Em conversa, Iris diz que mantém vigor e sonho de governar Goiás
O ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB) deixou em suspense a possibilidade de ser mais uma vez candidato ao governo de Goiás. O ex-governador telefonou para o jornalista Welliton Carlos, editor do grupo 730, para agradecer pelo artigo publicado na edição desta quinta (13) do jornal Diário da Manhã.
O texto opinativo valoriza a carreira de Iris e o analisa como o “nome mais forte da oposição para a disputa do Governo de Goiás no próximo ano”. Diante das caracterizações, Iris agradeceu as palavras do jornalista e não negou quando perguntado se será mesmo candidato. Ele apenas destacou que continua com o sonho de ser o governador novamente, mas que ainda é muito cedo para definições de candidatos e que esta escolha passa por várias questões.
Apesar da contemporização, Iris deixou claro que também mantém, assim como o sonho de governar, vigor para encarar mais um processo eleitoral e outro governo. A conversa informal se deu na tarde desta quinta. Leia abaixo a íntegra do artigo publicado.
Artigo de Wellington Carlos
Iris chega em 2014 com marcas históricas. Ex-ministro duas vezes, ex-senador, ex-governador duas vezes e ex-prefeito em três mandatos, Iris apresenta volume de obras e interferências que chamam atenção do eleitorado
O ex-governador e advogado Iris Rezende (PMDB) é hoje o nome mais forte da oposição para a disputa do Governo de Goiás do próximo ano. O DM segue nesta semana a publicação de textos referentes aos pré-candidatos ao governo de Goiás. Na semana passada, o jornal abriu espaço para a divulgação dos feitos de Marconi Perillo (PSDB), possível candidato em 2014. Iris não assumiu sequer se tem interesse pela disputa, mas é um dos nomes mais lembrados por analistas e políticos.
Dentre suas principais características políticas, destacam-se um forte conteúdo carismático das ações, além de contar com a maior base eleitoral de Goiás. O PMDB é um partido estável, não suscetível a grandes rupturas – como vem ocorrendo com DEM, PR, PPS e PT.
Em Goiás, todavia ocorreu um fato inédito nos últimos dois meses e que mancha a história do partido: tentou-se, via executiva nacional, impor um nome ao PMDB. O fato se estabilizou devido a inevitável reação dos peemedebistas históricos e Iris continua sendo o nome mais importante da sigla para uma disputa em 2014.
O capital político de Iris é nacional. Trata-se de uma das maiores lideranças políticas do PMDB, principalmente quando liderou o movimento ‘Diretas Já’, em meados da década de 1980. Historicamente, Iris surge na política por meio de ampla votação no bairro de Campinas, quando se lançou como candidato a vereador por Goiânia, em 1958. Em seguida, ocupou a Assembleia Legislativa como deputado pelo PSD. Na mesma década, a partir de 1965, foi prefeito de Goiânia, sendo ainda hoje considerado o melhor gestor da história da Capital.
Na primeira gestão, Iris revelou cenários importantes do Estado, caso da Vila Redenção, ampliou a extensão de Campinas e criou o Parque Mutirama – hoje objeto de discussões na Justiça. Na década de 1980, Iris tornou-se o maior líder de massas do país, impondo uma estratégia política inspirada no populismo e na capitalização da imagem negativa da ditadura militar: o governador eleito em 1982 institui a prática de mutirões, construções de casas, inaugurou uma nova fase na eletrificação rural do estado e modernizou parte das empresas públicas. Em um primeiro momento, Iris reuniu todas as grandes lideranças democráticas do Estado: Mauro Borges, Aldo Arantes, Henrique Santillo, etc.
Sua primeira gestão no governo de Goiás enfrentou enormes dificuldades legadas por governantes da ditadura. A gestão anterior, por exemplo, chegou a distribuir imóveis do Estado sem que existisse naturalmente interesse público – fato que onerou o patrimônio público. Além disso, dívidas públicas e inúmeras restrições de servidores municipais foram enfrentadas por Iris Rezende.
