Novela da Globo mostra uma Goiânia que não existe mais
Ao retratar o goiano como uma espécie de aborígene, “Em Família” despertou a discussão sobre a formação da identidade de quem vive fora do centro de desenvolvimento do país
Marcos Nunes Carreiro
Maria chega em casa, liga a TV, vai ao quarto, tira os sapatos e os joga desajeitadamente em um dos cantos. Está atrasada para ver o segundo capítulo da nova novela da Rede Globo, “Em Família”. Culpa do trânsito de Goiânia, que está a cada dia mais cheio com o número exacerbado de carros. Vai ao banheiro para lavar as mãos, jogar uma água no rosto e “... a espera de viver de viver ao lado teu por toda a minha vida”. São as palavras finais de “Eu sei que vou te amar”, música composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes e interpretada por Ana Carolina na abertura da novela.
Maria nem é, como dizem, noveleira. Mas assistiu ao primeiro capítulo e estranhou como Goiânia foi retratada. Muitos cavalos, gente vestida de roupa xadrez, chapéus…
–– Tudo bem ––, disse ela ao marido na noite anterior. –– Essa parte da novela se passa na década de 80, então dá para entender um pouco. Contudo, ela não estava muito feliz com a ideia. Ela sabia que na década de 80, já não havia pessoas passeando de cavalo por Goiânia. Ela viveu aquela época e a capital de Goiás, que passava dos seus 50 anos de existência, já desenhava ser a metrópole que é nos dias atuais.
Ela demorou mais do que pretendia no banheiro e voltou correndo à sala, a história fluía na TV e já não se passava mais na década de 80 e sim no início da década seguinte. Maria chegou a tempo de ver Helena, a personagem principal, fugindo de uma grande escola. Blusa branca, saia de prega, meias altas e mochilas nas costas. A adolescente corria escadas abaixo e, ao virar da rua, chama um táxi ao lado do prédio do Tribunal de Contas do Estado.
–– Espera. Ela está na Praça Cívica. Essa escola deve ser no Rio –– fala Maria.
Mas tudo bem. É uma cena de corte. Nada demais. Helena, então, vê um táxi que, despretensiosamente passava pelo local e o chama. Um Gol “quadrado” branco. Entra no carro, diz ao motorista para seguir logo, pois Laerte, seu par romântico, está descontrolado e atrás dela. O motorista sai cantando pneu no meio da Praça Cívica e na cena seguinte para em frente a uma casa modelo imperial numa rua com calçamento de pedra. Maria se espanta. A cena em questão foi gravada em uma cidade com tom interiorano e antigo, provavelmente na parte histórica de Pirenópolis ou cidade de Goiás. Porém, na trama, Helena ainda está em Goiânia. Maria desliga a TV e busca o livro que precisa terminar antes do fim da semana.
Esse “vai e volta” dos takes utilizados para “montar” Goiânia não pareceu estranho apenas a Maria, mas a grande parte dos goianos, sobretudo aos goianienses, embora normal em gravações de filmes, novelas e séries de TV. São as chamadas cenas de corte. Gravadas as cenas, os cenários são montados na edição. A questão apontada por quem assiste “Em Família” é que a trama criada pelo autor Manoel Carlos faz com que a capital de Goiás, uma cidade moderna, pareça ser uma cidade nos moldes que foi em décadas muito anteriores, com muitos cavalos e chapéus. Um erro grave, uma vez que remonta ao velho estereótipo levantado pelo cantor Roberto Carlos de que Goiânia é uma “fazenda asfaltada”.
Mas nem todas as cenas gravadas em Goiás se passam na capital. “Em Família” também conta com uma cidade goiana fictícia. Trata-se de Esperança. De acordo com o site oficial da telenovela, Esperança está localizada no interior de Goiás, local em que se passam momentos marcantes das personagens principais. E para criar este cenário, segundo a produção, “os moradores da Cidade de Goiás embarcaram junto com a produção da novela na tarefa de ambientar a cidade”. Cerca de 100 moradores aceitaram trabalhar na figuração da trama.
