‘Meu couro está grosso’, diz Marconi
Em resposta à vaia de alguns fiscais da Agrodefesa ontem de manhã, governador foi duro e ameaçou cortar reajuste.
O governador Marconi Perillo (PSDB) respondeu aos fiscais da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que reivindicam aumento salarial, que seu couro está grosso, durante a solenidade de entrega de 182 veículos à Agência na Praça Cívica, na manhã de ontem. A resposta foi dada porque parte dos fiscais presentes no evento zombou do presidente da Agrodefesa quando ele disse: “Eu tenho que tomar cuidado com o que eu peço ao governador, porque até hoje ele não me negou nada”.
Marconi declarou que não está se importando com manifestações, reivindicações e críticas, porque ele é um democrata e isso faz parte da democracia. “Meu couro está grosso. Não adianta achar que vou me importar com manifestações, às vezes injustas. Se forem justas, serão atendidas”, garantiu.
Após as vaias, Antenor disse que os fiscais estavam cometendo uma injustiça, porque o aumento havia sido autorizado. Neste instante, Marconi aparentemente indignado, interrompeu o discurso de Antenor, tirando-lhe o microfone, e disse que “dependendo da manifestação aqui, vou desautorizar”. Antenor continuou, explicando ao governador que as vaias vieram de meia dúzia de fiscais e que ele os havia avisado da autorização do aumento.
Em seu discurso, Marconi afirmou que a remuneração, os planos e a valorização do ser humano são importantes e que respeitava a mobilização dos funcionários da Agrodefesa, especialmente dos fiscais. Ele classificou a reivindicação como justa, mas pediu para não cometerem injustiça.
O chefe do Poder Executivo explicou que tem conversado com o Conselho Estadual de Políticas Salariais e Relações Sindicais (Consid) sobre as muitas reivindicações de aumento salarial e concursos. “Estamos avaliando o que é possível, para que nossos compromissos sejam cumpridos perenemente”, esclareceu. No caso dos fiscais, cujo acordo foi realizado em 2012, o tucano reafirmou que o aumento foi autorizado por ele e pelo Consid. Ano passado, os fiscais entraram em greve dia 30 de julho e voltaram dia 27 de agosto, após o governo sinalizar um acordo.
Marconi ressaltou que participa de política há 30 anos e, neste tempo, viu um governo bem intencionado, de Henrique Santillo, realizando planos de carreiras e atendendo reivindicações salariais de servidores, mas criticou o governo que o sucedeu, de Iris Rezende (PMDB), que teria jogado tudo por “água abaixo”. Segundo o governador, Iris acabou com o plano de carreira da educação, com outros planos de carreira e congelou o salário por um ano, num tempo em que a inflação chegava a 80%.
Já em seu primeiro governo, de 1999 a 2002, o chefe do Poder Executivo disse que valorizou os servidores, na prática, ao pagar rigorosamente em dia. Apesar de ser uma obrigação do governante, ele argumentou que os outros não faziam. Marconi lembrou ainda do pagamento do 13° salário no mês do aniversário e de aumentos salariais para professores, policiais, entre outras categorias. “É melhor a gente ter prudência e cuidado no exame das reivindicações, para que elas sejam cumpridas, do que fazer atabalhoadamente, sem planejamento e previsão de dinheiro”, argumentou.
Fonte: Jornal O Hoje