A principal característica política de Iris é sua penetração nacional. É indiscutivelmente seu maior trunfo: foi ministro duas vezes, da agricultura (governo José Sarney) e Justiça (governo Fernando Henrique Cardoso). Talvez sua importância nacional faça dele um líder goiano à altura de Leopoldo de Bulhões, ex-senador de Goiás que já ocupou o cargo de ministro da Fazenda, tendo sido fundamental no plano de estabilização monetária do ex-presidente Washington Luís.
Mil casas em um dia
Iris catalisou estas características como homem público, acentuando, todavia, a imagem de político que trabalha. As imagens na cabeça dos eleitores são de um homem que acorda cedo e ajuda a assentar paredes nos mutirões. O marketing do peemedebista é de realizador, tocador de obras. Não é à toa que permanece em parte do seu eleitorado a imagem de Iris construindo mil casas na Vila Mutirão, em 1983, fato amplamente divulgado na imprensa nacional e internacional da época.
Quando foi eleito para comandar a prefeitura de Goiânia em 2004, Iris voltou a estipular recordes. Asfaltar 100 bairros da capital em um único mandato.
Uma das características da segunda gestão de Iris à frente de Goiânia foi a qualidade do mandato. Iris investiu em festivais de cinema, aprimorou a melhor orquestra de Goiás, ampliou espaços da cultura no centro da capital e periferia, investiu na modernização do atendimento médico (chegando ao ponto do Sistema de Saúde ser elogiado em pesquisa e sondagens de opinião) e aumentou vagas no sistema de educação pública.
E mais do que isso: repensou a plasticidade da cidade, dando a ela beleza com a construção de monumentos. Em seu mandato a cidade ganhou inúmeros parques e a gestão ambiental teve destaque nacional.
Um dos fatos marcantes de Iris e ainda não bem capitalizado refere-se à criação do programa Fomentar, considerado pelos empresários como marco inicial para a alavancada de um setor que Goiás jamais havia investido.
Em julho de 1984, o governador vislumbrou que Goiás deveria avançar além da vocação agrícola – amplamente apoiada em sua gestão. Ao instituir o Fomentar, o Fundo de Participação e Fomento à Industrialização do Estado de Goiás, Iris incrementou a implantação e a expansão de atividades para promover o desenvolvimento industrial de Goiás.
Nas entrevistas recentes sobre industrialização de Goiás, estado que lidera os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Iris é chamado por lideranças industriais de “pai da industrialização goiana”, pois criou um ambiente legal para que se desenvolvesse.
A própria página eletrônica do Governo de Goiás mantida pela Secretaria de Indústria e Comércio deixa claro de quem é a base de toda a industrialização de Goiás: “Os resultados obtidos, nestes últimos 24 anos, foi o surgimento de um forte parque industrial alicerçado num amplo crescimento da agroindústria goiana. Hoje, são milhares de empregos diretos e indiretos que confirmam a tese: "é preferível ter-se 30% de algo, que 100% de nada". A experiência obtida com o FOMENTAR possibilitou Goiás criar um novo Programa de atração de investimentos - o PRODUZIR - que está situando o Estado como uma das melhores opções para investimentos no Brasil”.
A maioria das críticas quanto a gestão de Iris se deve mais a comparações despropositadas ou políticas. Sua gestão ocorre antes da mudança da Constituição Federal, o que o obrigou a gerir o Estado com ferramentas e sistemas de planejamento arcaicos e diferentes da atualidade.
As marcas de administração do ex-prefeito permitem enquadrá-lo de imediato no grupo dos favoritos na disputa de 2014. São marcas históricas. Recentemente, em encontro com estudantes e manifestantes, no Congresso da UNE, o ex-prefeito saiu aplaudido - fato raro para políticos na atual realidade da política brasileira.
Um dos pontos negativos seria a idade avançada. Mas o ex-governador tem um trunfo: jamais usou drogas ou abusou de álcool. Evangélico, a imagem que circula é dele na esteira ou nas atividades físicas – o que tira das costas, de imediato, uns 20 anos.
Fonte: Portal 730
1 comentários:
Write comentáriosSerá que acabar com o estado de Goiás por 20 anos já não basta, sem escolas, sem infra-estrutura, sem desenvolvimento, sem politicas públicas e com muita corrupção no seu governo
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