Campinas com 204 anos e saudades do sossego
Bairro guarda lembranças de cidade de interior, mas convive com problemas de grandes centros urbanos
Campinas, bairro que deu origem a Goiânia, completou ontem 204 anos. A região, que, apesar do comércio intenso e trânsito complicado, ainda guarda lembranças de uma cidade de interior, como a de vizinhos varrendo a frente de casa.
Mas essas cenas bucólicas contrastam com problemas de uma cidade grande. A violência é um deles. Lojistas reconhecem que o policiamento teve incremento, mas ainda assim reclamam de assaltos na região. O empresário Júlio Cesar Mascarini diz que há dois meses bandidos invadiram a sua loja de informática e levaram alguns computadores. Já o comerciante Márcio de Paula, dono de um estabelecimento de locação de vestidos de noiva, se queixa de uma tentativa de assalto que sofreu há dois meses. “Tentaram quebrar o nosso blindex e o assaltante nos ameaçou, mas não conseguiu entrar na loja”, explica.
A Polícia Militar não repassou os números exatos de efetivo e de ocorrências no setor, mas informou que os índices de criminalidade na região reduziram em cerca de 40%, principalmente em ocorrências de roubo a comércio e transeuntes. Segundo a major Heloisa Brito, comandante do policiamento em Campinas, a região teve reforço na ronda de quarteirão (homens que atuam em motos) e ronda a pé e há também o patrulhamento ciclístico.
Trânsito
Ter se tornado um polo comercial trouxe para Campinas um problema para quem mora e trabalha na região: o trânsito desordenado. Com um grande fluxo de veículos de passeio e caminhões, não é difícil flagrar condutores parando em fila dupla ou estacionados em local proibido, o que só complica o tráfego pelas ruas estreitas do bairro. Aliado a isso, ainda é possível registrar que muitos comerciantes fazem das calçadas e ruas extensão de suas lojas. Diversas mercadorias são expostas nas calçadas e ruas. Os pedestres também são prejudicados, já que acabam tendo que disputar nas ruas espaços com os veículos.
Comemorações
Ontem as comemorações se concentraram na Praça Joaquim Lúcio, onde participaram autoridades de Goiânia e muitos pioneiros de Campinas. O prefeito da capital, Paulo Garcia, não esteve no evento, mas foi representado pelo secretário municipal de Habitação, Denício Trindade. O evento contou com atividades na área ambiental, cultura e de lazer. Também foram executados serviços de recuperação da sinalização de trânsito e de pontos de ônibus, revitalização da Praça Joaquim Lúcio, distribuição de mudas de árvores nativas do Cerrado, limpeza e poda de árvores pelo bairro.
A programação cultural contou com apresentação da Banda Marcial de Goiânia, intervenções artísticas durante todo o dia e distribuição de livros e CDs de artistas goianos. As comemorações foram encerradas com uma missa na Matriz de Campinas. “É uma festa mais intimista, mas com a participação e resgate de pioneiros da região”, lembra o secretário municipal de Cultura, Ivanor Florêncio.
Fonte: Jornal O Hoje