Porto Seco implanta sistema alternativo
O Porto Seco de Anápolis vai implantar um sistema alternativo de exportação de grãos para evitar que as cargas que saem da estação aduaneira enfrentem atrasos de carregamento nos portos marítimos de Santos, Paranaguá e em outras unidades existentes no litoral brasileiro. “Estamos trabalhando para viabilizar a exportação de grãos partindo de Anápolis com toda a parte burocrática já solucionada, o que deixa nossas cargas prontas para o embarque nos portos marítimos do país”, anunciou o superintendente do Porto Seco, Edson Tavares revelando que este sistema alternativo começa a funcionar no final de abril ou começo de maio.
De acordo com Edson Tavares, os sucessivos atrasos no despacho de cargas de grãos para exportação já fez com que a China cancelasse uma encomenda de 2 milhões de toneladas de soja produzidas no Brasil. “Outros países da Europa estão seguindo o mesmo caminho”, acrescentou o superintendente anunciando que o sistema que será implantado no Porto Seco de Anápolis permitirá a exportação de 200 mil toneladas de soja, milho e sorgo. Hoje, os silos do Porto Seco têm uma capacidade de armazenagem de grãos de 45 mil toneladas.
Ele explicou que pelo sistema que será implantado na estação aduaneira local, as cargas já saem de Anápolis com o Regime de Exportação expedido pela Receita Federal e já vistoriadas pelo Ministério da Agricultura, exigências necessárias para exportação de grãos. “Este sistema será a solução para a exportação de grãos produzidos na Região Centro-Oeste”, garante Edson Tavares revelando que o Porto Seco está reforçando sua estrutura para o início das operações de exportação, através de contêineres.
Silo pulmão
Para estufar ou encher os contêineres, o Porto Seco está importando uma peça para ser encaixada no silo pulmão do seu conjunto de silos, de onde eles vão receber os grãos por gravidade, com o apoio de um conjunto de correias, considerado um sistema mais rápido e eficiente. Em médio prazo, Edson Tavares quer utilizar os portos marítimos existentes no Norte do País para a exportação de grãos, diferente do que ocorre hoje com as exportações sendo feitas apenas pelos portos de Santos e Paranaguá, onde o cenário logístico é caótico.
Segundo ele, para ser mais eficiente, o modelo que será implantado em Anápolis necessitaria do funcionamento da Ferrovia Norte Sul e de mais investimentos na Ferrovia Centro Atlântica para que ela compartilhe mais cargas através de contêineres, além de novas ferrovias na região norte do País. “Mesmo sem estes investimentos, o Porto Seco de Anápolis vai incentivar a implantação do mesmo sistema de exportação de grãos”, acredita o superintendente revelando que no Mato Grosso alguns terminais já operam por este sistema.
Ele revelou que o frete através de contêineres é mais barato do que é feito por navios graneleiros, que não operam em qualquer porto. “A solução mundial é a movimentação de grãos para exportação através de contêineres”, disse o superintendente citando como exemplo de eficiência desse sistema, as 29 milhões de toneladas movimentadas em contêineres nos portos de Xangai e de 23,7 milhões no de Hong Kong, enquanto que no Brasil a movimentação no porto de Santos foi de apenas 8 milhões de toneladas. Hoje, o custo de embarque de um contêiner no porto de Santos é de US$ 2.215, enquanto que no de Xangai é de US$ 580 e no de Hong King é de US$ 575. “Esse é o prejuízo da falta de infraestrutura de transporte no Brasil”, garante o superintendente.
Fonte: Diário Anapolis