Transporte coletivo: Motoristas voltam a parar ônibus

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A paralisação dos motoristas do transporte coletivo da Grande Goiânia deixou a população sem ônibus ontem, pelo segundo dia seguido. Depois de terem sido totalmente recolhidos às 20 horas de sexta-feira, a maioria dos ônibus do transporte coletivo da região metropolitana continuou dentro das garagens.

Contrariando a orientação de trégua dada pelo Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), parte da categoria montou piquetes na porta das empresas concessionárias, convencendo os colegas a participarem.

Pela manhã, 15 dos 18 terminais da região metropolitana ficaram completamente sem ônibus. Apenas a Cootego e a Metrobus operaram normalmente e deram a largada na operação no horário recomendado pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). HP Transportes e Viação Reunidas não rodaram até às 14 horas e apenas em uma garagem da Rápido Araguaia, que detém metade da operação do sistema, na Área Leste, registrou saídas.

De acordo com a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), cerca de 187 ônibus estavam rodando na manhã de ontem enquanto pelo menos 330 deveriam estar nas ruas. Dentre as 272 linhas, apenas 61 funcionaram normalmente, todas da Área Leste. Com isso, os terminais Novo Mundo e Senador Canedo foram os únicos com operação normal, e o Praça da Bíblia operou parcialmente.

À tarde, os ônibus voltaram a rodar, mas de forma precária. Os motoristas começaram a rodar após policiais militares passarem nas garagens informando sobre a decisão judicial , que determina o retorno imediato às atividades. Os primeiros coletivos liberados atenderam a região central. Só no fim da tarde as linhas alimentadoras, que fazem a ligação entre os terminais e os bairros mais distantes, começaram a rodar.

Cansado de esperar, o estudante Jonas Oliveira Gomes, de 19 anos, pediu uma carona de uma amigo para ir embora do Terminal Bandeiras para o Parque Oeste Industrial. “Estou aqui desde as 13 horas e até agora (15h40) nada,” disse. Ele era um dos pouquíssimos passageiros no local.

CENA RARA

Mesmo após a volta dos ônibus. Em terminais como o Bandeiras e o Garavelo, uma cena rara: havia mais ônibus do que passageiro. “Conversei com advogado do Sindicoletivo e ele disse que era para rodar, então eu saí. Fiz a linha Garavelo-Itaipu, mas o ônibus foi e voltou vazio”, disse o motorista Robson Ribeiro, de 37 anos. O sindicato nega que esteja fomentando a paralisação, mas a reportagem apurou que os integrantes ajudam a articular o movimento.

Sindicato nega relação com paralisação e piquetes

O Sindcoletivo nega que tenha promovido os piquetes e informa que todos os seus sete dirigentes não compareceram às garagens das empresas concessionárias desde às 17 horas de sexta-feira, quando foram informados da decisão judicial trabalhista que os impedia disso. “Apoiamos o movimento do motorista, mas depois que uma reunião da discussão do reajuste foi marcada nós entendemos que conseguimos o que queríamos e convocamos os trabalhadores a voltar”, afirma o vice-presidente da entidade Fernando Neves.

Ele alega que os próprios motoristas não atenderam o pedido e afirmam que só voltam ao trabalho após obter o reajuste proposto, de 15%, ante os 7% oferecidos e pagos pelas empresas. No entanto, a reportagem apurou que membros do Sindicoletivo ajudam na organização do movimento.

Fonte: Jornal O Popular