Líder governista sai em defesa do VLT

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Deputado Túlio Isac defende o início das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na Avenida Anhanguera, em Goiânia.

O líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Túlio Isac, saiu em defesa do início das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na Avenida Anhanguera, em Goiânia. O governador Marconi Perillo (PSDB) estaria indeciso quanto à realização da obra. Mais do que questões políticas, o trâmite demasiadamente burocrático do projeto no Ministério das Cidades seria o responsável pelo atraso no início da construção.

O edital de licitação para implantação do VLT está pronto, mas o governador teria dito a auxiliares que a sociedade não está sensível à necessidade da obra. Em reunião na terça-feira passada, um grupo de técnicos e responsáveis pelo projeto chegou à conclusão de que se, em 30 dias, o projeto não deixar o ministério, outra solução deve ser discutida para amenizar as demandas relativas ao Eixo Anhanguera.

A previsão é que a construção do VLT dure dois anos, o que poderia prejudicar a reeleição do chefe do Poder Executivo, já que haveria transtornos na Avenida Anhanguera durante o período eleitoral em decorrência da construção. Assessores do governo, no entanto, garantem que esse não é o principal problema, já que, de qualquer forma, a obra não poderá ser entregue antes das eleições, mesmo se começassem imediatamente.

Túlio Isac concorda que o início da intervenção na Avenida Anhanguera provocará o descontentamento das pessoas, em decorrência dos transtornos provocados pelas obras. No entanto, o deputado justificou que foi convencido pelo governo que o VLT é necessário. “Tem que começar o que foi anunciado”, defendeu. O grupo que se reuniu na terça, incluindo o governador Marconi Perillo (PSDB) e o coordenador do projeto, Carlos Maranhão, preferiu não se pronunciar sobre o andamento ou paralisação do projeto.

O próprio presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, teria dito que é contra o início do VLT. Túlio diverge dessa opinião, porque acredita que a obra deve ser encarada como um bem de governo e porque será um avanço para Goiás. “A cabeça do povo é complicada. É diferente convencer os deputados. Nós estamos vendo os projetos. Já a população quer algo imediato. Quando o ônibus atrasa, ela muda de opinião”, argumentou. Para ele, Marconi deve pagar o preço.

O coordenador do projeto do VLT, Carlos Maranhão, esclareceu que durante a construção, os ônibus continuarão transportando os passageiros na mesma rota, mas utilizando as laterais da Avenida Anhanguera, por isso, o estacionamento será proibido. A estimativa sejam gastos R$ 1,3 bilhão. No final de abril, ele havia afirmado que as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos seriam iniciadas em julho. Segundo Maranhão, o período de licitação durará cerca de 45 dias.

Conforme o projeto, o VLT será composto por 30 trens de duas composições cada, os trilhos terão um novo transporte que deverá alcançar uma média de 23,5 km/hora. Cada trem terá capacidade para 600 passageiros, o que gerará o embarque de pelo menos 12 mil pessoas no intervalo de 1 hora. Os cruzamentos serão reduzidos e o controle inteligente de semáforos priorizará o veículo. Com isso, o tempo de viagem deve ser reduzido de 72 para 36 minutos em um percurso de 13,6 quilômetros.

CPI da Delta

O deputado estadual Túlio Isac afirmou que seu partido aceitou o desafio do deputado Luís César Bueno (PT) de reabrir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou contratos da Delta em Goiás e a existência de um grupo que controlava jogos ilegais. A condição é que Carlinhos Cachoeira seja convocado para depor, os contratos com as prefeituras sejam liberados e que haja a quebra dos sigilos do ex-prefeito Iris Resende (PMDB), do prefeito Paulo Garcia (PT) e de todos que tiveram contrato com a empreiteira Delta.

A solicitação de reabertura da CPI foi proposta em virtude da repercussão de um artigo de Cachoeira, publicado terça-feira num jornal local, em que ele ameaça abrir a boca sobre supostas relações com a administração estadual. A CPI do Cachoeira foi arquivada porque a comissão não conseguiu ter acesso aos contratos das prefeituras com a Delta, em virtude de ação judicial propostas pelas administrações do PMDB e PT.

Luís César justificou que a reabertura se faz necessária para averiguar as ilações de Carlos Cachoeira sobre a existência de bandidos em Goiás, relacionando-os ao governo estadual. Túlio se contrapôs aos pronunciamentos da oposição sobre o artigo durante sessão ordinária de terça-feira. De acordo com ele, o PT não teria condições morais de criticar ou acusar o governo de Goiás, porque o deputado Mauro Rubem (PT) pediu aplausos para Delúbio Soares, condenado pelo mensalão, em evento na Assembleia, em março passado.

Fonte: Jornal O Hoje