Manifestantes mascarados colocam fogo em ônibus do Eixo
Um ônibus do eixo Metrobus foi queimado por manifestantes mascarados na noite desta quinta-feira, 08. O ônibus estava trafegando do Novo Mundo para a Praça da Bíblia, em Goiânia, mas pouco antes de chegar ao terminal foi abordado pelos mascarados. O incidente aconteceu quando o ônibus contornava a rotatória tentando desviar da manifestação que saía do terminal. De acordo com testemunhas, as pessoas que atearam fogo no eixo estavam caracterizados como Black Blocs, vestidos em sua maioria de preto e mascarados.
Os manifestantes, segundo testemunhas, teriam, no terminal da Praça da Bíblia, entrado em confronto com os policiais, atirando até mesmo pedras. Conforme as informações, os agentes que estavam no local teriam revidado com bombas de efeito moral.
Conforme a assessoria do consórcio RMTC (Rede Metropolitana de Transportes Coletivos), os manifestantes também teria vandalizado outros ônibus por onde passaram. Informações extraoficiais dão conta que pelo menos 15 ônibus foram depredados, com janelas quebradas por tijolos e pedras.
A manifestação ocorreu após ser marcada pelas redes sociais e seria contra o aumento da passagem do ônibus e pela qualidade no transporte coletivo. A concentração das pessoas se deu a partir das 17h, na Praça Universitária. A saída dos manifestantes teria se dado por volta das 18h.
Na divulgação do evento, realizada pelo Facebook, os organizadores usam frases de efeito como “se a passagem aumentar o pau vai quebrar!”, “assim não dá, assim não pode! se aumentar vai rolar os molotov!”.
Reginaldo Pinto do Nascimento, que trabalha na Metrobus há 17 anos, era o motorista do ônibus que foi incendiado. Em entrevista à reportagem do Dm.com.br, ele contou que estava vindo do Novo Mundo e não sabia que estava havendo manifestação no terminal. “Quando vi o que estava acontecendo, tentei desviar o ônibus”, disse.
Porém, os manifestantes interceptaram o eixo e teriam começado a jogar objetos contra o veículo. “Mal deu prazo de descer passageiros e descer correndo, já jogaram as garrafas com fogo”, explicou Reginaldo. Segundo ele havia cerca de 10 pessoas no ônibus. Ninguém teria ficado ferido. Mas, para o motorista ficou a sensação de nervosismo e tristeza. “É muito triste, ver o carro que a gente trabalha pegar fogo e não poder fazer nada” diz.
O ônibus se incendiou rapidamente. Uma multidão se aglomerou nas proximidades do veículo em combustão para observar a cena e esperar a normalização no fluxo dos ônibus e trânsito. Muitos gravavam vídeos e tiravam fotos. Alguns passageiros estavam revoltados por não poderem voltar para casa.
Weber Fernandes Freitas, era uma dessas pessoas. Segundo eles, os manifestantes eram em sua maioria estudantes que não usam o transporte coletivo ou que têm direito ao passe livre. Claudinéia Carla, também usuária do transporte coletivo, estava inconformada por ter que esperar por ônibus depois de um dia de trabalho cansativo. “Trabalho o dia inteiro de pé no CRER (Centro de Reabilitação e Readaptação) e no final não posso chegar em casa”, disse.
Segundo a assessoria da Polícia Militar (PM), uma grande equipe de policiais foi enviada para o local para realizar o monitoramento da situação. Conforme a PM, a manifestação teria contado com cerca de 50 pessoas.
Por volta das 8h o incêndio que tomou grandes proporções já havia sido contido pelo Corpo de Bombeiros (CB). Também nesse horário já havia sido normalizada a operação no Terminal. Antes, os ônibus estavam sendo desviados e a operação de várias linhas do transporte coletivo havia sido comprometida.
Fonte: DM (Divania Rodrigues)