Obras na hidrovia devem começar no final de 2010

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Trecho goiano da via Paranaíba-Paraná-Tietê demanda investimentos de R$ 1,5 bi. Projeto é orçado em R$ 8 bi. Ampliação trará maior competitividade

A meta do governo do Estado é acelerar os estudos da ampliação da hidrovia Paranaíba-Paraná-Tietê para implementação das obras até o final de 2010, anuncia o secretário estadual de Infraestrutura, Sérgio Caiado. Segundo ele, a extensão da hidrovia no trecho de Goiás demanda investimentos na ordem de R$ 1,5 bilhão. O projeto, orçado em R$ 8 bilhões e que prevê obras de eclusas (equipamento que permite elevar embarcações em trechos de desnível de leito), foi apresentado ontem durante o Seminário Hidrovia Paraná-Tietê, promovido pela Seinfra, na Casa da Indústria.

O secretário de Infraestrutura destaca que a consolidação do sistema de transporte hidroviário é prioridade para o governo, dada a grande produção de grãos nas regiões adjacentes, cerca de 5 milhões de toneladas por ano e uma grande rede de usinas de açúcar e álcool. Parte dessa produção deverá ser escoada pela hidrovia em direção ao Porto de Santos e do Sudeste. Em Goiás, a ampliação deve dobrar o escoamento da produção de grãos, que hoje é de 1 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas.

O secretário ressalta que a dependência da produção no transporte rodoviário gera um custo alto. "Para o transporte de 6 mil toneladas de grão são necessários 162 caminhões," exemplifica. Além disso, ele defende que o transporte hidroviário vai baratear os insumos e dar mais competitividade à produção goiana.

Ampliação

A ampliação da via de navegação que liga os Estados de Goiás ao Paraná, atravessando Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo é de autoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Para a ampliação da hidrovia ao longo do Rio Paranaíba será necessária a construção de eclusas nas barragens de São Simão, Cachoeira Dourada e Itumbiara, que vai permitir a navegação num trecho adicional de 452 quilômetros.

Sérgio Caiado explicou que, com a ampliação da hidrovia, é prevista a implantação de duas plataformas logísticas intermodais, sendo uma em Itumbiara, integrada com a Ferrovia Norte-Sul e BR-153, e outra em Cumari/Catalão, integrada com a Ferrovia Centro-Atlântica e BR-050. Além dessas plataformas logísticas, deverão ser criados também terminais hidro-rodoviários.

Concorrência

O vice-governador Ademir Menezes afirmou que a ampliação da Hidrovia Paranaíba-Paraná-Tietê trará reflexos positivos para a economia de Goiás e da região, com o incremento da competitividade goiana frente a outros Estados. A viabilização do investimento será feita por meio de parceria entre os governos federal e estaduais.

Presidente da Fieg, Paulo Afonso Ferreira ressalta que o investimento necessário para a expansão é grande, mas o retorno para a economia goiana será ainda maior. Atualmente, as hidrovias existentes no País tiram 500 mil carretas por ano das estradas. Paulo Afonso disse ainda que o custo do transporte rodoviário é três vezes maior que o hidroviário.

O diretor do Departamento de Programa de Transportes Aquaviários do Ministértio dos Transportes, Edson de Oliveira Viana, destacou que a exploração da potencialidade do transporte hidroviário é uma prioridade para o governo federal e que busca melhores condições de logística.

Diário da Manhã