Transporte Coletivo: Melhora deve demorar cinco anos
Criações de VLT, BRT Norte-Sul e corredores exclusivos podem ser solução para dificuldades dos usuários.
Apesar de ser uma cidade em constante desenvolvimento, Goiânia tem desafios a enfrentar. E, especialmente quando se trata de transporte público, o maior deles se refere à infraestrutura para priorizar as medidas que visam melhorar o serviço ofertado à população da capital e região metropolitana. A afirmação é do presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), José Carlos Xavier, o Grafite. Em até cinco anos, conforme estimativa do órgão, a capital goiana poderá atender a demanda solucionando os maiores problemas enfrentados por aqueles que dependem de ônibus para se locomover.
Uma das principais reclamações dos usuários é sobre a lotação e demora dos ônibus. Para o presidente da CMTC, isso se deve ao fato de que a população tem a sensação de que não há melhorias com o decorrer dos anos. “É cada vez mais complexa a questão do transporte coletivo. Enquanto não houver as mudanças necessárias essa sensação será permanente e nós estaremos sempre correndo atrás do prejuízo.”
Para ele, na atual condição do transporte público em Goiânia e região metropolitana, “o simples aumento da frota não resolveria o problema, só teríamos mais veículos parados nos congestionamentos e não proporcionaríamos qualidade ao usuário”. Cerca de 1.470 ônibus fazem 273 linhas na capital e nos 17 municípios da região. Para ter transporte eficiente, segundo Grafite, são necessárias as criações do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do BRT Norte-Sul (corredor que ligará o Terminal do Cruzeiro ao Terminal Recanto do Bosque).
Investimento
No mês passado, a presidente Dilma Rousseff assinou portaria que garante a liberação de recursos do PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades para a construção de linhas de metrô e VLT em cidades com mais de 700 mil habitantes. Goiânia está entre os municípios contemplados com a verba e, de acordo com o presidente da CMTC, o investimento possibilitará a criação do VLT e do BRT Norte-Sul. “Os ônibus terão liberdade para fluir nas vias e o tempo de viagem será reduzido. Inclusive já temos condições de fazer a licitação e depois desse processo as obras devem ficar prontas entre um e dois anos.”
No entanto, as medidas não serão suficientes, acredita o presidente da CMTC. De acordo com ele, a cidade possui 102 quilômetros de vias arteriais, por onde transitam ônibus e carros, como, por exemplo, as avenidas T-63, Mutirão, Castelo Branco e Independência. “Essas vias precisam ser tratadas como estamos tratando a Avenida Universitária [no Setor Leste Universitário], onde é construído o corredor exclusivo”, assegura. Segundo Grafite, a criação dos corredores depende do orçamento municipal.
Conforme estudos realizados pela CMTC, atualmente um ônibus que faz a rota Praça Universitária–Terminal da Praça da Bíblia–Praça Cívica gasta 18 minutos. Com os corredores, esse tempo será reduzido para 10 minutos. “Isso é uma amostra do que a iniciativa pode proporcionar à cidade”, garante. A inauguração da obra, que custou R$ 5 milhões, será no dia 22 de junho. “O governo federal passou 30 anos sem financiar nada para o transporte urbano e isso impactou de forma negativa em todo o País e resultou nessa nossa carência. Os investimentos só voltaram agora, com o PAC. A nossa expectativa é que continuem os financiamentos porque é essencial para o desenvolvimento da cidade”, diz.
Fonte: Jornal O Hoje