR
Caso haja indícios de prática de improbidade administrativa, uma investigação deverá ser aberta também pela Procuradoria Geral de Justiça
Thiago Burigato
Em entrevista concedida ao Opção Online na tarde desta sexta-feira (26/4), o procurador da República Helio Telho afirmou que o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) não tem em andamento uma investigação sobre o suposto caso de espionagem do governo de Goiás contra aliados e desafetos do governador Marconi Perillo. Ele ressaltou que como o chefe do Executivo tem foro privilegiado, a averiguação do caso compete à Procuradoria Geral da República.
Em entrevista concedida ao Opção Online na tarde desta sexta-feira (26/4), o procurador da República Helio Telho afirmou que o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) não tem em andamento uma investigação sobre o suposto caso de espionagem do governo de Goiás contra aliados e desafetos do governador Marconi Perillo. Ele ressaltou que como o chefe do Executivo tem foro privilegiado, a averiguação do caso compete à Procuradoria Geral da República.
O caso veio à tona na matéria de capa da revista CartaCapital desta semana, edição 746. Segundo a reportagem, haveria em Goiás um esquema de espionagem “desenhado e comandado de gabinetes do Palácio das Esmeraldas”. Pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo (PSDB) seriam responsáveis por contratar um hacker – de codinome Mr. Magoo - para grampear telefones e invadir perfis de aliados e adversários do tucano. Outra atribuição sua seria a criação de dezenas perfis falsos em redes sociais para defender Marconi e atacar seus desafetos.
Os articulistas do esquema seriam os radialistas Eni Aquino e Luiz Gama, contatos do Mr. Magoo; o Secretário de Articulação Política, Sérgio Cardoso, e o ex-chefe da Agecom, José Bittencourt, responsáveis pelos pagamentos do hacker. Ele receberia entre R$ 500 e R$ 7 mil de acordo com a complexidade do serviço e a importância do alvo.
Os articulistas do esquema seriam os radialistas Eni Aquino e Luiz Gama, contatos do Mr. Magoo; o Secretário de Articulação Política, Sérgio Cardoso, e o ex-chefe da Agecom, José Bittencourt, responsáveis pelos pagamentos do hacker. Ele receberia entre R$ 500 e R$ 7 mil de acordo com a complexidade do serviço e a importância do alvo.
Telho contou que o caso chegou até ele por meio de um jornalista goiano que o procurou “há duas ou três semanas” para denunciar o esquema. O procurador, então, pediu que o jornalista levasse até o MPF-GO as provas para que ele pudesse analisar a abertura de uma investigação.
Os indícios chegaram às mãos de Telho nesta quinta-feira (25/4) – e não na sexta, conforme foi publicado na reportagem da CartaCapital -, quando o jornalista foi até ele junto ao publicitário Gercyley Batista, uma das supostas vítimas do esquema. O material, que inclui depoimento e um pen drive, foi enviado por meio de um ofício ao PGR para que seja analisada a abertura de um inquérito.
O procurador diz que não analisou profundamente os arquivos recebidos, mas garante que não havia entre eles nenhuma interceptação. “Só o que vi foram conversas entre Mr. Magoo e Gercyley”, disse Telho.
“O que me chamou atenção foi o fato de que em várias mensagens Luiz Gama prometeu cargos públicos ao suposto hacker, e ele fala também em faturas. Se for comprovado que estavam sendo usados recursos públicos para a contratação de um serviço de espionagem, isso configura peculato”, ressaltou.
O procurador reforçou que o MPF-GO não deve realizar nenhuma investigação sobre o assunto e diz que, caso haja indícios de prática de improbidade administrativa, uma investigação também deverá ser aberta pela Procuradoria Geral de Justiça.
Fonte: Jornal Opção