Coleta de lixo: Mutirão para tirar 9 mil toneladas
Comurg coloca funcionários de outras áreas para ajudar a tirar o lixo que se acumulou nas ruas de Goiânia.
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) afirmou ontem que 30% do lixo doméstico que deveria ter sido recolhido na capital nos últimos 13 dias ainda estão na rua, o que equivale a 9 mil toneladas. Desde o final de fevereiro, a coleta de lixo está prejudicada, primeiro pela substituição de uma das empresas que alugava caminhões compactadores, a Lopac, por outra que venceu uma licitação de locação de veículos na Prefeitura, a Tecpav, e, depois, pela paralisação de cinco dias dos serviços da outra empresa que aluga caminhões, a Metropolitana.
Desde ontem, teve início uma força-tarefa criada pela Comurg para normalizar a coleta em nos próximos cinco dias. Todos os funcionários foram convocados para irem às ruas ajudar os garis, seja também coletando o lixo, seja dando apoio logístico ou moral. “Vamos concluir o recolhimento de todo o lixo domiciliar até a noite de terça-feira”, disse o presidente do órgão, Luciano de Castro, na manhã de ontem, durante a concentração da frente de trabalho na Praça da Vila União.
A meta era de remover, somente ontem, os resíduos domésticos de 300 bairros da região oeste da capital. “Começamos por essa região porque é a maior. Amanhã (hoje), vamos para outra parte”, disse o diretor de coleta da Comurg, Ailson Alves da Costa. De acordo com a assessoria da Comurg, foram recolhidos até o fim do dia mais de 2 mil toneladas ontem, 700 quilos a mais do que é coletado em média diariamente das ruas.
Hoje, a concentração se dará na Praça George Washington, no Jardim Novo Mundo, e vai abranger bairros da região Leste-Sul.
Todos os 7,2 mil servidores do órgão estão convocados para participar do mutirão de limpeza. Os servidores da área administrativa ficaram na coordenação dos trabalhos, liberando as equipes e preparando relatórios, e também no apoio ao pessoal do operacional, que foi para as ruas recolher o lixo acumulado.
Segundo Ailson, a ação contou com 100 veículos para recolher e transportar resíduos. Além dos caminhões dos departamentos de obras, jardinagem e remoção, o mutirão também utiliza veículos menores do órgão, como picapes e Kombis, usados normalmente para transportar funcionários e ferramentas.
Servidor da superintendência de Parques e Jardins, o jardineiro Jean de Souza Leão, de 37 anos, participou do mutirão na manhã de ontem. “Trabalho plantando mudas nos canteiros e praças. É a primeira vez que vou coletar lixo, mas acho que faz parte”, afirmou.
Outro jardineiro, que preferiu não se identificar temendo represálias, discordou do colega. “Vim porque fui convocado. Acho que recolher lixo não é a minha função. Se a gente não vem, depois eles chamam na regulagem, ficam perseguindo, entende?”
Ontem, o presidente da Comurg afirmou que a Metropolitana paralisou os serviços porque tem cerca de R$ 900 mil a receber da prefeitura e teria a expectativa de continuar prestando o serviço. Segundo Luciano, o contrato não será renovado porque a administração municipal está adquirindo 40 veículos compactadores. Ele garante que os novos caminhões estarão nas ruas em cerca de 60 dias.
A prefeitura locava veículos por meio de contratos emergenciais desde meados de 2012, quando suspendeu o serviço prestado pela Delta Construções por conta do envolvimento da empresa no escândalo da Operação Monte Carlo.
“Eles queriam ver se dava para prorrogar o contrato”
O presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Luciano de Castro, diz que está devendo R$ 900 mil para empresa que aluga caminhões de lixo e que Metropolitana queria negociar prorrogação de contrato.
Por que a Metropolitana parou?
Parou para que pudesse resolver as pendências que existe na área burocrática. Porque há um contrato que vai ser encerrado em breve, assim que os caminhões novos já estiverem em funcionamento. Eles queriam ver se tinha condição de prorrogar o contrato.
Os novos caminhões chegam quando?
Eles já estão em Goiânia. Estão sendo montados e paramentados. Eles vão estar nas ruas em até 60 dias.
Teve algum empenho para a Metropolitana esse ano?
Ainda não. Existe duas medições, referentes a janeiro e fevereiro, que vão ser empenhadas assim que o orçamento abrir.
No valor de quanto?
Em torno de R$ 900 mil por mês. O resto já foi empenhado, receberam já uma parte, e o que falta agora é o empenho de janeiro e fevereiro porque o orçamento ainda não abriu.
Qual foi a negociação para que a empresa voltasse à operação?
Não houve uma negociação. Houve um entendimento. Eles entenderam que a prefeitura está disposta a resolver aqueles problemas que por ventura existe, e a empresa também entendeu que tem que atender a prefeitura, que é um serviço essencial.
Fonte: Jornal O Popular