VLT de Goiânia: Dúvida sobre efeito político pode adiar início de projeto
Prazo de execução e situação delicada do sistema de transporte coletivo são avaliados por governistas, que temem desgaste por obras não finalizadas.
Em dúvida sobre os efeitos políticos da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera, em Goiânia, o governador Marconi Perillo (PSDB) pretende intensificar o debate sobre o projeto até a próxima semana. Como o Giro revelou terça-feira, o governo avalia adiar ou desistir da implantação do novo sistema.
Grupos no governo estão divididos sobre o início de execução do projeto, que já teve o edital de licitação finalizado. Basta apenas análise final, inclusive do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para ser lançado, o que será possível na próxima semana, segundo o presidente do Grupo Executivo de implantação do programa, Carlos Maranhão.
O que pesa no caso é o fato de a obra exigir pelo menos dois anos para ser finalizada. Caso seja iniciada este ano – a previsão é agosto ou setembro, se a licitação for lançada semana que vem –, a implantação apresentaria transtornos aos usuários do transporte coletivo e comerciantes da região em plena campanha eleitoral.
Além disso, o governador avalia que o setor de transporte coletivo passa por momento delicado, por conta dos protestos pelo aumento da tarifa e as cobranças por melhorias do serviço. Marconi também disse ao POPULAR na semana passada que está avaliando todos os compromissos feitos e só iniciará obras que poderão ser finalizadas neste mandato. A avaliação é de que há um peso negativo contra o governo por obras não finalizadas.
O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, disse ontem ao Papo Político, na CBN Goiânia, que o projeto deve ser mais bem discutido com a população. “É uma obra que vai intervir muito fortemente numa região de alta densidade populacional e onde transitam 240 mil pessoas por dia. Se tivéssemos segurança de que a obra seria iniciada e finalizada dentro deste governo, não teria dúvidas em relação ao início. Mas como não há condições, tem de haver um pouco mais de cuidado e aprofundar mais ainda esse debate.”
Maranhão diz que é possível melhorar o planejamento para minimizar os transtornos para usuários e comerciantes e defende que o processo seja iniciado dentro do cronograma estabelecido. “Trata-se de uma obra que não é de governo, mas de Estado. E é uma grande obra, que, entre planejamento e execução, leva mais de quatro anos. Não temos de pensar se dá tempo de terminar e sim fazer o que é necessário fazer. É uma obra que requalifica o sistema de transporte.”
Ele também considera que é possível fazer a implantação em etapas, reduzindo os efeitos negativos.
O governador vai ouvir representantes dos comerciantes e buscar mais informações sobre o entendimento e apoio da população à obra. Como o sistema do Eixo Anhanguera tem boa avaliação popular, há dúvidas a respeito do momento certo para mudá-lo.
O presidente da Fecomercio, José Evaristo, disse ontem ao Giro que considera acertada a possibilidade de adiar as obras.
Alegando ataques, governador decide acionar site e redes sociais
O governador Marconi Perillo (PSDB) acionou judicialmente o site Wikipedia e as redes sociais Facebook e Twitter por conta de “ataques” e “informações incorretas” sobre sua biografia. As informações são do advogado do governador, João Paulo Brzezinski.
No caso do Wikipedia, que se define como enciclopédia eletrônica livre, o governador protocolou notificação em que solicita correção de informações sobre seu perfil. O site traz tópicos como Recebimento de propina; Corrupção; Envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira; Agressão; Nepotismo e Turma exclusiva para curso de direito.
Já em relação às redes sociais, o governador protocolou interpelação para que os sites forneçam a identidade dos autores de perfis que fazem ataques a ele. O advogado diz que a intenção é acionar judicialmente os responsáveis, daí os pedidos de dados. Ele não soube informar quantos perfis são alvos da interpelação.
O advogado afirma que o Wikipedia traz informações incorretas, como de indiciamento do governador no caso da Operação Monte Carlo e de processos que não existem. “São alusões que fogem da realidade, erros elementares”, diz. Ele afirma que a assessoria tentou a edição através do próprio site, que recebe informações de colaboradores, mas que mediadores não deram resposta nem fizeram mudanças no texto.
Brzezinski diz que foram anexados documentos que provam as informações incorretas. Se o Wikipedia não atender a notificação, o advogado afirma que o governador deve entrar com ação. “Estamos dando uma chance para que corrijam amigavelmente. Depois não podem alegar que não tinham conhecimento.”
Fonte: Jornal O Popular