Corredores para ônibus são adiados

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AMT e comerciantes divergem sobre criação de faixa preferencial nas avenidas T-7 e T-9


Queda-de-braço entre Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT) e entidades representativas de comerciantes provocou adiamento da criação de corredores preferenciais para ônibus nas avenidas T-7 e T-9, em Goiânia. Conforme acertado em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Estadual (MP) em 24 de abril deste ano, a partir de ontem, a pista da direita nas duas vias deveria ficar dedicada somente ao uso dos veículos do transporte coletivo. O MP estabeleceu para 1° de outubro o novo prazo para adequações.

O entrave à criação dos corredores preferenciais está nos estacionamentos, que ficariam proibidos ao longo das duas avenidas. Está previsto no TAC o impedimento do motorista parar na pista direita em todo percurso das vias a qualquer hora do dia. Ainda não houve consenso sobre a questão entre AMT, Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg) e Câmara dos Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL).

Diante do impasse, o promotor Murilo de Morais e Miranda, do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, resolveu adiar a data de início das mudanças no trânsito das duas vias. A decisão estabelecida no TAC havia sido baseada na velocidade média de tráfego dos ônibus nas avenidas, que hoje é de 9,8 quilômetros por hora na T-7 e 12 quilômetros por hora na T-9, em horários de pico. O ideal seria que os veículos alcançassem 35 quilômetros por hora.

O presidente da Acieg, Pedro Bittar, afirmou aguardar estudo que comprove a real necessidade desse tipo de intervenção nas duas avenidas. Ele cobrou informações sobre o fluxo de veículos e quantidade de carros estacionados nos locais. Caso constate serem imprescindíveis as mudanças, prometeu acatar. “Queremos algo que seja bom para a cidade, mas temos que pensar no que fica mais caro. Existem inúmeros comércios ali e não pode ser oferecida uma solução que criará 10 problemas”, disse.

Bittar espera receber indicação de locais onde os veículos dos consumidores poderão estacionar para compras nos estabelecimentos locais.

Acieg acha mudanças injustas

O presidente da Acieg considera injusta as mudanças somente nas avenidas T-7 e T-9 e lembrou que outras avenidas que concentram comércio na Capital, como 24 de Outubro e 85, também apresentam trânsito lento.

A assessoria de imprensa da AMT informou que a prorrogação do prazo foi solicitada pelo órgão para que a mudança conte com aprovação da comunidade diretamente atingida pelas intervenções. As negociações entre as partes estão em andamento e uma reunião deve ser realizada na próxima semana.

Após as modificações, as vias ganharão 50% de espaço com a proibição do estacionamento. De duas pistas usadas para fluxo de veículos passarão a três. O espaço destinado aos ônibus será sinalizado, placas serão afixadas e pintadas faixas contínuas para demarcar a pista da direita como preferencial aos veículos do transporte coletivo.

Carros particulares poderão transitar no espaço preferencial somente para fazer conversão à direita e estacionar. Meios-fios deverão ser rebaixados para criação de estacionamentos do tipo “escama de peixe”.

Lombadas deverão ser religadas em 15 dias

As lombadas eletrônicas e radares instalados nas rodovias estaduais devem voltar a funcionar em aproximadamente 15 dias. A religação será feita por intermédio da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que realiza processo de contratação emergencial do serviço até a conclusão da licitação, prevista para outubro de 2009. Já nas rodovias federais, as barreiras eletrônicas devem permanecer desligadas pelo menos até novembro. Está prevista publicação de edital a empresas interessadas em efetuar controle de velocidade ainda para agosto, mas o resultado da concorrência será conhecido somente cerca de três meses depois.

As lombadas estão desativadas nas rodovias estaduais desde setembro de 2008, quando venceu o prazo do contrato com as empresas prestadoras dos serviços. Atualmente, os aparelhos estão ligados para aferição. O contrato emergencial abrange 110 faixas de lombadas eletrônicas, 60 faixas de radares fixos e 15 radares estáticos.

Nas federais

Nas estradas federais, as barreiras estão desativadas há um ano e meio. Em dezembro de 2008, chegaram a ser religadas em caráter educativo, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF) ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Mas pararam de funcionar em janeiro deste ano porque não houve acerto entre empresas operadoras do serviço e Dnit sobre a responsabilidade pelos custos de manter os equipamentos ligados. Hoje, existem 42 lombadas eletrônicas instaladas nas rodovias federais que cortam o Estado. O Dnit fará licitação para instalação de barreiras em outras 240 faixas, que serão localizadas nas BRs 020, 040, 060, 070, 153, 158, 251 e 364.

Desde o começo do ano, houve 54 acidentes com atropelamentos nas estradas federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal. As ocorrências deixaram 30 feridos leves, 28 feridos graves e 17 mortos. A última vítima foi Gleise de Paula Barbosa, de 36 anos, atropelada por volta das 23 horas de domingo (2) no km 119 da BR-060, em Terezópolis. O vereador Silvano Alves Fagundes promete organizar bloqueio da rodovia para os próximos dias, em reivindicação pela instalação de quebra-molas e barreiras eletrônicas.

Diário da Manhã