Região metropolitana: Goiânia é a 4ª em bem-estar
Estudo aponta que área que engloba capital está acima da média em 4 quesitos. Já sobre serviços coletivos, é um dos piores.
Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU) desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles classifica a região metropolitana de Goiânia como a quarta melhor entre as 15 localidades com maior potencial econômico e populacional do País. Campinas (SP) é a primeira.
O conjunto de 20 municípios goianos está acima da média apurada pelos pesquisadores em 4 dos 5 quesitos: mobilidade, condições ambientais, condições habitacionais e infraestrutura urbana. Estão entre os piores, entretanto, em serviços coletivos: fornecimento de água e rede de esgoto, energia elétrica e coleta de lixo (veja quadro).
O diretor do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), João de Deus, afirma que os municípios do entorno de Goiânia, compõem a região metropolitana, puxam a capital para baixo. “Se fosse só, Goiânia teria índice melhor ainda: fatores econômicos fazem Goiânia ter a pujança que tem.” Outros estudos divulgados pelo POPULAR mostraram a boa colocação da capital.
João de Deus cita o exemplo de Aparecida de Goiânia, o maior entre os 19 municípios do interior que compõem a região metropolitana de Goiânia: “O próprio prefeito Maguito Vilela [PMDB]reclamou no ano passado que não conseguia dinheiro para programas de moradia porque não tem saneamento na cidade.”
O fornecimento de água e esgoto é um dos índices medidos em serviços públicos, quesito que puxou para baixo a avaliação da região metropolitana. Outros itens são energia elétrica (A Celg, responsável pelo serviço em todo o Estado, está entre as piores fornecedoras do País) e coleta de lixo, que no ano passado enfrentou problemas em Goiânia, depois de rompimento de contratos com a Delta Construção S/A.
QUEDA
Mapas expostos no estudo mostram que o IBEU da região central de Goiânia está entre 1 e 0,901. A medida que o espaço aumenta, cai o índice: parte da capital tem índice entre 0,900 e 0,801. A região noroeste tem o pior número: 0,500 a 0,001; o mesmo acontece em trechos de Aparecida de Goiânia. Tabelas mostram ainda que, da região metropolitana de Goiânia, apenas a capital está entre os 40 melhores IBEUs. Nenhum município está entre os 40 piores.
O estudo foi divulgado ontem, no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e visa “avaliar a dimensão urbana do bem-estar usufruído pelos cidadãos brasileiros”. A seleção das 15 regiões metropolitanas se deu por “exercerem funções de direção, comando e coordenação dos fluxos econômicos”.
PADRÃO RUIM
João de Deus, afirma que o padrão nacional de bem-estar nas regiões metropolitanas não é bom. “Nosso padrão é muito baixo, tem que melhorar”, afirma. “Uma coisa é pensar nos padrões brasileiros, dentro deles, Goiânia é uma cidade boa: não tem grandes engarrafamentos, não tem grandes transtornos”, avalia. Ele ressalta que mobilidade ainda é um problema para quem depende de transporte público.
A região metropolitana de Goiânia está melhor posicionada no quesito “condições ambientais”: só perde para a campeã geral, Campinas, e por apenas 0,006. A quantidade de árvores e áreas verdes é destaque em outros levantamentos, além do fato de haver grandes vazios urbanos e áreas rurais nos 20 municípios que compõe a área.
Fonte: Jornal O Popular