Prefeitura de Goiânia Lança em maio Edital de Construção do BRT Norte/Sul
Corredor exclusivo terá canaleta central destinada à operação do transporte coletivo. Via permitirá que ônibus circulem com dobro de velocidade. Obras, que devem durar 24 meses, serão custeadas pelos poderes Federal e Municipal
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, deve lançar já no mês de maio o edital de licitação do corredor Bus Rapid Transit (BRT) Norte/Sul. Estima-se que a obra seja concluída em 24 meses após a realização de todo o procedimento licitatório. Na última terça-feira, dia 24, durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 da Mobilidade Urbana, a presidenta Dilma Rousseff destinou R$ 210 milhões à construção do BRT de Goiânia.
Ao todo, o projeto tem custo estimado em R$ 274 milhões. Desses, R$ 64 milhões virão da Prefeitura de Goiânia, por meio de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). “A consolidação do PAC 2, que corresponde à questão da mobilidade, representa uma visão moderna do governo federal, que, ao destacar recursos para essa área, mostra a preocupação real em minimizar os transtornos neste setor, que corresponde ao ‘calcanhar de Aquiles' das grandes cidades”, afirma o prefeito Paulo Garcia.
Segundo o engenheiro e coordenador do projeto, Benjamin Kennedy Machado da Costa, o corredor BRT Norte/Sul terá 22,7 quilômetros de extensão, contará com seis terminais de integração e 32 estações de embarque e desembarque. O trecho será exclusivo, com canaleta central destinada à operação do transporte coletivo. Ele será operado utilizando ônibus articulados, que vão circular com velocidade entre 25 e 30 quilômetros por hora. Hoje, a média é de 14 quilômetros por hora.
“A presidenta trabalha dando prioridade a setores estratégicos no desenvolvimento das grandes cidades. Com a implantação do BRT em Goiânia, nós vamos melhorar, e muito, a estrutura de transporte público municipal, solucionando problemas no trânsito e no transporte da cidade”, pondera o prefeito. Ele avalia ainda que o investimento na área reflete a experiência de Dilma frente ao Ministério de Minas e Energia e à Casa Civil.
As obras do corredor terão início no Terminal de Integração Cruzeiro do Sul, localizado na Avenida Rio Verde, no Parque Amazônia (divisa com Aparecida de Goiânia), região Sudoeste de Goiânia. A construção do trecho vai seguir até o Terminal de Integração Recanto do Bosque, na Avenida Mangalô, no bairro homônimo, localizado na região Noroeste.
O itinerário do corredor compreenderá os seguintes trechos: Avenida Rio Verde, Avenida Quarta Radial, Avenida Primeira Radial, Rua 90, Praça do Cruzeiro, Rua 84, Rua 82 (Praça Cívica), Avenida Goiás, Avenida Goiás Norte, Avenida Horácio Costa e Silva, Avenida Genésio de Lima Brito, Avenida dos Ipês, Avenida Lúcio Rebelo, Rua Oriente e Avenida Mangalô.
“Pensar a mobilidade urbana é pensar a melhor forma de garantir o acesso das pessoas aos mais distintos locais da cidade, de modo mais e?ciente em termos econômicos, sociais e ambientais. O BRT Norte/Sul é mais um passo da administração municipal na garantia aos direitos básicos de mobilidade do cidadão”. O prefeito Paulo Garcia lembra que são inúmeras as discussões sobre o tema, uma vez que elas envolvem os meios de transportes, a infra-estrutura viária, o controle do trânsito, a gestão urbana e o comportamento individual.
Para o coordenador do projeto, outro ponto importante da obra reside na questão da segurança que será dada à população. Os ônibus serão equipados com sensores e câmeras de monitoramento, que vão funcionar 24 horas. “O corredor exclusivo BRT Norte/Sul vai proporcionar mais conforto, agilidade e segurança nas viagens feitas em Goiânia. Tenho certeza de que o corredor vai trazer uma nova ideia do transporte público coletivo para a população”, conclui Benjamin.
Mobilidade
A inscrição de Goiânia no PAC da Mobilidade foi feita pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), com autorização da Prefeitura, no dia 30 de março do ano passado. O objetivo do programa é melhorar o transporte público coletivo e a qualidade de vida da população nas cidades brasileiras que enfrentam problemas graves de mobilidade urbana - definida como a capacidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano para a realização de atividades cotidianas (trabalho, abastecimento, educação, saúde, cultura, recreação e lazer), num tempo considerado ideal, de modo confortável e seguro.
O programa prevê, para os próximos anos, obras para dar acessibilidade, qualidade e conforto aos usuários do transporte público. Serão investidos recursos em metrôs, Bus Rapid Transit, corredores para passagens de ônibus, veículos leves sobre trilhos (VLTs), entre outros, beneficiando, diretamente, 53 milhões de brasileiros, o que corresponde a 39% da população.
No total, o governo federal investirá R$ 32 bilhões nas obras de mobilidade urbana. O valor será usado para a construção de 600 quilômetros de rodovias, 200 quilômetros de trilhos, 381 estações e terminais e a compra de 1.060 veículos para sistema sobre trilhos. Os projetos contemplados pelo PAC 2 levam em conta municípios com mais de 700 mil habitantes.
As cidades contempladas foram divididas em três grupos: MOB 1 - capitais de regiões metropolitanas com mais de 3 milhões de habitantes; MOB 2 - municípios com população entre 1 e 3 milhões de habitantes (grupo no qual Goiânia está inserida); e MOB 3 - cidades com população entre 700 mil e 1 milhão.
A cerimônia de anúncio dos estados e municípios contemplados pelo PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades - lançado em 16 de fevereiro de 2011 - aconteceu no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com as presenças de representantes das 18 cidades contempladas pelo programa.
Autor: Lorena Ribeiro (Prefeitura de Goiânia)
Foto: Carlos Junior