Comércio: Copa fica aquém do esperado

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Donos de lojas, restaurantes e taxistas reclamam de movimento durante jogos do campeonato

Antes mesmo do vexame de ontem da seleção brasileira, a Copa do Mundo já não tinha atingido as expectativas de muitos brasileiros. Empresários, lojistas, taxistas e autoridades da área de trânsito acreditavam que a movimentação de pessoas seria intensa durante a competição esportiva e, mais especificamente, nos dias de jogos da Seleção Brasileira. Grande parte da população, entretanto, optou por assistir às partidas em casa, ao lado de amigos e familiares. Com isso, o fluxo nos bares e nas ruas foi aquém do esperado.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel), Rafael Campos Carvalho, acentua que o movimento durante o Mundial foi “frustrante” em Goiânia. “As pessoas, de maneira geral, optaram por assistir aos jogos da Copa nos lares”, sublinha. Ele afirma que esperava que o grande evento proporcionasse um avanço de 30% nas vendas, o que não ocorreu. Na maioria dos bares e restaurantes, segundo disse, a quantidade de fregueses nos dias dos jogos do Brasil foi similar à registrada nos fins de semana comuns. Nos dois dias posteriores às partidas, a situação ficou crítica, com os bares praticamente vazios.

Nas lojas, houve prejuízos maiores que o esperado. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), José Carlos Palma Ribeiro, destaca que a entidade recomendou que os lojistas fechassem as portas uma hora antes do início das partidas da Seleção Brasileira e as reabrissem uma hora depois. Vários proprietários de estabelecimentos comerciais, contudo, encerraram o expediente bem mais cedo, por volta das 13 horas e não voltaram a abri-los devido ao horário avançado. Ele estima que a movimento nas lojas sofreu queda de 30% a 60%, com exceção daquelas que vendem produtos esportivos ou itens relacionados à Copa.

No trânsito, a movimentação maior foi registrada antes dos jogos. O secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade, José Geraldo Freire, compara o vaivém de veículos nas horas que antecedem às partidas ao fluxo verificado na semana anterior ao Natal. “As pessoas saem do serviço praticamente no mesmo horário e demonstram que querem chegar o mais cedo possível em casa”, sublinha. Depois dos jogos, enfatiza, o volume de carros nas ruas é bem menor.

Geraldo Freire informa que equipes da SMT têm desenvolvido uma ação educativa nos bares, com a distribuição de material informativo sobre os riscos e as punições relativas à embriaguez ao volante. “Apesar da pouca movimentação de veículos nas ruas depois dos jogos, estamos registrando a ocorrência de acidentes graves, normalmente com vítimas”, sublinha.

O presidente do Sindicado dos Taxistas de Goiânia, Silone Pacheco, assinala que também esperava um movimento maior de passageiros em Goiânia durante a Copa do Mundo. “Esperávamos que Goiânia tivesse um número maior de turistas devido à proximidade com Brasília. Infelizmente isso não aconteceu”, repara. Ele destaca que a procura por táxis ocorreu com mais intensidade nos períodos que antecedem aos jogos. A demanda, conforme diz, é praticamente a mesma dos fins de semana.

Fonte: Jornal O Popular