E não apenas moradores da cidade histórica. Três atores de Goiânia foram convidados a participar das gravações realizadas na antiga capital de Goiás. Semanas antes de Maria chegar em casa ofegante para ver o segundo capítulo de “Em Família”, os atores Cássio Neves, Niara Moura e Mateus Abreu estavam trabalhando em algumas das cenas iniciais da novela.
Cássio é ator e jornalista. Atuou em algumas cenas do capítulo de estreia da trama e, embora ache que o autor não tenha tido a intenção de denegrir a imagem de Goiás, admite que a visão do goiano apresentada em rede nacional foi levada para o campo do caricato, pois, segundo ele, desenhada na figura do goiano como o interiorano, sertanejo. “Essa é, aliás, uma característica até imposta ao goiano para mostrar algo que o goiano já não era naquela época. O goiano está mais evoluído do que a imagem que geralmente é dada a ele. Em algum passado remoto talvez tenhamos sido dessa forma, mas o progresso chegou e muito disso se desfez. De fato, alguns gostam de rodeio, de fazenda, etc., mas não é regra”, diz ele.
Niara aceitou o convite para participar da novela por ser uma boa oportunidade em sua carreira como atriz. Engenheira civil, porém, quando viu o tom das gravações de que participou na cidade de Goiás, a animação da jovem atriz começou a esvair. “Eles distorcem muito”, diz ela hoje. “A ideia que eles passam de Goiânia não é real. Parece que aqui só tem gado e carroça. Então, foi muito interessante durante as gravações, pois foi uma experiência boa para minha carreira como atriz, mas, só por esse motivo, não sei se faria de novo”.
Preparados para a festa de peão
Mateus Abreu representou um cidadão da cidade fictícia de Esperança em uma das cenas de rodeio mostradas logo no início da novela. Ou seja, todos devidamente caracterizados com seus chapéus, botas e camisas xadrez. Em relação a isso, nenhuma reclamação, afinal, as pessoas se vestem assim (e não apenas em Goiás, vide Barretos, em São Paulo) quando vão para uma festa de peão. A questão é que, nos últimos capítulos, essa visão foi estendida para todos os goianos. “As últimas cenas que retratam Goiânia contam também com a presença de pessoas vestidas como se fossem para uma festa de peão”, relata o ator.
Um exemplo: a cena de exposição das obras de Virgílio, personagem do ator Humberto Martins. Virgílio é artista plástico e na sua exposição, que foi realizada em Goiânia, estavam todos vestidos como se fossem para uma festa de peão. E agora? Mateus diz não entender o porquê.
“Não sei se a produção da novela fez de propósito, mas acho que se esqueceu de atualizar a cidade. Ou seja, continuaram mostrando a mesma Goiânia que foi representada nos anos 80. Não sei se eles quiseram prestar algum tipo de homenagem que nós não entendemos. Mas estranho o fato de acharem que todos aqui se vestem assim o tempo todo. Goiânia é uma cidade bem eclética. É uma metrópole e a característica de uma metrópole é justamente essa. Hoje, assim como em São Paulo, ou Rio de Janeiro, em Goiânia é possível se encontrar de tudo.”
O safári cultural da neocolonização
Luana Alves Luterman, que é doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professora no curso de Letras da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Inhumas, assim como a personagem fictícia Maria, também viu ao primeiro capítulo de “Em Família” e, como a última, achou um absurdo. Via Facebook, a professora conversou com a reportagem acerca do tema. Para ela, ao apontar para o estereótipo da selvageria e primitivismo goianos, a novela se descontextualiza.
A pergunta feita foi: “Analisando o discurso empregado pela novela, quem é o goiano?”.
