Sem faixa, pedestre fica mais vulnerável

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Registros do Hospital de Urgências revelam cem atropelamentos por mês. No período, 3 mil multas emitidas

Atravessar ruas e avenidas de Goiânia como pedestre é uma tarefa arriscada. Uma simples ação realizada pela maioria das pessoas diariamente pode até mesmo custar a vida. Por mês, pelo menos cem pessoas são atropeladas enquanto caminham dentro ou fora da faixa de pedestre e dão entrada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) com graves ferimentos. Durante o ano passado, foram mais de mil ocorrências. As faixas de pedestre sempre foram zonas de conflito entre os motoristas e transeuntes, mas a falta de manutenção da sinalização horizontal tem agravado a situação.

Parte das faixas do setor central, uma das regiões com o maior número de pedestres caminhando todos os dias, observada pela reportagem na tarde de ontem, está apagada. Com a sinalização falha e deteriorada pelo tempo, nem os pedestres e muito menos os motoristas fazem questão de respeitar as regras de trânsito.

A situação se repete ainda em locais em que existe a presença de equipamentos de fiscalização. De acordo com dados repassados pela Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT), por mês mais de 3 mil motoristas são multados por parar em cima da sinalização. E o aumento anual desse tipo de desrespeito é progressivo. Em 2012, a quantidade de multas aplicadas pelo órgão de trânsito foi 13% superior.

Tanto os pedestres quanto os motoristas cometem infrações diariamente nas faixas de pedestre. No entanto, os pedestres ainda não são punidos pelas infrações. Mas, conforme consta no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), todos os cidadãos têm responsabilidade de manter o equilíbrio nas relações de trânsito. Mas, fora das páginas do código que rege a legislação, os motoristas são sempre apontados como os principais vilões dessa relação.

Multa

O pedestre também é passível de ser penalizado por comportamento abusivo e irresponsável no trânsito. Pelo artigo 254 do Código de Trânsito, a multa para o pedestre custa R$ 26,60. Mas a realidade, devido à falta de regulamentação por questões jurídicas, é diferente. Pedestres infratores continuam sem notificações, mesmo que a multa esteja prevista no código, desde 1996.

A assessoria de imprensa da SMT informou, por meio de nota, que nos meses de janeiro e fevereiro deste ano o Departamento Operacional da pasta sinalizou 49 ruas e 321 cruzamentos. A SMT solicita periodicamente laudos técnicos por lote para averiguar a qualidade das tintas e das placas utilizadas na sinalização da cidade. O desgaste do material ocorre em virtude do alto volume de tráfego das vias e das condições do pavimento asfáltico.

Fonte: Jornal O Hoje