Aviação Regional: Plano inclui dez aeroportos goianos
Quatro deles já estão em fase de estudos. Total de investimentos será de R$ 392,3 milhões
Goiás terá dez aeroportos de municípios do interior beneficiados pelo Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR), anunciado recentemente pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). Ao todo, os aeroportos goianos devem receber R$ 392,3 milhões em investimentos, sendo que quatro deles (Caldas Novas, Catalão, Itumbiara e Porangatu) já estão em fase de estudos preliminares, que definem os aspectos gerais das obras e têm prazo de 60 dias para serem finalizados.
Após a conclusão do estudo preliminar, caso não haja impedimento específico, começa a fase de elaboração do anteprojeto para licitação. De acordo com a Secretaria de Aviação Civil, os demais aeroportos incluídos no programa são de Alto Paraíso de Goiás, Anápolis, Jataí, Minaçu, Pirenópolis e Rio Verde, que ainda estão na fase inicial de estudo de viabilidade técnica, que avalia questões ambientais e legais. Os municípios foram escolhidos pelo índice populacional, Produto Interno Bruto (PIB), localização geográfica e questões sócio-econômicas e turísticas da região.
INVESTIMENTOS
O programa prevê investimentos da ordem de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais no Pais. As regras passam a vigorar em janeiro de 2015 e também deverão atingir o montante de R$ 1 bilhão em subsídios ao longo do próximo ano. O dinheiro sairá do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), alimentado por repasses das concessões de aeroportos realizadas em 2012 e 2013.
Pelo plano, caberá ao governo comprar até 50% dos assentos de voos regionais, limitado a 60 lugares por trecho. Serão consideradas as aeronaves que pousem ou decolem em cidades do interior, em aeroportos com movimentação de até 800 mil passageiros por ano. A fórmula de cálculo do valor da passagem aérea regional passará ter como referência o preço de um bilhete de ônibus na mesma rota. O valor do subsídio será revisado anualmente, ou a cada dois anos. O plano também dará isenção de tarifas aeroportuárias a passageiros e companhias aéreas, como taxas de embarque.
Na prática, a inclusão das rotas regionais em operação no novo programa pode melhorar as margens de lucro das companhias, mas o governo espera que esses benefícios sejam repassados ao consumidor na forma de redução das tarifas. A meta é atender 96% da população brasileira com aeroportos a uma distância média de 100 quilômetros de cada cidade do País, o que enquadra 79% da população.
O programa determina que cidades com PIB acima de R$ 1 bilhão poderão pleitear a outorga de seu aeroporto, assumindo a responsabilidade de gestão. A Infraero ficará responsável por auxiliar esses municípios a administrar seu terminais.
Goiânia passa a ter voos da Avianca
Mais uma companhia aérea passa a operar em Goiânia. A Avianca já está oferecendo voos diários e diretos de Goiânia para São Paulo (Guarulhos) e Brasília. A empresa começa a operar com a expectativa de uma ocupação superior a 80%, graças a diferenciais como tarifas promocionais e mais itens de conforto nas aeronaves, como TV individual, mais espaço entre as poltronas e lanche gratuito no serviço de bordo, que já não é mais encontrado em todas as companhias.
O lançamento dos voos tem tarifas promocionais e temporárias a partir de R$ 99 no trecho Goiânia-Brasília. Já nos voos de São Paulo, a tarifa inicial está em R$ 145. O vice-presidente comercial e de marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, lembra que, com a inclusão de Goiânia, a empresa chega a todo Centro-Oeste e atinge a marca de 23 destinos. Segundo ele, a nova base coincide com um importante momento de expansão da companhia.
Nos últimos quatro anos, a Avianca conseguiu elevar de 2,9% para 9% sua participação de mercado. Só no ano passado, cresceu 40% sem inaugurar nenhuma nova base e, para este ano, prevê um crescimento de 35%, com a inclusão de Goiânia. O número de passageiros anuais, que era de 2,5 milhões em 2010, deve fechar com 7,4 milhões em 2014. A média de ocupação está em 84% este ano.
Gargioni informa que a companhia está num acelerado processo de renovação de sua frota. Em Goiânia, a Avianca utilizará aeronaves A318, que tem capacidade para 120 passageiros. “Temos duas fileiras a menos de poltronas, o que garante mais conforto aos passageiros”. O voo inaugural chegou de São Paulo na manhã de ontem com 115 passageiros. “Conquistamos o prêmio de melhor atendimento ao cliente, do Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento em 4 dos últimos 5 anos.”
CONEXÃO
O vice-presidente da companhia ressaltou que, agora, passageiros de Goiânia poderão acessar diversas conexões para cidades do Nordeste por Brasília. Segundo ele, a capital pode ganhar novos voos da Avianca nos próximos anos, dependendo da resposta do mercado, já que o foco da empresa é sempre crescer nas bases onde já atua. “Começamos com um voo e, hoje, temos seis voos diários diretos entre São Paulo e Salvador”, ressalta.
Inicialmente, Goiânia deve representar uma movimentação de 20 mil passageiros por mês, o equivalente a uma participação de 3% no market share da empresa. Para Gargioni, a companhia chega à capital no momento certo, com o número necessário de voos para fazer uma boa operação e horários conciliados. Ele lembrou que a empresa está concluindo seu processo de entrada na rede mundial de companhias Star Alliance e também já tem planos de voar para a Região Norte.
O executivo da Avianca também elogiou o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional do governo federal. “O Brasil precisa muito desenvolver sua aviação regional, pois o interior tem mais deficiências de infraestrutura que as grandes capitais. Temos interesse em ampliar nossa operação regional”, afirmou. A empresa também conta com aviões mais flexíveis, que podem operar em pistas mais curtas de destinos regionais.
Fonte: Jornal O Popular (Lúcia Monteiro)