Eis a resposta de Luana: “Para nós, goianienses (me sinto assim, apesar de carioca na identidade), como espectadores, é ainda pior, pois sabemos que não estamos em terras tão longínquas e ermas assim. Aliás, onde há grande sertão, se as veredas são multifacetadas pela grande rede que nos globaliza? Se considerarmos a visão dos neocolonizadores internos, RJ, SP, com certeza temos aqui um safári, seja cultural ou territorial. É difícil generalizar ou estereotipar, pois muitos goianienses também vão se posicionar favoravelmente aos neocolonizadores internos. Porém, no século 21, com certeza não vivemos isolados, [a cidade de] Goiás não é distante de Goiânia, nossos meios de transporte não se restringem a burros ou cavalos, como a novela retratou no primeiro capítulo que vi.”
A professora considera estapafúrdia a abordagem cultural, que, de acordo com ela, apresenta os goianos como uma população autóctone, sem contato externo, retrógrada nas ações e pensamentos sobre o amor, romântico e ideal, imaculado e sagrado. “É preciso avisar à [Rede] Globo que temos muita Valesca Popozuda por aqui. Ah, sim, o amor romântico é retrógrado, rsrsrsrs... e eu moro em Goiás. É preciso avisar à [Rede] Globo que a atrasada é ela”, aponta.
A professora mestre em Linguística Vera Lucia Paganini também respondeu à questão. Ela, que já assistiu a vários capítulos, acredita que a falha na representação do goiano de “Em Família” é apenas o jeito descuidado que a Rede Globo tem de tratar a ficção. Segundo ela, desta vez foi com Goiás, mas falhas semelhantes já ocorreram com outros Estados como o Mato Grosso, na novela “Pantanal”, além de Estados do Nordeste brasileiro.
“Com esta prerrogativa de que a ficção não precisa ter compromisso com a verdade, fazem uma pesquisa superficial sobre a cultura dos locais fora do eixo Rio-São Paulo, ainda, infelizmente, considerados únicos centros urbanos do Brasil para a TV, e vão alinhavando chavões que o povo gosta de escutar: confusões e cenas de violência para a catarse popular, ‘discussões’ de temas ditos polêmicos para fazer o povo pensar e pronto! Não há grandes filosofias nisso. Há produto de comércio rápido. Agora, que o Sudeste e o Sul pensam que nós somos uma enorme lavoura cercada de pastagens e gado, isso é fato!”, analisa Vera Lucia.
Porém, fora a revolta dos goianos, as falhas de pesquisa e criação vistas na novela do autor Manoel Carlos, afetam mais a Goiás do que propriamente ao morador do Estado. É certo que Goiás tem tentado, nos últimos anos, se mostrar como um Estado moderno, que está entre as dez maiores economias do país. Isto é, um Estado que transita rapidamente entre uma base histórica ligada à agropecuária e um processo de industrialização que caminha a passos largos. A promoção de festivais internacionais, por exemplo, denotam a dinâmica e a força de uma cena cultural em expansão. Esses fatores já são suficientes para desmentir qualquer alusão a estereótipos negativos ou de ligação ao passado.
Mas só sabe disso quem entende aquilo que se passa em Goiás. É uma questão quase que puramente antropológica. A isso se associa a revolta do goiano com a novela global. Afinal, tirado o “complexo de vira-latas” que acomete grande parte dos brasileiros, o goiano tem de si a mais benéfica visão possível, como aponta o historiador e professor da UFG Nasr Chaul. “Amável, acolhedor, por vezes tímido, mas extremamente consciente de seus valores e tradições, o goiano é orgulhoso de sua identidade e de sua história”, afirma. Assim, o estrangeiro que consegue entender Goiás o traduz de forma elevada, a exemplo do pintor italiano Frei Confaloni, do artista plástico alemão Gustav Ritter e do historiador hispano-brasileiro Luis Palacín, que chegaram a Goiás e “ficaram por puro encantamento”.
