Pedestres preferem risco a passarelas

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Obra para segurança dos moradores é reinaugurada na BR-153 após um mês, mas não é utilizada.

Após um mês e meio de interdição, a passarela da BR-153 situada em frente à Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa), em Goiânia, foi liberada ontem pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Superintendência Regional em Goiás. A via de acesso, que é utilizada por moradores que vivem no perímetro urbano da rodovia, foi interditada no início de abril, depois que um acidente envolvendo uma carreta abalou suas estruturas. Mas, mesmo com o benefício, pedestres ainda optam pelo perigo.

Poucos minutos no local são suficientes para constatar que a maioria dos que precisam chegar até o outro lado da pista não utiliza a passarela. Na tarde de ontem, a equipe de O HOJE observou que, de 15 pedestres que atravessaram a BR, apenas cinco foram pela via de acesso adequada. Os perigos não param por aí. Aparentemente sem nenhum medo de atropelamento, algumas pessoas se arriscam a passar pelo local de bicicleta, seja empurrando ou pedalando, o que proporciona maior risco de acidentes.

O inspetor e assessor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal de Goiás (PRF/GO), Jander Costa, avalia o comportamento como motivo de preocupação. “Independente da quantidade de pessoas que não usam a passarela, todas deveriam passar por lá, sem exceções. Ela está ali para isso, para proporcionar a segurança das pessoas e é o caminho ideal para se evitar acidentes e atropelamentos”, garante.

De acordo com Costa, ocorrências de atropelamentos em perímetros urbanos de Goiânia são frequentes. “É comum justamente por isso, porque as pessoas não usam o benefício que está ali para protegê-las e, em outros casos, se arriscam por não ter opção de travessia”, reforça. Com os comércios, empresas e moradias existentes às margens da BR-153, é preciso que mais passarelas sejam colocadas, segundo o inspetor. “Para nós é frustrante saber que o cidadão tem opção de segurança e não faz a escolha certa”, ressalta.

Noite e dia

As travessias perigosas não ocorrem apenas durante o dia, de acordo com o inspetor da PRF/GO. A situação piora nos horários de pico, quando diversos trabalhadores saem do serviço e precisam atravessar a rodovia. “São nesses horários que os riscos aumentam, principalmente nos trechos do perímetro urbano da rodovia onde não há passarelas”, afirma Jander Costa.

Enquanto a passarela em frente ao Ceasa passava por reparos, diversos moradores reclamaram por falta de segurança na hora de atravessar a vida. Agora, com a liberação da passagem segura, o esperado é que os pedestres tenham consciência. “É preciso dar mais importância à vida”, salienta o inspetor da PRF.

Fonte: Jornal O Hoje