Paulo diz porque quer mudar Plano Diretor
Com reações contrárias dentro da própria base, prefeito de Goiânia defende alterações propostas à Câmara e tenta apaziguar.
Com a bancada de seu partido dividida na Câmara de Goiânia, em relação ao Plano Diretor (PD), o prefeito Paulo Garcia (PT) procura apaziguar os ânimos, defendendo a aprovação da matéria.
Ao comentar recomendações dadas à sua base de apoio, o prefeito justificou as alterações ao PD. “As modificações são pontuais e necessárias para que a gente continue promovendo qualidade de vida e desenvolvimento sustentável na cidade de Goiânia”.
O racha no PT ficou evidente na audiência pública realizada na sexta-feira, na Câmara, com as posições divergentes entre o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Carlos Soares, e Djalma Araújo. Enquanto Soares defende o projeto do Paço, sem ressalvas, Araújo prega a rejeição do mesmo, com o argumento de que ele beneficia os setores empresarial e imobiliário da capital.
Dessa forma, o petista reforça o coro da oposição, coordenada pelo PSDB e Psol, de que as alterações feitas pelo Paço Municipal são superficiais, e que visam tão-somente dar um ar de legalidade a empreendimentos construídos de forma irregular, a exemplo das instalações do centro de distribuição do Hypermarcadas, na região norte da cidade.
O prefeito reforça o discurso de Carlos Soares, de que falta conhecimento da oposição ao projeto. A matéria tramita desde o final do ano passado, mas foi retirada às pressas pelo Paço, diante de resistências manifestadas até mesmo por vereadores de partidos aliados.
“Já havia uma discussão prolongada sobre o tema, há uma necessidade premente para que o desenvolvimento continue acontecendo, para que investimentos sejam feitos nesta cidade”, frisou Paulo. ”Portanto, é um plano que espero que a Câmara discuta profundamente, realize as audiências públicas necessárias, e aprove para que a gente possa continuar trabalhando”, ponderou.
Sobre a questão que envolve o Hypermarcas, o prefeito procura não entrar na polêmica, mas mostra que defende o empreendimento. “Do que eu conheço desse assunto é que a empresa pretende desenvolver ali um grande polo logístico de distribuição de toda a sua indústria instalada no País. Portanto, isso gera emprego, isso gera renda, isso gera salário, isso promove qualidade de vida”.
O Ministério Público estadual, por meio do titular da Promotoria de Justiça de Urbanismo, Maurício José Nardini, acompanha de perto o desenrolar dos fatos em torno do Plano Diretor.
Em dezembro, ele protocolou recomendação ao então presidente da Câmara, Iram Saraiva (PMDB), preocupado com o que ele classificou de inobservância de requisitos legais necessários à apreciação da proposta do Paço. Nardini listou itens como a criação de uma comissão específica para aprofundar estudos sobre o tema, realização de audiências públicas, entre outros.
Fonte: Jornal O Hoje