Dessa forma, Goiás não pode ser tomado como um Estado atrasado, nem os goianos como Jecas Tatus, de acordo com aquela visão do escritor Monteiro Lobato. Do ponto de vista literário, como mostra Chaul, “estamos mais para as Veredas de Carmo Bernardes e para o Grande Sertão de Rosa”. Para ele, esse conceito de atraso atribuído a Goiás é uma “balela”, que encontrou respaldo no período coronelístico vivido pelos goianos. Afinal, a essa época, acreditou-se que os coronéis procuravam manter o “atraso” do Estado para melhor dominá-lo.
“Isso cai por terra quando se observa o quanto de desenvolvimento econômico e participação política tivemos na Primeira República, principalmente depois da implantação dos trilhos da Estrada de Ferro em 1913 em Catalão, desenvolvendo em muito o Sul e, potencialmente, o Sudoeste do Estado que, no pós-30, exige uma nova capital e a reorganização das forças políticas. O desenvolvimento daquela época, aquela modernização possível, não tirou nenhum coronel do poder ao longo da Primeira República, muito pelo contrário”, reconta Chaul. Logo, essa pecha de atraso, que volta-e-meia retorna do mundo do simbólico, já não encontra respaldo nem justificativa no mundo real.
Quem é o goiano, afinal?
Quando se pergunta “quem é?” remete-se à identidade da terceira pessoa a qual a pergunta se refere. Em relação a uma pessoa já é complicado, quiçá quando se trata de um povo. Logo, essa questão de identidade não é algo simples, nem acabado.
A identidade é relacional. Como assim? Tomando o caso de Goiás como exemplo: se analisada a identidade goiana em relação a Brasília, tem-se uma. Em relação ao Rio de Janeiro, tem-se outra. É o que diz o antropólogo Marco Lazarin. De acordo com ele, não há como identificar uma identidade se não a contrapor com outra.
Em Brasília, por exemplo, existem os estereótipos que apontam os goianos como atrasados, que não cumprem regras, que não sabem dirigir, etc. Esses estereótipos foram construídos tendo como base a própria identidade do “candango”. Isto é, aquele que é evoluído, que cumpre as regras e que sabe dirigir.
Porém, Lazarin aponta também que há outros agravantes nessa análise, uma vez que dentro de uma comunidade como Goiás, por exemplo, há várias outras identidades que se contrapõem entre si. E, nesse contexto, existem grupos que acabam por predominar sua visão de identidade sobre os outros. “Não existe um conceito claro em relação a isso. São padrões de modernização baseados na evolução tecnológica e de certos costumes. Isso demonstra, inclusive, que esses estereótipos feitos de fora para dentro, não se adequam, por exemplo, ao que o goiano pensa de si mesmo”, diz.
Sobre os estereótipos de atraso em relação a Goiás, o antropólogo afirma que essa visão dos grandes centros, como Rio, São Paulo e Brasília, não é voltada especificamente para Goiás. “Essa é a visão que se tem em relação ao interior em si. São os estereótipos que fazem as ligações com os costumes rurais, etc. Mas a grande questão aí é que o pensamento de que existe uma identidade generalizada, leva a certa distorção daquilo que é real”.
ARTIGO
A bordo da pluralidade, optaram pelo mais fácil
A Análise do Discurso (AD) não costuma tratar o sujeito como indivíduo (sujeito falante), isto é, como uma instância plena de individualidade. Mas o toma como um ser social, apreendido em um espaço coletivo, dotado da existência que provém dos espaços sociais e ideológicos. Ou seja, o ser (sujeito falando) é analisado pelo que ele é: fruto da polifonia, resultado dos vários discursos, inserido nas vastas noções de heterogeneidade.
Dito isso, analisemos a questão central levantada anteriormente: a identidade. A identidade deve ser apresentada como produto das relações sociopolíticas presentes na sociedade. Logo é inacabada, uma vez que essas relações não se esgotam, assim como as transformações de que sofre ao longo do tempo. Assim, é possível afirmar que a identidade tem caráter transitório, mutante, uma vez que decorre de certa instabilidade constituída pelas relações discursivas.
