Goiano inova sistema de energia solar
Sistema criado pelo professor nascido em Itumbiara, interior de Goiás, é mais econômico que os demais similares no mundo
O professor José Alves Macena, da Faculdade Esup, roubou a cena na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), ao discorrer sobre o uso da energia solar para sustentabilidade no campo. A palestra foi proferida no Auditório Irom Gomes, da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), dentro da programação da 69ª Exposição Agropecuária de Goiás.
Macena, natural de Itumbiara, sul do Estado, revelou na oportunidade que dispõe de uma tecnologia de energia solar que proporciona maior economia que os demais similares no mundo. Ao visitar uma exposição na China voltada para a tecnologia de ponta, surpreendeu-se com as limitações daquele sistema.
“O meu era infinitamente superior em termos tecnológicos e bem mais econômico”, disse. Apesar de procurado por outros países, sua opção é pelo Brasil. O pesquisador, no entanto, jamais contou com um centavo oriundo do governo. “Meus investimentos são próprios e, portanto, limitados”, confessa, observando que se dispusesse de recursos para suas pesquisas, poderia avançar mais. No entanto, há quem não o leve a sério, achando-o louco. Segundo alguns historiadores, esse procedimento é comum na vida dos cientistas, decorrência natural de suas descobertas.
Infraestrutura simples
As vantagens da tecnologia apontada pelo pesquisador goiano são que a infraestrutura dispensa cabos, fios, transformadores e aparelhagem elétrica. E ainda eliminam choques. Os custos operacionais variam de R$ 3 mil a R$ 25 mil, conforme o tamanho do projeto e do número de placas, que são importadas da China, Japão e outros países. Mas os investimentos compensam ante a economia de até 90% menos de eletricidade. Na tecnologia criada pelo professor itumbiarense, onde o sistema convencional de energia solar exige 100 painéis, por exemplo, o seu modelo opera com apenas 50, ou seja, a metade, o que proporciona redução de custos.
Energia para produtores
A ideia da SGPA, segundo ficou evidenciada na palavra do diretor Ronam Antônio Azzi, é levar energia barata aos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes. Por exemplo, quanto menor o uso de placas ou um sistema hidráulico transportar mais volume de água, melhor.
Uma linha de crédito para propiciar o fomento da energia alternativa, entre as quais a eólica e a solar, foi defendida na reunião do FCO. O superintendente executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Fundo Constitucional da Região Centro-Oeste (CDE-FCO), Orcino Gonçalves da Silva Júnior, se comprometeu, pessoalmente, a desenvolver esforços para a concessão desse crédito para financiar investimentos nesse segmento da economia. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Goiásfomento, programa de fomento do governo do Estado para novos índices de produtividade, parecem ser os caminhos mais próximos para a nova empreitada. A sessão especial foi presidida pelo diretor da SGPA, Ronam Antonio Azzi e presentes representantes das Secretarias de Planejamento, da Indústria e Comércio, da Agricultura, do Meio Ambiente, da Infraestrutura, da Cidadania e Trabalho, da Fazenda, da Ciência e Tecnologia, da Casa Civil, Agências de Turismo, de Fomento, Banco do Brasil, Federação da Agricultura, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, da Federação das Indústrias, da Federação das Micro Empresas, do Comércio, de Diretores Lojistas, da SGPA e do Sebrae.
" O meu (sistema de energia solar), era infinitamente superior em termos tecnológicos e bem mais econômico. Meus investimentos são próprios e, portanto, limitados”
José Alves Macena,professor da Fesuv e inventor do novo sistema de energia solar
Energia solar
Vantagens e desvantagens
Vantagens
- Ela é renovável, ou seja, nunca acaba.
- É uma energia limpa, ou seja, não gera poluentes para o meio ambiente.
- Baixo custo de manutenção dos equipamentos usados.
- É uma excelente fonte de energia em locais não atendidos por outras fontes de energia. A energia hidrelétrica, mais consumida no Brasil, não chega em locais de dificil acesso ou com grandes dificuldades para instalação de torres e cabos de energia elétrica.
- O equipamento pode ser instalado em residências, baixando o custo da conta de energia elétrica.
- Em dias de chuva ou com baixa incidência de sol (dias nublados) diminui a geração de energia.
- No período da noite não ocorre a produção de energia.
- O custo para compra e instalação dos equipamentos ainda é alto no Brasil.
Fonte: DM