Galvão Engenharia vence leilão da BR-153

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Empresa ofereceu um pedágio de R$ 4,97 para 100 quilômetros, bem abaixo do teto previsto pelo governo, de R$ 9,22

A Galvão Engenharia foi a vencedora do leilão de concessão da BR-153 – trecho Tocantins-Goiás –, ontem, na BM&FBovespa, na capital paulista.O deságio alcançou 45,99% sobre o valor-teto estabelecido pelo governo, de R$ 9,22 para o pedágio. Dessa forma, para cada 100 quilômetros, o valor pago deverá ser de R$ 4,97, em média. Pelas estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o valor do investimento pode chegar a R$ 4,31 bilhões. Além da Galvão Engenharia, outras duas empresas entregaram propostas.

Esse é o sexto trecho rodoviário do Programa de Investimento em Logística (PIL) e faz parte da terceira etapa do programa de concessão de rodovias da ANTT. A empresa poderá explorar a concessão por 30 anos, investindo em infraestrutura, prestação de serviço público de recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação da capacidade do trecho concedido.

A concessão consiste na exploração, por 30 anos, da infraestrutura e da prestação do serviço público de recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade de trecho da rodovia BR- 153 GO/TO. O segmento atravessa 23 municípios, compreendidos entre Anápolis e Aliança do Tocantins.

Melhorias

O trecho obtido pela Galvão Engenharia corresponde a 624,8 quilômetros, que ligam Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO), passando por 24 municípios. A concessionária deverá duplicar 598,3 quilômetros – quase toda a parte da rodovia que foi concedida. A iniciativa privada deve investir cerca de R$1,54 bilhão na duplicação desse trecho, que deverá ser concluído em cinco anos. Estão previstas nesse período 48 interseções e 11 passarelas.

O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o leilão foi um sucesso, como os outros cinco feitos anteriormente. Segundo ele, o pregão transcorreu dentro da perspectiva do governo. “O importante é ter a participação do setor privado, a melhoria da malha rodoviária e a modicidade tarifária. Essa não como objetivo principal, mas dentro dos objetivos a serem atingidos”.

O vice-presidente da Galvão Engenharia, Carlos Namur, elogiou o diálogo aberto por parte do governo, ouvindo os empresários para construir um ambiente competitivo, e o apoio para proposta com capital financeiro estruturado. “Isso nos possibilitou que, depois dos estudos de engenharia, tivéssemos a segurança de apresentar uma oferta como essa e a tranquilidade de poder implementar o projeto com a qualidade que o ministro salientou, no prazo e custo que orçamos, com retorno necessário para a população e acionistas”.

De acordo com Namur, depois de fazer muitos estudos, a empresa constatou que esse seria o trecho mais competitivo. Ele explicou que já havia interesse do grupo em voltar a participar de concessões rodoviárias. “Como vamos estruturar o investimento, será analisado ao longo do tempo. Através desses investimentos teremos a cobrança do pedágio que é o retorno do investimento”.

Duplicação evitará estrangulamento

Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil indica que a concessão da BR-153 (Belém-Brasília), no trecho entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins (TO), evitará o esgotamento da capacidade da rodovia. A concessão exige a duplicação de praticamente toda a ligação entre as duas cidades.

Entre as principais cargas transportadas estão o álcool, açúcar, fosfato e a madeira; os produtos químicos, frigorificados, bens de consumo e combustíveis; os fertilizantes, o calcário, cimento e os produtos industrializados.

De acordo com o Projeto Centro-Oeste Competitivo, diagnóstico da infraestrutura de transportes da região, a BR-153 está com tráfego dentro de sua capacidade e, com o aumento no fluxo de cargas projetado para 2020, boa parte de trecho goiano ficaria saturado.

O trecho é um dos principais eixos rodoviários do País, e é fundamental para o transporte da carga agrícola e mineral produzidas em Goías e no Tocantins para o Sudeste. Atende também à Zona Franca de Manaus, permitindo o escoamento de bens de consumo de Belém para o Centro-Oeste e Sudeste.

A rodovia foi leiloada pelo governo na manhã de ontem. Pelas estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres, o valor do investimento pode chegar a R$ 4,31 bilhões. (ABr)

Veja os municípios abrangidos:

• Goiás: Anápolis, Campinorte, Ceres, Estrela do Norte, Hidrolina, Jaraguá, Mara Rosa, Nova Glória, Pirenópolis, Porangatu, Rialma, Rianápolis, Santa Tereza de Goiás, São Francisco de Goiás, São Luiz do Norte e Uruaçu.

• Tocantins: Aliança do Tocantins, Alvorada, Cariri do Tocantins, Dueré, Figueirópolis, Gurupi, Santa Rita do Tocantins e Talismã.

Fonte: Jornal O Hoje