Goiás é recorde na produção industrial e lidera em crescimento no Brasil.

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Setor avança 11,6% e fica na melhor posição entre 14 regiões. Produtos químicos contribuíram para o crescimento

Confirmando todas as previsões de que a crise afetaria menos a economia estadual, em novembro a indústria goiana cresceu 11,6%, mostrando recuperação após queda de 9,9% no mês anterior. O resultado é o melhor entre as 14 regiões pesquisadas e o único onde a taxa de avanço superou duas casas decimais. Frente ao mesmo mês de 2008, o crescimento ficou em 10,9%, o segundo melhor da série, atrás apenas do Espírito Santo (21,3%).

Na média nacional, o índice apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física – Regional, do IBGE, ficou negativo em novembro na comparação com o mês anterior (-0,2%) e positivo (5,1%) frente ao mesmo período de 2008.

O relatório do IBGE aponta que todas as 14 regiões tiveram queda no acumulado de janeiro a novembro. A média nacional ficou em -9,3%. Novamente, a indústria goiana mostrou-se à frente e registrou o menor percentual de queda (-0,5%). Também no acumulado dos últimos 12 meses – até novembro – o Estado soma o menor índice de queda, -0,3%, frente à média do País de -9,7%. O crescimento no acumulado do ano (10,9%) foi impulsionado pela pressão positiva vinda de produtos químicos (108,3%), influenciado não só pela maior produção de medicamentos, por conta de encomendas especiais, mas também em função de baixa base de comparação, tendo em vista que novembro do ano passado foi o primeiro mês de retração da crise financeira. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás, Eduardo Gonçalves, o setor projeta crescimento superior ao PIB nacional para 2010. “A projeção é voltar ao patamar de crescimento antes da crise, entre 8% e 9%”, anuncia o presidente. Goiás é o segundo polo produtor de medicamentos do País. Além dos produtos químicos, outros setores que exerceram força positiva no resultado regional foram: metalurgia básica (20,6%) e o setor de minerais não metálicos (14,8%). Pesando negativamente, o principal resultado foi em alimentos e bebidas, com recuo de -6,0%. Nos demais confrontos, os resultados foram os seguintes: -0,5% no acumulado no ano e -0,3% no acumulado nos últimos 12 meses, ambos reduzindo o ritmo de queda, frente ao mês anterior, em -1,6% e -1,3%, respectivamente, e acima dos resultados nacionais (-9,3% e -9,7%).

A indústria de transformação também obteve resultado favorável em Goiás, apesar de o setor ter ficado estagnado em relação ao período anterior. Para o empresário Vilmar Carlos da Silva, da indústria de produtos para limpeza Varremaster, a produção cresceu em torno de 60% no ano passado graças a investimentos em automação em 2008 e que foram instalados ano passado. “2009 foi o ano de quitar financiamentos para investimentos”, informa Silva.

De acordo com o economista Cláudio Henrique de Oliveira, da Federação da Indústria de Goiás (Fieg), apesar do período de crise, o Estado manteve-se à frente por sua base de produção predominantemente motivada pela agroindústria. O economista avalia ainda que 2010 é um ano de boas expectativas, considerando o crescimento no volume de investimentos. “Os novos investimentos têm maturação a médio e longo prazos, mas esse ano já começaremos a observar ampliação na produção e, consequentemente, na arrecadação.”

Média nacional positiva
No confronto outubro/novembro, os índices regionais da produção industrial ajustados sazonalmente foram positivos em nove dos 14 locais. Além de Goiás, os locais que registraram taxas positivas foram: Bahia (3,9%), Ceará (2,8%), Rio Grande do Sul (1,9%), São Paulo (1,6%), Amazonas (1,6%), região Nordeste (1,6%), Pernambuco (1,0%) e Rio de Janeiro (0,2%). Por outro lado, Espírito Santo (-1,6%) apontou a perda mais expressiva, seguido por Minas Gerais e Pará (ambos com -0,6%) e Paraná e Santa Catarina (os dois com -0,1%).

Em relação a novembro de 2008, apenas uma das regiões pesquisadas apresentou índices negativos. Os avanços acima da média nacional (5,1%) foram observados no Espírito Santo (21,3%), Goiás (10,9%), Amazonas e Rio Grande do Sul (ambos com 8,0%), Pernambuco (6,9%), Minas Gerais (6,5%) e Ceará (6,3%). Os demais resultados positivos foram: Paraná (4,9%), Santa Catarina (4,4%), Bahia (4,0%), região Nordeste (3,3%), São Paulo (2,1%) e Rio de Janeiro (1,5%). De acordo com o IBGE, o movimento evidencia não só a recuperação do setor industrial, num contexto de maior confiança no ambiente econômico, mas também a baixa base de comparação, em função dos ajustes de estoques ocorridos no final do ano passado.

Fonte: Diário da Manhã