Governo não desistiu do VLT

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Promessa do governador Marconi Perillo (PSDB) durante a campanha de 2010, a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Capital vive uma novela para definir o início das obras. É bem provável, e o governador já assumiu isso, que as obras não se iniciem neste ano, último deste terceiro mandato de Marconi. A justificativa é a falta de recursos e o fato das obras só poderem começar em outubro. A construção do VLT está orçada em R$ 1,3 bilhão. A previsão de início da construção desse novo modal de transporte foi adiada algumas vezes. A última data não cumprida foi janeiro deste ano.

O VLT de Goiânia contará com 30 composições com 2 vagões cada. Cada vagão transportará 300 pessoas e as composições terão partidas a cada três minutos. Atualmente, os ônibus biarticulados que circulam pelo Eixo Anhanguera transportam cada um cerca de 200 passageiros por hora, enquanto os dois vagões vão levar 600 por viagem e com um tempo inferior. A obra deverá gerar um incremento de 30% no número de pessoas transportadas. “Vamos passar de 9 mil para 12 mil passageiros por hora”, explica Carlos Maranhão, presidente do grupo executivo do VLT.

Segundo Maranhão, o governo está em fase final da contratação do consórcio vencedor para fazer a obra. Mas antes do governo emitir a ordem de serviço é preciso finalizar trabalhos preliminares, como conseguir todas as licenças para a realização da obra, concluir os processos de desapropriação - que custarão R$ 90 milhões aos cofres do Estado -, e, por último, realizar os contratos com os bancos que financiarão a construção ou que repassarão os recursos advindos do governo federal. Investirão na obra os governos estadual e federal, bancos e investidores privados.

A previsão é de que até setembro os trabalhos preliminares estejam finalizados. Mas aí surge outro problema. Esse é o período em que começam as chuvas no Estado, o que pode atrapalhar o início das obras. “Por se tratar de uma Parceria Público Privada (PPP), a partir do momento em que for emitida a ordem de Serviço, há um prazo de 24 meses para que ela seja finalizada. A obra não pode ser parada, porque se houver atraso na entrega, o grupo executor, como prevê o contrato, é multado. Então só vamos iniciar a obra quando tudo estiver acertado e não corrermos o risco da obra parar”, afirma Carlos Maranhão.

Viadutos

Os viadutos na GO-060 (saída para Trindade) e GO-070 (Inhumas) também estão na fila para serem entregues. Com obras lançadas em maio de 2013, a previsão para a conclusão dos elevados era dezembro de 2013. Agora, os operários correm contra o tempo para finalizar os trabalhos até julho. Na GO-060, o rebaixamento da Avenida Castelo Branco já aconteceu, os viadutos foram instalados, mas faltam outras intervenções. Segundo a Agetop, 70% da construção está concluída. A obra está orçada em R$ 12,8 milhões.

O viaduto da GO-070 na saída para Goianira/Inhumas, no entrocamento com a Avenida Perimetral Norte, orçado em R$ 9,5 milhões, está menos adiantado. Segundo a Agetop, 60% da obra já foi concluída. A chuva tem atrapalhado os trabalhos. No dia em que a reportagem esteve no local, operários reclamavam que o excesso de água atrapalhava fazer o ‘rachão’, que é um serviço de terraplanagem feito com brita. O viaduto da GO-080, no cruzamento com a Avenida Perimetral, na saída para Nerópolis, também foi anunciado em maio do ano passado, mas as obras só iniciaram agora. A previsão de conclusão do empreendimento, que custará R$ 24 milhões, é novembro deste ano.

Município também tem obras em execução

Nas obras realizadas pelo município também é comum os prazos serem esticados. Os viadutos da Marginal Botafogo sobre as Avenidas E e 88, que tiveram as obras iniciadas em março do ano passado, até hoje não estão prontos. O prazo para a execução do empreendimento era de 180 dias, mas chegou novembro, dezembro e já estamos em março de 2014. O complexo está orçado em mais de R$ 15 milhões. Dois viadutos estão praticamente concluídos. Em um terceiro, as vigas já foram colocadas e homens da construtora responsável trabalham na terraplanagem das rampas de acesso ao viaduto.

Enquanto a obra não é finalizada, sobra para os motoristas que passam pela região ter paciência. A Secretária Municipal de Obras (Semob) informou que era vontade do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), entregar o complexo em 24 de outubro, mas que isso não foi possível devido a problemas técnicos e administrativos. “O primeiro adiamento da obra se deu porque a Companhia de Eletricidade (Celg) não havia feito a retirada de postes que impediam a construção do elevado. Posteriormente, o período chuvoso impediu a compactação do solo”, informou nota da assessoria de imprensa da Semob encaminhada à Tribuna do Planalto.

Ainda de acordo com a Semob, a entrega da obra está prevista para maio. Atualmente há cerca de 100 operários trabalhando no complexo, que conta com 80% da construção já concluída. A secretaria ainda informou que, devido ao período chuvoso, agora em março, estão sendo encontradas dificuldades na realização do aterro e muro armado.

A ciclovia da T-63, na região Sul da Capital, também vive uma novela. A obra começou em abril de 2013 com previsão de término em oito meses, mas não chegou ao fim. Apenas o trecho entre o Parque Anhanguera e a Praça Nova Suíça está pronto. A parte que passa pelo Setor Bueno, Bela Vista e Pedro Ludovico em nada foi adaptada para receber a ciclovia.

Mobilidade Urbana

Outra obra que pode trazer benefícios é o BRT, corredor exclusivo para ônibus, que terá 21,7 km de extensão e ligará as regiões Noroeste (Recanto do Bosque) e Sudoeste (na divisa com Aparecida de Goiânia). Mais de 120 mil passageiros poderão ser atendidos por dia em seis terminais de integração e 40 estações de embarque e desembarque. Em março o governo federal liberou R$ 545 milhões para a Prefeitura de Goiânia investir na área de mobilidade urbana. Mais da metade dos recursos é destinada ao BRT, que vai receber R$ 390 milhões. A obra está orçada em mais de R$ 408 milhões. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Goiânia, não há como precisar data para o início da obra. O Paço aguarda avaliação do projeto de implantação do BRT, que é realizada pelo Ministério das Cidades.

Fonte: Tribuna do Planalto