Só 10% das obras do PAC 2 foram concluídos em Goiás
Estado está abaixo da média nacional do Programa de Aceleração do Crescimento, que finalizou mais da metade das ações previstas em todo o Brasil. Ferrovia Norte-Sul está entre as obras emperradas, sob denúncias de irregularidades que podem comprometer sua operação.
De 1.357 obras previstas para Goiás pela 2ª etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), apenas 145 foram concluídas até o final de abril. O levantamento está contido no balanço divulgado na segunda-feira (10) pelo governo federal, que comemorou a conclusão de 54,9% das ações planejadas para execução entre 2011 e 2014, ano da Copa no Brasil. Talvez a ausência de Goiás no Mundial explique os inexpressivos 10,6% de obras conclusas: 44,3% menos que a média do País.
Para o deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT), essa não é a questão. “A fase de execução é até 2014. O que tem que ser verificado é se as obras estão dentro do cronograma ou não.” O comentário do deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB) é de que “as obras do PAC, de uma forma geral, estão muito atrasadas. Há uma lentidão muito grande na execução desses investimentos por parte da União”.
Norte-Sul
Segundo o deputado petista, “as obras do PAC em Goiás já mostraram um impacto significativo na estrutura produtiva do Estado e na infraestrutura logística”. Dentre os exemplos importantes, ele cita a Ferrovia Norte-Sul, julgando que o andamento da via está “em fase adiantada”. “Acredito que 60% dessa obra já está concluída”, calcula Luis Cesar Bueno. De opinião contrária, o tucano Valdivino de Oliveira retruca: “Eu não sei no que (a ferrovia Norte-Sul) está adiantada, se a inauguração era para ser em 2008 e nós estamos em 2013 e não está tendo trem passando sobre os trilhos ainda.”
A Ferrovia Norte-Sul esteve sob a mira do Tribunal de Contas da União por conta de irregularidades em duas licitações. A Valec estuda relicitar trilhos e realiza auditoria em trechos da ferrovia para apurar avarias na obra. O deputado estadual diz que o problema aconteceu no governo José Sarney e reafirma o propósito da presidente Dilma Rousseff de inaugurar a Norte-Sul até final de 2014.
Em aberto
A divulgação do governo federal considerou os estágios de execução da obra. Nem todas as áreas alcançaram a última etapa, de conclusão. Para prevenção de áreas de risco, com o propósito de evitar, por exemplo, deslizamentos em locais vulneráveis, três obras foram propostas, mas de acordo com o dado atualizado do 7º balanço, não houve término. O mesmo caso se repete nas ações de pavimentação (28 obras), mobilidade urbana (4), recursos hídricos (5), ferrovias (14), hidrovias (2), combustíveis renováveis (2), petróleo e gás natural (2), geologia e mineração (7), Unidades de Pronto Atendimento (14) e Centros de Artes e Esportes Unificados (15).
Creches e pré-escolas, estratégicas para a organização das famílias de baixa renda com crianças de até 5 anos, apresentam descompasso entre meta e conquista, até agora. Das 192 construções previstas, apenas três foram entregues. Desproporção mais pesada acontece com as Unidades Básicas de Saúde: oito prontas, 250 previstas.
A política de habitação revelou desempenho veloz em dois programas (“Minha Casa, Minha Vida” e o financiamento habitacional – SBPE). Na urbanização de assentamentos precários, com objetivo de melhorar condições com obras de infraestrutura, cumpriram-se 50 das 117 obras almejadas.
No Brasil inteiro, a 2ª etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) investiu R$ 557,4 bilhões, 56,3% do total previsto até 2014. De duas, uma: ou Goiás foi mal servido de recursos, ou o resultado do valor irrigado no Estado ainda há de surpreender os brasileiros nos próximos balanços. Seja lá como for, o prazo, que começou no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, acaba ano que vem, par e passo com a expectativa do Planalto e associados de reelegê-la para uma 2ª etapa de governo, por assim dizer.
Fonte: Portal 730