Diante de ameaça de greve, Setransp emite nota reafirmando abertura para negociação

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Em nota emitida na manhã desta segunda-feira (29/4) o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp) informa que se mantém determinado a chegar a um acordo com os motoristas do transporte coletivo de Goiânia, que ameaçam a paralisação dos serviços a partir do próximo dia 2 como forma de reivindicar reajuste salarial de 20% no salário-base, hoje de R$ 1.132, e de 35% no ticket- refeição, atualmente de R$ 300, dentre outras melhorias.

Após reiterar que a ameaça de greve é uma manifestação legítima e comum em período de dissídio, o Setransp frisa que os possíveis prejuízos aos usuários “não refletem o espírito de negociação e entendimento mantidos entre as partes, com a ajuda do MPT [Ministério Público do Trabalho] e da DRT [Delegacia Regional do Trabalho].”

Ao final da nota o sindicato pede aos passageiros que denunciem à Rede metropolitana de transporte coletivo de Goiânia (RMTC) qualquer “anomalia” quanto ao serviço de transporte público do dia 2. O número para reclamação é o 0800-648-2222.

Os motoristas anunciaram a possível greve após assembleia-geral da categoria no domingo (28), sendo que as negociações tiveram início em janeiro. Diante da reivindicação de aumento salarial de 20%, a contrapartida do Setransp foi de 7% – antes havia sido de 6,77% com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de março.

Em entrevista ao Opção Online nesta segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte), Alberto Magno, disse que até segunda ordem a paralisação está mantida para a próxima quinta-feira (2).

Está prevista para hoje ou amanhã uma reunião entre o Sindittransporte e o Setransp, a ser mediada pelo MPT. “Mantemos a decisão sobre a greve, que foi aprovada em assembleia, mas seguimos abertos à negociação. Agora resta ao Setransp apresentar uma contraproposta, caso contrário, não temos outro caminho”, afirma Magno.

Apesar da ameaça de greve e de o transporte público se encaixar nos serviços essenciais, que por lei não podem ser interrompidos completamente em caso de greve, ainda não está definida a quantidade de ônibus que atenderá à demanda em caso de as negociações dos próximos dias não surtirem efeito. O presidente do sindicato da categoria informa que a lei não determina o número de carros que devem rodar em caso de paralisação e que por isso foi encaminhado um ofício para o Setransp para que seja definido.

“Em todo caso, se não chegarmos a um acordo, o MPT já definiu que não vai negociar porcentagem salarial, e sim entrará com um dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho [TRT-GO], que poderá decidir por meio de negociação entre as partes ou por sentença”, explicou Alberto Magno.

As outras reivindicações dos motoristas são: 20% de reajuste da gratificação do salário-base, que a cesta-básica natalina seja substituída pelo valor de 50% do ticket-refeição (R$ 150) e que não seja cortado o valor diário do vale alimentação em caso de atestado médico até o nono dia.

Fonte: Jornal Opção