Balança comercial: Saldo goiano cobre quase 2 vezes o déficit do Brasil
Um crescimento de 43% nas exportações de carne bovina e de 64% nas vendas internacionais de ferroliga fizeram Goiás exportar US$ 660 milhões em julho, enquanto as importações ficaram em US$ 396 milhões, o que gerou um superávit de US$ 264,8 milhões. De janeiro a julho, o Estado acumula um saldo comercial de US$ 1,78 bilhão, valor suficiente para cobrir quase duas vezes o déficit de US$ 916 milhões da balança comercial do País no período. Este saldo é resultado de exportações de US$ 4,3 bilhões e importações de R$ 2,5 bilhões nos sete primeiros meses do ano.
“É o maior saldo comercial acumulado da história de Goiás”, destaca o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, William O’Dwyer. O aumento da exportação de carne bovina de Goiás é resultado do fim do embargo de países do Oriente Médio e América do Sul à produção brasileira. O secretário lembrou que o Egito, um importante entreposto para o Oriente Médio, com o Porto de Sait, apareceu pela primeira vez entre os quatro maiores parceiros comerciais do Estado.
Já as exportações goianas de ferroligas (ligas à base de ferro, níquel e cromo), utilizadas pelas indústrias naval e automobilística da Europa, Estados Unidos e China, cresceram com o avanço da demanda internacional. Com uma leve recuperação da indústria mundial nos últimos meses, Goiás foi privilegiado por ser um dos maiores produtores nacionais destes minérios, como o níquel. Para O’Dwyer, isso também pode ser um sinal de início de recuperação da economia mundial.
No mês de julho, os produtos do complexo soja continuaram sendo os mais exportados por Goiás. Vale lembrar que o efeito da soja sobre a balança é sazonal e varia de acordo com a evolução da colheita, mas o secretário ressalta que o Estado ainda tem bons estoques do grão para exportação este ano.
PARCEIROS
As exportações goianas tiveram o terceiro melhor desempenho dos últimos 10 anos. Somente as compras feitas pelo Egito somaram US$ 47,4 milhões, com destaque para soja e carne. “O mercado egípcio é estratégico para o Oriente Médio e África. Um parceiro com o qual desejamos estreitar nossos laços comerciais nos próximos meses”, adiantou O’Dwyer. Outros importantes parceiros foram Rússia e União Europeia.
“Mas vamos continuar buscando novos parceiros”, garante o secretário de Indústria e Comércio. Para isso, o governo estadual já tem duas grandes reuniões agendadas para este ano. Uma na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), com mais de 100 empresários, a maioria estrangeiros, e outra em Brasília, no dia 17 de setembro, quando o Estado apresentará seu potencial econômico.
Para O’Dwyer, Goiás vive uma nova fase para o comércio exterior, com perspectivas muito promissoras. Segundo ele, nos últimos meses também foram assinados vários protocolos de intenções para investimentos de empresas no Estado, que no futuro devem ajudar a incrementar as exportações.
Nos próximos meses, a balança comercial goiana também deve apresentar os reflexos do fim do embargo da China à carne brasileira, anunciado em julho. Os embargos eram mantidos desde 2012 após um caso atípico de vaca louca no Paraná. “Nosso produto será ainda mais aceito no mundo”, prevê O’Dwyer.
IMPORTAÇÕES
As importações goianas cresceram 7% em relação a julho de 2013. Mas O’Dwyer diz que são importações feitas para incrementar ainda mais a produção goiana, com o crescimento da economia local. Entre os produtos mais importados, estão veículos automóveis, tratores e suas partes e acessórios, produtos farmacêuticos, adubos e fertilizantes, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos. “São matérias-primas e insumos para a indústria produzir mais, ou seja, um investimento no setor produtivo”, destaca.
Fonte: Jornal O Popular