Caminhões continuam a trafegar
Apesar de restrição, AMT autua de 4 a 5 veículos pesados em locais proibidos. Reportagem flagrou pelo menos.
A Agência Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (AMT) tem autuado uma média de quatro a cinco caminhões por dia, que insistem em desobedecer a sinalização e trafegar nas avenidas e horários não permitidos. As placas foram instaladas em janeiro deste ano e, após período de adequação e conscientização, agentes começaram a multar no dia 10 de março. Desde então, veículos acima de sete toneladas e com mais de oito metros são flagrados nas avenidas da região central de segunda a sexta-feira, entre 7 e 19 horas, horário de maior fluxo.
As placas foram colocadas em pontos estratégicos, que dão acesso ao Centro de Goiânia. A proibição vale para avenidas 83, 94, 84, Paranaíba com ruas 68 e 6, Assis Chateaubriand com ruas 1 e Gercina Borges, Rua 10 com 233 e Avenida Universitária com a rua 237, a 1ª Avenida e a 5ª Avenida. A AMT considera satisfatório o resultado obtido até então e que a média de multas diárias está dentro do esperado. No entanto, vale lembrar que a quantidade de agentes nas ruas é insuficiente para acompanhar tudo e que basta ficar alguns instantes nos pontos escolhidos para flagrar veículos em situação irregular.
A reportagem de O HOJE escolheu, na tarde de ontem, as proximidades do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ/GO), na Assis Chateaubriand, no Setor Oeste, para acompanhar a obediência dos motoristas. Em uma hora, flagrou-se mais de 15 situações de caminhões pesados e de grande porte passando pela via. O agente e chefe de divisão da área azul da AMT, Abel da Costa Moreira, informa que os locais onde mais se autua são na Rua 3 e Avenida Tocantins. Ambos são pontos de carga e descarga e os caminhões precisam optar por essas vias para entregar encomendas. A Rua 3 funciona como ponto de descarga dos comércios da Avenida Anhanguera, que fica paralela.
A infração, nesses casos, é considerada de porte médio, rendendo multa de 86 reais e 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A Lei número 9.028, que autoriza a implantação da sinalização, foi sancionada pela Prefeitura de Goiânia em outubro do ano passado. Até ser aprovada, foram longas as negociações com representantes e entidades do setor comercial, contrários à proibição e temerosos de que ela pudesse prejudicá-los. O consenso foi pelo que está em vigência hoje. Abel conta que, na época e no período de adequação, foi preciso usar do argumento de que o acúmulo de caminhões na região central facilitaria a vida do empresário, mas geraria dificuldades para a clientela. “Com trânsito lotado, é claro que fica mais difícil o cliente chegar ao local desejado”, expõe.
Melhorias
Em contrapartida à reclamação do setor comercial, a AMT recebia muitas ressalvas da população que questionavam o fato de muitos caminhões de entrega não pararem no pátio interno das empresas. Fora isso, o agravante maior era a realidade do trânsito na região central. A lei foi criada para melhorar o tráfego, principalmente, de veículos pequenos e evitar grandes filas de veículos em horários de pico. “Um caminhão de mais de oito metros, além de ocupar muito espaço, rouba muitas vagas de estacionamento, o que já está em falta e tornando o trânsito mais lento”, expõe Abel.
A maioria dos caminhões autuados é de outras cidades. Os motoristas alegam que desconhecem a lei. Abel contesta e diz que a sinalização é clara. O agente defende que é visível a melhora do trânsito, mas afirma que, dependendo da situação em que chegar a intensidade do tráfego nas avenidas selecionadas, pode ser que a legislação seja revista e a restrição passe a valer para caminhões menores. O texto da lei respalda a exceção para caminhões destinados à concretagem, caminhões-guindaste, de mudança, transportes de alimento perecível e remoção de terras em obras civis.
Fonte: Jornal o Hoje