Airship tem primeiro pedido de dirigíveis
Os primeiros dirigíveis poderão carregar até 54 t de carga a 100 km/h, o equivalente à capacidade de 2 caminhões, com possibilidade de chegar a 500 t no futuro.
Autonomia de voo chegará a 6 meses sem reabastecimento ou 2 meses caso o compartimento de gás seja perfurado por 2 tiros de canhão.
Veículo será feito com estrutura em fibra de carbono, o que o torna 80% mais leve do que os antigos dirigíveis
A Airship, uma sociedade entre a Transportes Bertolini e a Engevix para o produção de dirigíveis de carga, já recebeu os primeiros pedidos. O primeiro veículo será entregue para a Eletronorte em 2016 e será usado para levar pessoal, equipamentos e torres de transmissão de energia a áreas remotas da Amazônia.
O segundo será adquirido pela própria transportadora com sede em Bento Gonçalves (RS), que tem 50% do negócio, para movimentação de mercadorias em contêineres entre a Zona Franca de Manaus e uma central de distribuição rodoviária em Goiânia.
"O governo do [Estado americano] Alaska também fez contato conosco", acrescentou o empresário, que não informou o valor de venda dos futuros veículos.
A empresa ainda desenvolve projetos de "balões-guindastes" e já produz aeróstatos (veículos flutuantes fixos), sendo que pelo menos três deles são usados em missões de vigilância no país, acrescentou Caleffi, sem dar detalhes.
O dirigível da Airship começou a ser desenvolvido em 1992 em parceria com o Exército, como parte de um projeto que buscava alternativas para transportar suprimentos na Amazônia.
Mais tarde, a Engevix, do grupo Desenvix, entrou no negócio, interessada na busca de um sistema para movimentação de materiais de construção em áreas remotas. Hoje a empresa tem sede em São Carlos (SP), onde já trabalham 50 engenheiros e será construída uma fábrica para o protótipo do veículo. A licença ambiental para a instalação da unidade acabou de sair, mas a produção em escala industrial poderá ser feita depois em outra cidade, que não foi revelada.
Os dirigíveis usarão gás hélio, não inflamável, para flutuação e terão quatro motores a diesel que permitirão voar a 100 quilômetros por hora a até 700 metros de altura. Com eles, uma viagem entre Manaus e Goiânia levará apenas 26 horas, contra 8 dias, em média, necessários para cumprir o trajeto de caminhão.
Os primeiros dirigíveis poderão carregar até 54 toneladas de carga em contêineres, o equivalente à capacidade de dois caminhões, com possibilidade de chegar a 500 toneladas no futuro. A tripulação será formada por 4 pessoas e a autonomia de voo chegará a seis sem reabastecimento ou dois meses caso o compartimento de gás seja perfurado por dois tiros de canhão. O veículo será feito com estrutura em fibra de carbono, o que o torna 80% mais leve do que os antigos dirigíveis, que voavam durante a década de 1930, disse Caleffi.
Fonte: Valor