Pecuária já não cabe na cidade

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Moradores do Setor Nova Vila reclamam por terem sua rotina completamente alterada durante os dias da exposição.

Os seis primeiros dias de Pecuária já mostram como o evento altera a rotina dos moradores e comerciantes que vivem e trabalham na região do Setor Nova Vila, em Goiânia. O primeiro impacto, segundo os habitantes da região, é no trânsito. O empresário Silvio Carlos Yassunaga Brito, 52, conta que todo ano o movimento em seu açougue, situado na Avenida 1, diminui. A via foi uma das ruas que tiveram o tráfego alterado, já que antes operava nos dois sentidos e, com a feira de exposições, passa a atender somente um. “Para chegar até aqui, os fregueses precisam dar uma volta bem grande”, afirma o comerciante.

“O tumulto é certo e sempre atrapalha muito e por causa da movimentação da Pecuária, o povo evita passar por aqui”, conta Silvio Carlos. De acordo com o comerciante que atua no mesmo local há mais de 30 anos, o que mais atrapalha é a carga e descarga de produtor que vão para a feira. “Os caminhões param na rua, em cima das calçadas e nada acontece. Mas o motorista que parar aqui na rua é multado”, frisa. Para ele, a solução seria mudar a Pecuária de local. A auxiliar de enfermagem Arilena Faria Duarte, 30, mora na Avenida Armando de Godoy e conta que nos três primeiros dias do evento não conseguiu dormir. “Foi um tormento, à noite tinha muitos carros de som aqui, barulho nas ruas.”

A criminalidade também é um dos problemas enfrentados pela população da região. Arilena afirma que a criminalidade aumenta assim que começa a Pecuária. No entanto, a moradora garante que este ano “está mais tranquilo”. “Aqui, para melhorar, é só mudando de lugar mesmo, do contrário, não tem jeito.”
De acordo com o supervisor da Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT) de Goiânia, Raimundo Abidoral, a movimentação é intensa quando há shows. “Nesses dias, o trânsito realmente fica sobrecarregado porque o público é grande”, salienta. Ele garante que a população tem respeitado as proibições e alterações feitas no local. Segundo o supervisor, a infração de maior reincidência é avançar o sinal vermelho. “São aplicadas, em média, de 15 a 20 multas por dia nesses dias do evento”, revela.

A orientação da AMT é usar o bom senso. “No dia que tiver show, não venha cada um em seu carro. Revezem e encham apenas um veículo porque não há espaço para todos. O táxi também é uma opção para esses dias”, recomenda Abidoral. Ele ressalta, ainda, que é importante que os motoristas respeitem as sinalizações no local.

Flanelinhas
Desde o primeiro dia de Pecuária três pessoas já foram detidas por atuarem como flanelinhas naquela região, mas foram liberadas em seguida. O supervisor geral do policiamento na Pecuária, capitão Luiz Alberto Rodrigues Júnior, explica que os proprietários dos veículos não vão à delegacia para registrar queixa. “Não há crime sem vítima e o que os flanelinhas fazem é um crime de extorsão”, afirma. Segundo o policial, “só de a Polícia Militar avisar que faria a Operação Flanelinha o número de pessoas trabalhando no lugar caiu”.

A recomendação da Polícia Militar é que os condutores denunciem o crime. “Prometa que vai pagar e procure o PM mais próximo, logo em seguida”, aconselha o capitão. Cerca de 300 policiais militares trabalham todos os dias durante a feira de exposições, segundo Luiz Alberto.

Fonte: Jornal o Hoje