Copa do Mundo: Balanço é positivo para turismo em 3 cidades goianas
Pirenópolis, Formosa e Alto Paraíso são as cidades goianas mais visitadas por estrangeiros durante a Copa
Longe do abundante litoral disponível em outras cidades sede da Copa do Mundo no Brasil, os estrangeiros que foram assistir aos jogos em Brasília acabaram descobrindo as belezas do interior de Goiás. Pelo menos três cidades goianas mais próximas da capital federal lucraram com o aumento de turistas nas últimas três semanas, desde o início do mundial.
Pirenópolis, por exemplo, já recebeu cerca de 20 mil visitantes nesse período, praticamente o dobro do fluxo normal para essa época, segundo informações da Secretaria Municipal de Turismo. A 150 quilômetros de Brasília, a cidade recebeu turistas de mais de 30 países, em especial europeus e norte-americanos.
As informações são de cerca de 3 mil registros de orientações feitas em três Centros de Apoio ao Turista (CAT) existentes no município - um deles montado apenas durante o mundial. Segundo o secretário de Turismo, Ségio Rady, a maioria das visitas foi no estilo day trip, ou seja, os turistas saem cedo de Brasília, passam o dia em Pirenópolis e retornam à origem antes do fim do dia (não se hospedam na cidade goiana).
“Os estrangeiros vêm para cá em datas próximas aos jogos realizados em Brasília, antes ou depois”, diz. Entretanto, ele não sabe quanto a movimentação de turistas nesse período gerou na economia local.
Na cidade de Alto Paraíso (216 quilômetros de Brasília), embora o fluxo de turistas não tenha alcançado a expectativa da administração, o número de visitações chegou a crescer 50% em alguns estabelecimentos e negócios, afirma o secretário de Turismo, Fernando Couto. “O movimento das férias de julho começa só depois da segunda quinzena de julho. Mas já não se acha vagas para hospedagem na cidade desde o começo do mês”, destaca.
Em Formosa (79 quilômetros de Brasília), a quantidade de estrangeiros que passaram pelo cartão postal da região, o Parque Nacional do Itiquira, cresceu cerca de 60% em relação ao ano passado. Conforme a Secretaria de Turismo, de 18 de junho até domingo passado, 284 turistas de outros países visitaram o destino, a maioria dos Estados Unidos (33%) e da Colômbia (14%), mas há registros até de Cingapura e da Índia.
Para atraírem turistas da Copa, as três cidades tiveram a parceria da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, que tem feito a divulgação dos roteiros em sites e em seus Centros de Apoio ao Turista (CAT).
FATURAMENTO
Em Pirenópolis, a proprietária do restaurante Empório do Cerrado, Sonia Naoum, comemora o aumento de 60% no faturamento da empresa desde o início da Copa. Com cardápio em dois idiomas e a ajuda da filha para se comunicar com os estrangeiros, ela tem experimentado um bom relacionamento com os visitantes e espera receber muitos outros até, pelo menos, 15 de julho.
Caldas Novas fatura com fluxo indireto
Principal ponto turístico de Goiás, Caldas Novas não conseguiu embarcar no trem da Copa do Mundo durante as últimas semanas, conforme informações da própria Secretaria de Turismo do município. Contudo, a cidade se beneficia indiretamente do aumento do turismo interno a partir das mudanças no calendário das famílias provocadas pelo mundial.
“Por causa da Copa, várias escolas e empresas anteciparam a data das férias e isso provocou uma movimentação interna de turistas nacionais da ordem de 50% em Caldas. Nossa taxa de ocupação nos hotéis nesta mesma época do ano passado foi de 51% e este mês está em 65%”, explica o secretário Municipal de Turismo, Paolo João Rosa.
Paolo afirma que a falta de estrangeiros em Caldas não é um caso isolado. Segundo ele, a expectativa de que haveria um espalhamento dos turistas da Copa por todo o País não se concretizou. “Eles se restringiram às cidades sede e ao entorno delas”, acrescenta.
Entretanto, ele acredita que o evento no País trouxe um grande ganho para a valorização dos destinos nacionais e permitiu que fosse explicitada a capacidade do brasileiro de receber visitantes de todo o mundo, inclusive os mais qualificados.
Procon dá cartão amarelo a bares e restaurantes
Antes de começar o primeiro jogo da semifinal da Copa do Mundo, entre o Brasil e Alemanha, a equipe do Procon Goiás pode entrar mais uma vez em campo para fiscalizar denúncias de clientes de bares e restaurantes de Goiânia sobre a cobrança de consumação mínima, indisponibilidade de cardápio em braile e falta de informação nos cardápios da cobrança opcional de taxa de serviço.
Dos nove estabelecimentos fiscalizados no jogo do Brasil contra a Colômbia, na sexta-feira, sete levaram cartão amarelo e têm até dias dias para apresentar defesa. As multas podem girar entre R$ 15 mil a R$ 20 mil.
Essa espécie de fiscalização em bares e restaurantes está sendo realizada exclusivamente durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. “O consumidor pode ligar no disque denúncia (151) e uma equipe do Procon irá até o local”, afirma a superintendente do Procon Goiás, Darlene Araújo.
Das sete empresas fiscalizadas, apenas o Saccaria Restaurante e Chopperia foi autuado nos três quesitos. A gerente, do estabelecimento, Aline Rodrigues, relata que foi providenciado a confecção do cardápio em braile e um novo cardápio informando sobre a cobrança opcional da taxa de serviço. “Há divergência de informações entre o Procon Goiás e o municipal sobre a necessidade do cardápio em braile, mas mesmo assim já providenciamos.”
Já o Alabama Chopperia e Restaurante foi autuado pela cobrança de consumação mínima e indisponibilidade de cardápio em braile. No entanto, o proprietário Derval Carneiro afirma que não foi cobrada consumação mínima do consumidor e sim a entrada no recinto. Ele afirma que a medida não será adotada novamente hoje durante o jogo. “O cardápio em braile já pedimos para confeccionar e hoje estamos ligando para nossos clientes mais cativos para reservarmos as mesas.”
Segundo Darlene Araújo, a equipe do órgão também recebeu denúncias de que alguns estabelecimentos estariam cobrando consumação mínima diferenciada para homens e mulheres, mas isso não foi comprovado.
BRAILE
Outros cinco estabelecimentos foram autuados apenas por não apresentarem o cardápio em braile: Detroit Steakhouse, Adoro, Confraria Gamboa, Café de Lamusique e Bahrem. De forma geral, gerentes e proprietários alegam desconhecimento da lei e já providenciaram o cardápio.
A auxiliar administrativa do Confraria Gamboa, Alcione Souza, afirma que desconhecia a necessidade de cardápio em braile no restaurante, mas que o menu já foi providenciado. “Nunca fomos informados da obrigatoriedade desse cardápio.”
O proprietário do Bahrem, Izidio Inácio, também afirma que desconhecia a lei que prevê a necessidade de pelo menos um cardápio em braile. “Vou entrar com a defesa e mandei confeccionar o cardápio.” O mesmo posicionamento foi apontado pela gerente administrativa do Café de Lamusique, Lauriene Rodrigues: “Estamos providenciando.” “Fomos pegos de surpresa, a lei é nova e não sabíamos dela”, ressalta o gerente do Detroit Steakhouse, Thiago Augusto.
E reportagem do POPULAR tentou contato com o Adoro, mas não conseguiu falar com os responsáveis.
De todos os estabelecimentos fiscalizados pelo Procon, dois estavam regular em todos os quesito: Piquiras e Rodeo Rock Bar.
Fonte: Jornal O Popular