O que quero dizer é que, dado o caráter plural da identidade e tendo em vista que o sujeito é produzido no interior dos discursos, sua identidade é resultado das interações e posições desse sujeito em relação aos discursos que o formam. Isto é, ao longo da evolução natural do ser humano, o sujeito assume múltiplas identidades, o que nos leva ao ponto central: o sujeito nunca será o mesmo nos diferentes momentos e lugares em que se encontra, pois, assim como o mundo, está sempre em movimento.
Dessa forma, a identidade do goiano, por exemplo, não é –– nem pode ser –– a mesma vista de dentro ou de fora. Ela é multi. Então, como representá-la em uma telenovela? Isso nos leva a alguns pontos:
Para representar é preciso, primeiro, entender. Quando se trata de audiovisual, então, é preciso ter em mente que o discurso não é apenas oral. Pelo contrário, os significados estão quase primordialmente naquilo que não é oral. Assim, o estudo de cenários, figuração e intenções é primordial na confecção dos discursos que permearão algo a ser veiculado em rede nacional, sobretudo em um país continental e cheio de estereótipos como o Brasil. É preciso estudar bem o que se representará para não causar dissabores.
Nesse ponto chegamos à problemática de “Em Família”. Não se pode dizer que Manoel Carlos quis depreciar, propositalmente, os goianos. Afinal, a intenção inicial da trama se passar no lado periférico do Planalto Central era justamente a de atrair a audiência perdida para as emissoras menores –– tomando por pressuposto que a Globo é a maior emissora de rádio e TV do país. Tendo em mente que o discurso apresentado geralmente nas novelas do horário nobre Global, é voltado à elite, pode-se dizer que a intenção de apresentar ao Brasil uma Goiânia sertaneja foi homenagear aos ricos de Goiás.
Por que não? Não se pode negar que Goiás é um Estado rico e dedicado à agropecuária. Provém da terra a riqueza dos bilionários goianos. Existem riquezas oriundas de outros ramos? Obviamente, sobretudo em Goiânia, uma capital tomada por vastos recursos imobiliários e aquecida pela construção civil. O Estado está se industrializando, logo surgirão novos ricos em breve. Porém, o carro-chefe ainda está no setor rural, que, ao contrário do que se pensa, é um dos mais adiantados do país, tecnologicamente falando.
Dessa forma, Manoel Carlos pode ter prestado uma homenagem que não entendemos? Sim. Contudo, se não entendemos, é porque algo faltou. O que seria? Provavelmente pesquisa. O que faltou a Manoel Carlos foi, como disse a professora Luana Luterman, um espírito de Guimarães Rosa, que pesquisou incansavelmente a região sertaneja de Minas Gerais antes de deitar a pena à criação de Riobaldo e seu Diadorim. Com certeza, haverá algum de vocês leitores que se arrepiará à heresia de comparar “Grande Sertão: Veredas” com uma telenovela. Mas é necessário fazê-lo. Afinal, ainda bebendo em Luterman, não seria um paradoxo o fato de que os escritores de ontem, como Rosa, terem fundamento analítico para retratar seguramente uma região, enquanto seus contemporâneos, apesar de todos os recursos tecnológicos, sequer se aproximarem disso?
Faltou informação. Não compreenderam o tempo transcorrido entre duas capitais –– a de 1933 e a de 2014. Não entenderam que a Goiânia, que já era moderna na data de sua fundação, com seus prédios em Art Déco, tornou-se ainda mais moderna ao crescer mantendo os traços originais feitos por Atílio Correa Lima e Armando Augusto de Godoy. E a falta de informação acabou por mesclar o urbano real ao rural simbólico, na contraposição inevitável entre o sertão e o litoral. Logo, sem o discernimento necessário aos formadores de opinião vislumbraram apenas um lado da história. Viram as cavalhadas de Pirenópolis, a dança dos calungas e a procissão do fogaréu, mas se esqueceram do restante.
Fonte: Jornal Opção