Pesquisa aponta caos nas cadeias em Goiás

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Os 143 presídios e cadeias em Goiás inspecionadas pelo Ministério Público têm capacidade para 8.445 presos, mas abrigavam até março 9.737 pessoas. Ou seja: déficit de 1,3 mil vagas. Mas este não é único problema no sistema prisional levantado pelo MP: dos 143 estabelecimentos carcerários no Estado, 75 não têm camas para os presos, 34 não têm colchões, 134 não oferecem toalha de banho, 111 não oferecem sequer material de higiene, 124 não possuem farmácia, em 122 não existem bibliotecas, 114 não oferecem atividades de lazer e culturais e 101 não existe a prática esportiva.

O inferno no sistema carcerário goiano, segundo o levantamento, não termina: 44% das celas tiveram ventilação considerada ruim (21% foram aprovadas e 33% são regulares) e 43% temperatura elevada (apenas 18% foram consideradas bom e ótimo e 36% regulares). Ou seja: na maioria dos presídios e cadeias em Goiás os presos não têm o que fazer, vivem em péssimas condições e não há nenhuma atividade de ressocialização. Mais: 123 dos 143 estabelecimentos não separam presos provisórios de definitivos e 132 não separam presos primários dos reincidentes.

A pesquisa do Ministério Público mostra que o sistema carcerário em Goiás é o que apresentou o maior número de apreensões de drogas (58 casos), fugas (263), rebeliões (14), homicídios (21), mortes (31) e feridos (145) do Centro-Oeste.

Convém lembrar que o governo estadual tem licitado a construção de quatro presídios, com capacidade para 300 presos cada. Portanto, isto dará para atender apenas o déficit nas 143 unidades carcerárias pesquisadas em Goiás pelo Ministério Público entre março de 2012 e fevereiro de 2013.

Fonte: Jornal O Popular