Prefeitura de Goiânia: Paulo admite que situação das finanças é preocupante
Ao responder pelo Twitter um internauta, prefeito disse que é chegada a hora de enxugar a máquina.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), admitiu ontem no Twitter que a situação financeira da Prefeitura é preocupante. Questionado por um internauta se o Executivo está entrando em colapso, ele respondeu que a “expressão é muito forte” e completou: “Mas o que o secretário disse é o que estamos dizendo a algum tempo, e é chegada a hora de enxugar a máquina”.
O prefeito estava se referindo à entrevista do secretário de Finanças, Cairo Peixoto, ontem ao POPULAR, quando ele disse que a situação financeira do município está “próxima do caos” e defendeu cortes de benefícios salariais de servidores. Ontem o POPULAR tentou ouvir o prefeito, mas ele não respondeu às ligações.
Ainda no Twitter e em reposta a outro comentário, Paulo disse estar “com total controle do que deve ser feito” para avançar. Ele disse que a Prefeitura “só tem cerca de 1,1 mil comissionados” e que o único fator que preocupa a é o “crescimento constante da folha” e acrescentou que isso “é consequência de diversos fatores históricos”.
O IMPASSE
De acordo com o secretário de Finanças, o Paço terá de cortar benefícios dos servidores, como incorporações, gratificações e horas extras, além de suspender readequações salariais e a criação de novos cargos, para evitar atrasos no pagamento.
Uma portaria suspendendo adicionais de incentivo, insalubridade e periculosidade dos servidores por tempo indeterminado chegou a ser publicada no Diário Oficial do município, mas diante do alvoroço da notícia entre os funcionários, o prefeito Paulo Garcia (PT) revogou a decisão na sexta-feira, tornando-a sem efeito.
Na entrevista ao POPULAR depois da revogação da portaria, o secretário manteve sua posição sobre a necessidade de cortar esses benefícios e assegurou que esta medida é apenas inicial. Segundo ele, se essas ações não resultarem em melhora da situação financeira da Prefeitura a saída deve ser reduzir gastos com a máquina administrativa, entre eles aluguel, energia, água, telefone, combustível e material de expediente, gastos que, segundo ele, somam 4,5% da receita do município (cerca de R$ 6,5 milhões), mas que deveriam chegar, no máximo, a 3%.
Cairo, que assumiu a pasta de Finanças no final de janeiro, reclama que chegou para aumentar a arrecadação, mas que virou um burocrata e que não faz outra coisa que não seja atender cobrador. Ele chegou a dizer que não tinha conhecimento da situação financeira da Prefeitura antes da posse e que não esperava que estivesse tão ruim. O secretário disse que tem como meta estruturar a máquina e reciclar a metodologia de trabalho para então aumentar a arrecadação do município.
Fonte: Jornal O Popular