Coleta de lixo: Serviço volta a sofrer com atrasos

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Cidade deveria ter mínimo de 48 caminhões, mas frota é de 43. Destes, 12 a 15 passam por dia na oficina

A Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) admitiu ontem que continua trabalhando com uma frota menor que a necessária para a coleta de lixo em Goiânia e que depende de caminhões basculantes e de carroceria para atender toda a capital. Entretanto negou que o lixo esteja se acumulando como ocorreu em março, quando uma das empresas locadoras de caminhões paralisou o serviço por atraso no pagamento das faturas.

Dos 43 caminhões que a companhia aluga da Metropolitana Serviços Ambientais e da Tecpav, entre 12 e 15 passam pela oficina diariamente por sobrecarga de serviço. Com capacidade para 9 toneladas por viagem, estes veículos estão circulando em Goiânia com mais de 12 toneladas, já que a frota mínima para fazer a coleta na cidade seria de 48 caminhões. Assim, cerca de 30 caminhões basculantes e 20 de carroceria têm sido usado diariamente para reforçar a coleta. Estes veículos têm um terço da capacidade de um caminhão compactador de lixo, levando até 3 toneladas no máximo por viagem.

Durante a crise que atingiu a coleta nos primeiros dias de março, o presidente da Comurg, Luciano de Castro, havia dito que o serviço se normalizaria antes do dia 25. Sem mais a necessidade dos caminhões não-compactadores. Entretanto, conforme O POPULAR apurou, estes veículos têm sido usados desde o carnaval, quando chegou ao fim o contrato da outra empresa locadora, a Lopac, que alugava 25 caminhões compactadores.

O diretor de coleta de lixo da Comurg, Ailson Alves, disse que nos bairros onde o serviço é diário não tem havido problemas. Os atrasos ocorrem, segundo ele, onde a coleta é de três vezes por semana. “Como os caminhões estão sobrecarregados, acabam quebrando. As equipes são definidas por caminhões e a gente nunca sabe qual que vai quebrar. Então, um dia pode quebrar um que iria atender um bairro e esse bairro fica sem a coleta no dia, mas no outro a gente vai lá e tira o lixo”, explicou.

Ailson afirmou ontem que o número ideal de caminhões de lixo para atender Goiânia seria de 60, mas que com 48 dá para fazer o serviço. Em 2006 e 2010, a Prefeitura havia comprado 56 veículos, mas começou a alugar caminhões quando estes começaram a ficar inutilizáveis. Ao final de 2012, a frota já era toda alugada - 29 caminhões da Metropolitana e 25 da Lopac, mais alguns da Prefeitura usados como reserva.

Atualmente, a Prefeitura conta só com os da Metropolitana e da Tecpav, que venceu uma licitação no ano passado para alugar até 30 caminhões compactadores para a Prefeitura. Por enquanto, a Comurg só solicitou 14 destes veículos. Em maio, a companhia deve receber os 40 caminhões compactadores adquiridos em licitação concluída no ano passado.

A Comurg tem informado que o contrato com a Metropolitana, que vence em maio, não será renovado. A tendência, conforme O POPULAR apurou, é que mantenha o contrato de locação com a Tecpav - que tem duração de quatro anos - e que aumente a frota alugada da empresa para 20. A Tecpav tem metade das ações da Metropolitana, sendo que até novembro de 2012 era a única dona. A outra sócia na Metropolitana é a Estre Ambiental, que administra a coleta de lixo em Aparecida de Goiânia.

Ontem, O POPULAR constatou acúmulo de lixo principalmente na Região Sul da capital, no Setor Pedro Ludovico, e na região central. O volume de lixo também estava elevado no Bairro Cidade Jardim, nas proximidades do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

Ontem, o presidente da Comurg teria passado o dia com advogados, segundo sua assessoria, mas não há uma definição se Castro vai cumprir ou não a decisão da Justiça de afastá-lo. Ele foi notificado na tarde de quarta-feira na sede da companhia.

O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, Fabiano Abel de Aragão Fernandes, acatou pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em ação que denuncia Castro e outros servidores e ex-servidores, além de um ex-presidente da companhia por fraudes em licitações em 2009 e 2010 no órgão. Castro não atendeu as ligações.

Fonte: Jornal O Popular