Pedestre sem faixa
Em diferentes regiões da cidade é possível encontrar pontos onde a faixa de segurança está apagada. Com isso, aumentam acidentes
Atravessar na faixa de pedestres é um direito. Mas nem sempre é muito fácil. Entre as dificuldades, faixas apagadas e falta de respeito por parte do motorista. A Secretaria Municipal de Trânsito e Mobilidade (SMT) não tem dados recentes sobre acidentes. O último refere aos meses de janeiro a maio de 2013, quando quatro pessoas morreram nesses locais. Foram 68 acidentes. Cada uma das mortes ocorreu em locais diferentes. Mas este ano, na Avenida Leste Oeste, um homem morreu perto da sinalização. No dia 3, Luciano de Souza Oliveira, 38, atravessava a via carregando uma bicicleta quando foi atingido por uma VW Kombi. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele teve politraumatismo e morreu na hora.
Este ano foram instaurados na Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict), 96 inquéritos com mortes em acidentes. Duas delas foram pedestres que estavam na faixa, enquanto outras 23 estavam em via pública. E a falta da faixa ou de sistemas que priorizem o pedestre, como as botoeiras, são solicitações constantes. Na Avenida 1ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, a estagiária em Farmácia Debiane França Pires, 26, reclama. “Aqui tinha que ter uma botoeira porque quando um sinal fecha, outro abre e a gente fica correndo para não ser atropelado”. Além disso, diz que o desgaste apagou a pintura. “Se tem gente que não respeita com a faixa, imagina sem vê-la”, critica.
Em outras avenidas e ruas, a falta de manutenção das faixas de pedestre foram alvos de reclamação dos entrevistados. Na Avenida Feira de Santana, no Parque Amazônia, uma faixa de segurança só é vista em uma parte da via. “É difícil passar aqui. E o motorista não respeita, apesar de saber que existe a faixa, mas ele tem a desculpa de que não sabia, porque não tem nada pintado aqui”, diz o auxiliar de construção Carlos Severino da Silva, de 37 anos. Na Avenida T-7, em frente ao Supermercado Tatico, os pedestres também precisam ser espertos e ágeis. “Não é qualquer um que consegue. Além de paciência, o pedestre precisa ter força pra correr”. Como não há sinal para quem anda a pé, a travessia quase sempre é arriscada.
Janaína de Souza Magalhães, 22, é estudante de engenharia e passa pelo endereço na T-7 todos os dias. Ela diz que algo precisa ser feito para que o pedestre tenha realmente prioridade no transporte. “A gente sempre vê as pessoas falando em sustentabilidade e isso inclui a priorização de vias para ônibus, ciclistas e pedestres e não é o que vejo nas ruas. Estão criando vias exclusivas para os ônibus, mas o pedestre ainda está deixado de lado”. Na porta da Faculdade Araguaia, na Avenida T-10, no Setor Bueno, o problema se repete. Não tem pintura
Fonte: Jornal O Hoje