Ganha Tempo volta em outubro

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A principal discussão da reunião da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC) na tarde de ontem, que aprovou o reajuste da tarifa de R$ 2,70 para R$ 2,80 a partir do dia 3 de maio, foi a volta do programa Ganha Tempo. A proposta das empresas era que o programa de tarifação temporal retornasse a partir de 2015, quando as prefeituras da região metropolitana se comprometeram a pagar a outra metade das gratuidades do sistema, ao custo de R$ 4,4 milhões. A Prefeitura de Goiânia tentou o retorno imediato, mas o acordo foi pela volta em outubro.

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As empresas alegaram que o retorno imediato do programa estabeleceria a continuidade do desequilíbrio econômico e financeiro do contrato de concessão firmado entre o poder concedente e as empresas concessionárias. Isso se dá porque o Ganha Tempo tem um custo relativo a 8% do valor da tarifa ao mês, o que seria cerca de R$ 4,4 milhões, ou seja, o mesmo valor dado pelo Estado de subsídio pelo pagamento de metade das gratuidades do sistema - idosos, crianças até 12 anos, estudantes e deficientes.

A posição das empresas era clara sobre não aceitar o retorno do programa. Todos os membros ligados ao Paço Municipal, com o apoio do deputado Talles Barreto (PTB), queriam a inclusão do Ganha Tempo nas propostas anunciadas para a melhoria do transporte. Presidente da CDTC, João Balestra, contatou o presidente do sindicato das empresas, Edmundo Pinheiro, sobre essa possibilidade. A princípio, ele negou o acordo. Neste momento, a tarifa permaneceria em R$ 2,70 e sem nenhuma mudança no transporte.

A negociação continuou em relação a quem custearia o Ganha Tempo e o acordo foi de que o programa retornasse em outubro, sem destinação de custeio. O Ganha Tempo permite ao usuário utilizar apenas uma passagem em até três ônibus em um período de 2h30 e foi implantado em junho de 2013. Ele durou apenas seis meses, quando foi suspenso na Justiça, a pedido das empresas concessionárias que alegaram prejuízo de 8% com o programa.

Mudanças

Dentre as mudanças anunciadas pela CDTC, três já estão no contrato de concessão firmado em 2008: incremento na frota operacional, renovação da frota e formatação de um link do Centro Operacional de Controle à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). O link também será feito com a Secretaria Estadual de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Sicam). Já a extensão do Eixo Anhanguera é um projeto do Estado, feito junto com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), assim como o uso de veículos articulados nos corredores preferenciais já é um projeto da Prefeitura de Goiânia.

Também foi descrita como proposta o fechamento da convenção coletiva com os trabalhadores das empresas concessionárias. Segundo o acordo, os empresários devem se resolver com seus funcionários sem que ocorra greves e problemas para o sistema. O pedido dos motoristas é por um aumento de 15% no salário. Na conta da CMTC para a tarifa, o índice utilizado foi de 7%. As empresas também deverão contratar mais 300 motoristas neste mês, que vão ser conduzir os veículos que virão para a frota.

Os 151 ônibus, que completarão a frota para 1602 ônibus, não serão adquiridos pelas empresas. Trata-se de veículos patrimoniais das empresas, que faziam serviços particulares ou estavam como frota reserva, usada apenas quando necessária. A aquisição de novos carros será feita para a renovação da frota. Serão 300 carros comprados entre julho e setembro. Apesar de dizer que o problema do transporte não era a falta de ônibus, as empresas argumentam que o aumento da frota vai poder provar a afirmação, além de exigir a realização dos corredores preferenciais.

Sobre o aumento no número de viagens, ficou acordado que mil viagens novas serão feitas a partir de maio, sob a definição da CMTC de acordo com as demandas dos usuários. As outras mil viagens serão incrementadas a partir de 2015. Atualmente, segundo a CMTC, são realizadas 11 mil viagens de ônibus por dia. A estratégia das empresas será liberar mais ônibus nas largadas, ou seja, no horário de saída das garagem.

Fonte: O Popular