Sem caminhões-pipas: Praças ficam só na seca

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Sem caminhões-pipas, estes espaços públicos em Goiânia não estão sendo aguados

Além das falhas na coleta de lixo e no serviço de iluminação pública, a crise provocada com a falta de caminhões e veículos para realização de serviços públicos em Goiânia tem gerado mais um problema. Sem caminhões-pipas, praças e canteiros espalhados pela cidade estão com folhas secas, plantas morrendo e muita poeira.

O problema ocorre em praças que não têm hidrômetro e também em canteiros de avenidas que dependem desse tipo de veículos para fazer o aguamento de plantas e gramas. A Companhia Municipal de Urbanização (Comurg), que é responsável pelo trabalho, reconhece o problema e diz estar em busca de soluções.

O problema persiste graças ao impasse entre a Prefeitura de Goiânia e a empresa Ita, responsável pela locação de carros e caminhões para prestação de diversos serviços na capital e que negocia o recebimento de 11 faturas que estão em atraso desde junho do ano passado. “Não há nada a ser feito. Estou sendo otimista e aguardando o desfecho da negociação”, afirmou o presidente da Comurg, Ormando José Pires Júnior. No momento, a Comurg só conta um caminhão-pipa à disposição. Antes, com a situação normalizada, este número era 40 vezes maior.

Goiânia possui 1.600 praças, sendo que destas, 470 contam com hidrômetro. Sem o equipamento, as outras 1.130 praticamente não têm sido aguadas. A situação é agravada pelo período de seca, que até meados de setembro deve intensificar e só piorar os problemas nas praças, caso a situação não tenha solução rápida. A reportagem de O HOJE percorreu algumas praças da cidade e averiguou que esses espaços de lazer ao invés de local de descanso têm sido alvo só de reclamações por parte dos moradores.

Descaso

Na Rua C-109, esquina com a C-121, ao lado do Colégio Estadual José de Assis, no Jardim América, os moradores da região afirmam que não é de agora que o local sofre com o descaso. “O pessoal até limpa a praça, mas aqui nunca vi um caminhão aguando as plantas”, diz o aposentado Divino Antônio Monteiro, 77.

Segundo ele, depois da temporada de chuva, as vezes que as plantas foram aguadas foram os próprios moradores que realizaram o serviço.

Divino, que junto com o amigo, o aposentado João Rosa Mesquita, 72, costuma utilizar a praça para aproveitar a sombra e bater um papo, explica que, no ano passado, foram plantadas algumas mudas na praça, mas que não foram cuidadas posteriormente. “Eu e meu filho que mantemos isso aqui. Aguamos para não deixar as mudas morrerem”, conta Divino. No mesmo local ainda existe um pé de bananeira, que também não está em estado saudável. Algumas folhas verdes se mantêm, mas já é possível ver galhos secos caídos ao lado da frutífera.

Ainda no mesmo setor visitamos a praça que fica no cruzamento das ruas C-217 com a C-211. O local, além de não ser aguado, sofre com o abandono do poder público. Folhas secas das árvores maiores se acumulam por toda parte. E as flores em um dos canteiros já estão praticamente mortas. O segurança João de Souza, que trabalha em uma loja em frente à praça, conta que servidores da Comurg não passam pelo local há semanas.

O problema também é visível na Avenida PI-2, que dá acesso à Prefeitura de Goiânia, no Parque Lozandes. Várias flores já estão murchas e o terreno bastante seco, dando clara mostra de que, há dias, o local não recebe um pingo de água.

Fonte: Jornal O Hoje