Abertura completa do Zoo apenas em junho
Motivo para restringir visitação monitorada é não permitir estresse aos animais.
O som emitido pelos macacos deram o tom inicial durante a visita dos alunos pré-selecionados para conhecer as novas instalações do Parque Zoológico de Goiânia, que ficou fechado por quase três anos. Ontem pela manhã, 600 estudantes da rede municipal de educação estiveram no local pela primeira vez após o local ter passado por longa reforma. De acordo com o diretor do Zoo, Raphael Cupertino, a medida de restringir as visitas foi tomada para poupar os animais que ficaram por muito tempo sem ter contato com o público. Ele afirmou que “dentro de um mês” o parque terá sua reabertura completa.
Assim mesmo, a festa programada pela Prefeitura de Goiânia contou com muitos fogos de artifícios no Lago das Rosas (ao lado do Zoológico), que ainda tinha um palco pronto para um show de música infantil, em alto e bom som. Assim mesmo, a festa de inauguração não encerrou o efeito de preocupação com os animais. Nos próximos dias, no máximo 1.200 estudantes poderão entrar nas novas instalações. Mesmo assim, a turma será dividida por períodos. Cupertino afirmou que, nos finais de semana, se não houvesse restrição, o local poderia receber de 8 a 10 mil pessoas. Realidade que não seria saudável para os bichos já desacostumados com a movimentação e barulho dos visitantes. Nesses primeiros dias, uma equipe de veterinários e ambientalistas vai analisar a reação dos animais.
O plantel do parque recebeu, neste ano, 47 novas espécies. Entre elas, um casal de macacos siamang. Eles ficam em uma ilha exclusiva, localizada em dois grandes lagos. Em outra ilha próxima, diferentes espécies de macacos vivem. Os dois simangs vieram do Bio Parque Jaó, em Goiânia, que encerrou suas atividades. Eles têm origem no Sudeste Asiático, costumam gritar e saltam de uma maneira que chama a atenção. Esticam uma ou duas patas dianteiras e se equilibram sobre as patas traseiras, agarrando um ou outro galho no fim do pulo. A agilidade dos animais e o grito ensurdecedor, que pode ser ouvido há quilômetros de distância, animam o ambiente do zoológico.
Aves
Para Raphael Cupertino, os macacos simangs dão movimentação para o ambiente. Em todo o parque ainda é possível observar muitas aves brasileiras que vivem livres no local. O plantel tem 522 animais pertencentes a 154 espécies, entre mamíferos, aves e répteis. A reportagem verificou que pelo menos três recintos ainda aguardam novos animais e outros dois passam por manutenção.
Animais de grande porte não demonstram muita receptividade. Vivendo em recintos reformados, os leões e tigres são observados através de vidros temperados, de acordo com o tamanho do animal. Uma das leoas se manteve estressada durante toda a manhã de ontem. A ambientalista responsável por uma das turmas afirmou que o animal estava nervoso e queria voltar para o ambiente em que estava acostumado a viver, atrás da jaula.
O recinto de imersão é o mais disputado pelos estudantes. Os visitantes podem interagir com as aves que ficam livres em uma jaula onde as pessoas podem entrar. Entre os animais estão tucanos, araras e pavões. O número de visitantes no recinto fica limitado para não haver tumultuo. Os alunos puderam ter a experiência de caminhar com tucanos e araras sobrevoando suas cabeças e andar ao lado de pavões.
Rafael Augusto, 12, é aluno da Escola Municipal Maria Araújo e esteve ontem no Zoo. Ele afirma que essa não é a primeira vez que vai ao local, mas se lembrava de pouca coisa. De todos os animais, os que mais chamaram a atenção de Rafael foram as cobras. Ele também apreciou as cores das araras e papagaios. O estudante esteve acompanhado de sua turma e amigos, Roberta Ribeiro, 12, Renato Henrique, 12, e Juliana Crisitina, que conheceram pela primeira vez o Zoológico.
Fonte: Jornal o Hoje