Cores se espalham pelas ruas da capital e cidades do interior

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Ipês floridos na Avenida Pedro Ludovico, no Parque Oeste Industrial, Região Sudoeste de Goiânia

Clima seco e quente é favorável à florada dos ipês, que embelezam a capital e cidades do interior

A população goiana está sendo brindada nesta época do ano com cenas de rara beleza. Ruas e avenidas de diferentes bairros da capital e de cidades do interior ostentam ipês exuberantes, com flores nas cores amarela, rosa, branca e rôxa. O colorido proporcionado pelas árvores, muitas vezes plantadas em fileiras nos canteiros centrais e passeios públicos, chama a atenção de crianças, jovens, adultos e idosos. Não raro, pessoas de todas as idades registram em foto o encanto proporcionado pelos ipês.

Como uma espécie de magia, os ipês florescem na maior parte do País entre os meses de junho e setembro, mais precisamente quando o clima atinge o ápice do calor, da baixa umidade do ar e da falta de chuvas. O diretor de Áreas Verdes da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Antônio Esteves, destaca que o ipê se reproduz na adversidade. “Quanto mais rigorosa for a seca, mais o ipê se floresce e se fortalece”, sublinha. A professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Sabrina do Couto de Miranda, mestre em Botânica e doutora em Ecologia, acrescenta que a floração intensa dos ipês constitui uma estratégia reprodutiva que visa atrair o maior número de polenizadores e, assim, otimizar a reprodução.

Antônio Esteves assinala que existem catalogadas pelos botânicos mais de 200 espécies de ipês. As que têm flores amarelas, brancas e rôxas são nativas. Já os ipês com flores na cor rosa são originários da América Central e caracterizados na literatura científica como espécies exóticas. O ipê amarelo, de acordo com o ambientalista, é o que apresenta maior diversidade de espécies no País. Exatamente por isso, é apontado como a árvore que simboliza o Brasil.

O diretor de Áreas Verdes da Amma acentua que o ipê, possivelmente por sua exuberância e diversidade, é a espécie arbórea mais plantada no País. O fato de atingir portes diferenciados - do pequeno ao grande - também atrai o interesse da população. “O ipê pode ser plantado em diferentes locais, em quintais, jardins, praças, passeios públicos e chácaras. As espécies de pequeno porte, observa o ambientalista, permitem que a árvore sobreviva sob equipamentos públicos, como a fiação elétrica, sem riscos para a população.

Na maioria das vezes, entretanto, os ipês nascem naturalmente, nos mais inusitados lugares. Sabrina Miranda observa que na magia do processo reprodutivo, depois da polenização, os frutos dos ipês se abrem e as sementes são levadas pelo vento para os mais diversos locais. As chuvas que ocorrem em seguida favorecem o êxito da germinação. “As sementes são levadas pelo vento para longe da mãe, o que garante a sobrevivência dos seus descendentes”, pontua a professora da UEG.

Fonte: Jornal O Popular (Maria José Silva)
Foto: Sebastião Nogueira