Internet pela rede elétrica enfrenta novos obstáculos

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Empresas alegam que exigências impostas pela agência que regula o setor podem inviabilizar o serviço. Ferramenta deve disseminar acesso à banda larga

A oferta de acesso à internet pela rede de eletricidade pode acabar não se tornando realidade no Brasil por causa de exigências impostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), apontam empresas interessadas em explorar esse serviço. Mesmo as distribuidoras mais adiantadas na tecnologia temem que não seja viável se lançar no negócio porque não querem correr o risco de serem obrigadas a ceder sua rede para uma outra empresa, fora do próprio grupo.

O uso da rede elétrica para o tráfego de internet é considerado uma ferramenta importante para disseminar o acesso à banda larga no Brasil. Isso porque a rede das distribuidoras de energia é bem maior do que a malha de operadoras de telefonia e de TV a cabo e atinge parte expressiva do território brasileiro.
O problema apontado pelas empresas está na regra aprovada pela Aneel no ano passado, ao regulamentar a exploração dessa tecnologia. Ela estabelece que as distribuidoras de energia terão de fazer uma concorrência pública para escolher, pelo menor preço, a empresa de telecomunicações que prestará o serviço. Assim, mesmo que a distribuidora tenha uma subsidiária específica para a banda larga elétrica, esta terá de concorrer com os demais interessados, em igualdade de condições, para ter o direito de usar sua rede.

Para Orlando Cesar Oliveira, diretor da Copel Telecom, braço da banda larga da Companhia Paranaense de Energia (Copel), a legislação da Aneel está fortalecendo o monopólio das redes nas mãos das grandes empresas de telecomunicações. Ele explica que há hoje três tecnologias para conexão em banda larga: pela rede das empresas de telefonia, pelos cabos das operadoras de TV paga e pela rede elétrica (Power Line Communication – PLC). Nas duas primeiras, as redes são usadas para oferecer serviços de internet, sem necessidade de licitação.
Oliveira alerta para a possibilidade de que, numa concorrência pública para o uso de sua rede pelo critério do menor preço, uma grande empresa de telecomunicações vença a disputa apenas com o objetivo de preservar mercado, sem necessariamente oferecer os serviços.

Diretor da Aneel, Edvaldo Santana defende as exigências incluídas no regulamento da tecnologia. Segundo ele, fazer licitação para escolher quem presta o serviço de PLC é maneira de garantir o menor preço aos clientes dessa nova tecnologia de banda larga. Mas deu sinais de que a agência está disposta a dialogar, caso haja frustração dos investimentos em PLC por causa da regulamentação.

telecom
Projeto de lei de criação de um novo braço da Celg – a Celg Telecomunição e Soluções (Celg Telecom) – foi aprovado com unanimidade em abril de 2008, na Assembleia Legislativa.
A Celg Telecom tem o objetivo de desenvolver e potencializar negócios sustentáveis de telecomunicações e de transmissão de dados (internet) e imagem. O serviço será implantado por meio da aplicação e integração de um mix de novas tecnologias emergentes, como o PLC.

Fonte: Diário da Manhã