Sinalização excessiva nas ruas

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Excesso de placas de sinalização em ruas de Goiânia modifica a paisagem das vias e gera confusão para o condutor

O motorista mais atento já deve ter observado uma característica bastante comum no trânsito de Goiânia: o número excessivo de placas de sinalização. Em algumas vias, como a Rua 10 e Avenida Anhanguera, por exemplo, é bastante visível essa característica. Além das placas que orientam sobre a fiscalização da faixa  exclusiva de ônibus (no caso da Rua 10),  há também placas de proibido estacionar em diversos pontos, bem próximas umas das outras. No último caso, tais sinalizações estão afixadas  até em postes de iluminação pública.

Para o engenheiro civil Benjamim Jorge Rodrigues dos Santos, professor universitário e doutor em engenharia de transporte, as placas são necessárias, no entanto, o que não pode haver é a proliferação excessivas delas. Segundo ele, o excesso gera confusão no motorista, portanto é preciso que a colocação das advertências siga uma normatização. Nesse sentido, Benjamim fala sobre os três pilares do trânsito: educação, engenharia e fiscalização, seguida de punição. A educação, quesito mais importante, deveria ter maior atenção por parte dos órgãos reguladores, com foco num trânsito seguro e solidário, segundo ele.

De acordo com o engenheiro cívil, outro problema na capital diz respeito aos semáforos, que deveriam ser visitados por técnicos de seis em seis meses, o que ele acredita que não acontece. Benjamim diz que o resultado disso são lâmpadas sujas, que dificultam ao condutor visualizar se o sinal está vermelho ou verde. Além disso, destaca que falta coordenação semafórica em vias mais movimentadas. “O sinal abre, mas  quando dirigimos alguns metros, nos deparamos com um sinal vermelho. Isso inviabiliza a fluidez do trânsito”, diz o especialista.

Além das questões técnicas li­gadas a sinalização, o engenheiro Benjamim Jorge Ro­dri­gues acredita que Goiânia de­ve­ria ter também mais agentes de  trânsito. “E os agentes que es­tão nas ruas deveriam ser ins­truí­dos a alertar primeiro o mo­torista e depois multar, o que não ocorre”, pontua o especilista.

Retiradas

Titular da Secretaria Muni­ci­pal de Trânsito (SMT), José Ge­raldo Freire admite que existe atualmente na capital uma ex­cessiva quantidade de placas de sinalização, mas que providências estão sendo tomadas em relação ao problema. Segundo o secretário, a necessidade de placas veio do levantamento dos  agentes de trânsito que na época consideraram poucas as existentes. Logo foi percebido que a ação deixou a cidade mais poluída visualmente. A retirada das sinalizações em excesso teve início no final da semana passada. Com a alteração,  a sinaliação ficará de acordo com as normas do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), que estabelece pelo menos 60 metros de distância entre uma placa e outra.

Ainda segundo José Geraldo, a SMT vai  colocar botoeiras em alguns semáfos e pintar faixas de pedestres que estão apagadas. Ele explica que Goiânia tem hoje 1200 faixas de pedestres e que nos primeiros seis meses do ano 400 tiveram suas linhas reforçadas. “A durabilidade da pintura é de 1,5 a 3 anos, variando o tipo de pintura usado. Com a licitação concluída concluiremos as demais em prazo eficiente”, diz.
A respeito das condições das lâmpadas dos semáforos, José Geraldo destacou que as lâmpadas que estão apresentando problemas estão sendo substituídas. Os semáforos, segundo ele, serão equipados com lâmpadas de led, mais modernas.

Fonte: Tribuna do Planalto